Manifestações contra o polêmico aplicativo ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, reunindo centenas de taxistas e causando congestionamentos.
Anúncio
Centenas de taxistas protestaram nesta quarta-feira (11/11) em aos menos três capitais brasileiras contra o aplicativo de transporte individual Uber. Houve manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.
Em São Paulo e no Rio, os taxistas se reuniram em diversos pontos da cidade, gerando congestionamentos, e se dirigiram para as sedes das respectivas prefeituras. Na capital paulista, os manifestantes afirmaram que o Uber continua operando sem controle, apesar da lei criada para proibi-lo, e cobraram uma ação de fiscalização das autoridades.
A cidade aprovou em setembro uma lei que proíbe o funcionamento do Uber nos moldes atuais. A prefeitura regulamentou uma nova categoria de táxis, em que os motoristas do aplicativo podem se registrar mediante o pagamento de uma licença. O Uber decidiu não se inscrever no novo modelo e bancar possíveis multas a seus motoristas, que se tornaram ilegais.
Na capital fluminense, os taxistas protestaram contra a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) de negar um recurso do município sobre a decisão em primeira instância favorável ao funcionamento do Uber. Os manifestantes exibiram cartazes com mensagens contra o Uber, lançaram fogos de artifício e advertiram os turistas a não utilizarem o aplicativo por questões de segurança e preços elevados.
Cerca de 200 táxis se reuniram no entorno da prefeitura. Outros se concentraram em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, no bairro de Laranjeiras, para pedir apoio do governador Luiz Fernando Pezão. A manifestação em toda a cidade envolveu mais de 3 mil taxistas, que se deslocaram de vários pontos da cidade.
O presidente do Sindicato dos Taxistas do Rio, Luiz Antônio Barbosa da Silva, afirmou que, apesar de o ato se concentrar em frente à sede administrativa da prefeitura do Rio, não pretendia repudiar ou questionar as ações do prefeito Eduardo Paes. Segundo o sindicalista, o prefeito e o governador sempre se mostraram favoráveis à causa dos taxistas.
Na recente decisão, o TJRJ considerou que o Estado não pode "proibir uma atividade lícita de negócio, aberto à iniciativa privada e à livre concorrência". A liminar, concedida pela 6ª Vara de Fazenda Pública, proíbe práticas que restrinjam o exercício da atividade do Uber na cidade, determinando multas para as autoridades que tentarem barrar o trabalho dos motoristas do aplicativo.
Silva afirmou que os motoristas do Uber não passam por procedimentos que os taxistas são obrigados a passar, como vistorias, e criticou o aumento da concorrência, que estaria prejudicando os motoristas de táxi. "O Uber é um transporte clandestino, que está trazendo um prejuízo de cerca de 30% a 40% para os nossos trabalhadores", disse Silva.
Em Brasília, cerca de 500 taxistas participaram da manifestação, que saiu do Aeroporto de Brasília e seguiu em direção ao Congresso. Durante a carreata, duas das três faixas do Eixão Sul foram bloqueadas. Além do protesto, a categoria também promoveu uma ação social, arrecadando mantimentos para as vítimas do recente rompimento de barragens em Mariana, Minas Gerais.
Em agosto, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, vetou um projeto de lei que proibia o uso de aplicativos de prestação de serviço de transporte individual de passageiros. Na ocasião, Rollemberg determinou um prazo de três meses para que um grupo de trabalho avaliasse a possível regulamentação do serviço.
Em Belo Horizonte, onde também houve protestos, o aplicativo não foi proibido e ainda não há iniciativas nesse sentido.
Desde que foi criado, o Uber vem causando polêmica. Lançado em 2009, nos Estados Unidos, o aplicativo opera em mais de 50 países e oferece um serviço semelhante ao dos táxis, com diferenças nos preços das corridas e no conforto.
AF/efe/ebc
Carros que tomam decisões
A tecnologia tem mostrado que automóveis podem conduzir de forma autônoma. Mas num veículo sem motorista, quem seria o responsável em caso de acidente? E as pessoas realmente querem que o carro decida por elas?
Foto: media.daimler.com
Confortável, não?
