Ataque a presídio no Afeganistão resulta na libertação de 355 detentos, na maioria, militantes talibãs e de outros grupos. Quatro guardas morrem nos combates, na mais recente investida dos jihadistas contra Cabul.
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Militantes do Talibã invadiram nesta segunda-feira (14/09) um presídio no Afeganistão, libertando centenas de detentos e matando policiais, informou o Ministério do Interior do país.
Ao menos dez jihadistas invadiram a cadeia na cidade de Ghazni, no sudeste do país, trajando uniformes do Exército afegão. Eles libertaram 355 dos 436 prisioneiros – na maioria, militantes do Talibã e de outros grupos.
"Um terrorista suicida num carro-bomba repleto de explosivos se detonou em frente ao portão da prisão, permitindo que outros milicianos entrassem no local", disseum membro do conselho provincial. Após uma hora de combates com os policiais, três talibãs teriam morrido, enquanto os demais conseguiram fugir com os detentos.
O Ministério do Interior confirmou que quatro guardas morreram, e outros sete ficaram feridos.
O Talibã declarou que o ataque à prisão foi parte de sua ofensiva contra o governo em Cabul iniciada no mês de abril. Neste ano, o grupo jihadista aumentou os ataques a alvos no país e assumiu o poder sobre amplas áreas remotas, algumas em regiões estratégicas, mas não conseguiu o controle total sobre nenhuma das 34 províncias afegãs
Após a confirmação da morte do antigo líder dos talibãs, mulá Omar, um de seus homens de confiança, Akhtar Mansour, foi escolhido em julho como seu sucessor, em meio a uma disputa de poder dentro da organização. A insurgência dos islamistas contra o governo e as forças estrangeiras que o apoiam já dura 14 anos.
RC/dpa/afp
O Afeganistão moderno está no passado
O regime do Talibã reprime os direitos humanos, sobretudo das mulheres, na sociedade afegã, dominada pelos homens. Mas houve um tempo em que as mulheres circulavam livremente - e se vestiam como bem entendiam.
Foto: picture-alliance/dpa
Médicas aspirantes
Esta foto, tirada em 1962, mostra duas estudantes de medicina da Universidade de Cabul, ouvindo a professora enquanto examinam uma peça de gesso que representa uma parte do corpo humano. Naquele tempo, mulheres tinham um papel ativo na sociedade. Tinham acesso à educação e podiam trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Estilo nas ruas de Cabul
As fotos mostram duas jovens vestidas ao estilo ocidental, em 1962, do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, na capital do país. Hoje em dia, com os fundamentalistas talibãs no poder, as mulheres são obrigadas a usar a burca, cobrindo o corpo totalmente quando estivessem em público.
Foto: picture-alliance/dpa
Direitos nem sempre iguais
Em meados de 1970, era comum ver estudantes do sexo feminino nas instituições de ensino afegãs - como a Universidade Politécnica de Cabul. Mas 20 anos depois, o acesso das mulheres à educação no país foi completamente bloqueado. Isso mudou apenas no fim do primeiro regime talibã, em 2001. Por duas décadas, as mulheres puderam estudar - até os fundamentalistas voltarem ao poder, em 2021.
Foto: Getty Images/Hulton Archive/Zh. Angelov
Informática na juventude
Nesta foto, uma instrutora soviética dá aula de informática para estudantes do Instituto Politécnico de Cabul. Durante os anos de ocupação soviética no Afeganistão, de 1979 a 1989, a cena era comum em diversas universidades do país.
Foto: Getty Images/AFP
Encontro de estudantes
Esta foto de 1981 mostra um encontro informal de estudantes em Cabul. Em 1979, a invasão soviética levou o Afeganistão a dez anos de guerra. Quando os soviéticos se retiraram, a guerra civil tomou conta do país e terminou com a ascensão do Talibã ao poder, em 1996.
Foto: Getty Images/AFP
Escola para todos
A foto mostra moças afegãs do ensino médio em Cabul no tempo da ocupação soviética. Durante o regime talibã, instaurado poucos anos depois, meninas foram barradas das escolas e tiveram acesso à educação negado. Elas também foram proibidas de trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Sociedade de duas classes
Nesta foto tirada em 1981, uma mulher com o rosto à mostra, sem lenço, pode ser vista com suas crianças. Cenas como essas se tornaram raras. Mesmo após 15 anos da queda do regime talibã, mulheres continuam lutando por igualdade em uma sociedade dominada pelos homens. Por exemplo, existe apenas uma motorista de taxi em todo o país.