Este protótipo da Mercedes Benz, o F015, mostra como o interior de um carro autônomo poderia ser. Não há assento do motorista. Em vez disso, os passageiros sentam de frente uns para os outros. Este veículo de teste, que foi desenvolvido no Vale do Silício, pode atingir uma velocidade máxima de 200 quilômetros por hora.
Foto: media.daimler.com
Do Vale do Silício a Las Vegas
Este Audi A7 está repleto de sensores. No início de 2015, o veículo foi do Vale do Silício até a Mostra Internacional de Eletrônica de Consumo (CES, na sigla em inglês), em Las Vegas. Aproximadamente 600 quilômetros foram percorridos em rodovias. Uma pessoa ficou sentada atrás do volante, apenas para eventualidades, mas não teve que intervir: tudo correu bem durante o teste.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Fets/Audi AG
Pronto para o trânsito?
A multinacional Google tem testado seus veículos robóticos em Mountain View, na Califórnia, há bastante tempo. No entanto, até agora, alguém sempre esteve atrás do volante – para intervir caso necessário.
Foto: picture alliance/AP Photo
Nada para motoristas impacientes
Carros autônomos são muito seguros. Eles são programados para desacelerar, se algo não estiver correto. Eles vão sempre manter uma distância segura e certamente nunca vão grudar na traseira de outros veículos.
Foto: imago/Jochen Tack
Um atrás do outro
Estes dois carros autônomos da Universidade da Bundeswehr (Forças Armadas Alemãs) participaram da competição robótica militar Elrob (Experimento Europeu de Robô Terrestre, em tradução livre). Com o segundo veículo sempre seguindo o primeiro, o objetivo era que os veículos encontrassem seu caminho em território acidentado e não pavimentado. E eles conseguiram.
Foto: DW
Evitando acidentes
Acidentes graves são frequentemente causados por visão limitada – em condições de neblina, por exemplo. As pessoas costumam dirigir rápido demais e não mantêm a distância necessária. Carros robóticos inteligentes não fariam erros do tipo. No futuro, os carros podem estar interligados, permitindo-lhes enviar aos demais veículos informações sobre os engarrafamentos adiante.
Foto: picture-alliance/dpa
Sensores para todo tipo de dados
Carros robóticos veem o mundo ao seu redor com olhos diferentes. O carro da Google, por exemplo, usa um sensor de laser para realizar uma varredura em 3D de seu entorno.
Foto: DW/Fabian Schmidt
O mundo visto através de um laser
Neste simulador, o carro da Universidade da Bundeswehr dirige por um terreno acidentado. O laser faz a varredura dos arredores, e o computador desenha um mapa tridimensional da área.
Foto: Universität der Bundeswehr/TAS
Orientação por satélite, radar e câmera USB
Robôs também podem ver usando outros tipos de sensores. Este robô desenvolvido no Instituto Fraunhofer para Comunicação e Informação (FKIE), na Alemanha, usa uma câmera USB comum para sua leitura ótica. Pequenos sensores de radar e receptores de GPS determinam a localização exata no mapa.
Foto: DW/Fabian Schmidt
Made in Germany
Pesquisadores da Daimler também estão usando câmeras de leitura ótica para construir carros mais seguros. Os sensores por trás dos para-brisas observam o que está acontecendo na estrada. Os sistemas de segurança ativa de tráfego da Daimler renderam à companhia a nomeação para o Prêmio Alemão de Inovação (Deutscher Zukunftspreis), em 2011.
Foto: Deutscher Zukunftspreis/Ansgar Pudenz
Pixels se tornam movimentos
Os sensores reconhecem uma nuvem de pixels. A partir desses pixels, o computador pode determinar quão rápido diferentes áreas da imagem estão se movendo. Isso dá ao computador uma noção completa do que está acontecendo ao redor do carro.
Foto: Deutscher Zukunftspreis/Ansgar Pudenz
Frear ou manobrar?
O computador determina para onde um objeto provavelmente irá se mover e age de acordo. O pedestre, que vem da direita, está marcado em laranja, o que significa perigo. O tráfego, à esquerda, está sinalizado em verde, ou seja, nenhum perigo.