Presidente aprova parceria entre fabricantes de aviões, mas diz que transferência do controle sobre empresa brasileira está "fora de cogitação". Governo brasileiro tem poder para vetar decisões da companhia.
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O presidente Michel Temer descartou nesta sexta-feira (22/12) a possibilidade de venda da Embraer e garantiu que a transferência de controle da fabricante de aviões para a americana Boeing não é cogitada.
"Toda parceria é bem-vinda. O que não está em cogitação é a transferência do controle. Injeção do capital estrangeiro será muito bem vinda, a dificuldade é a venda do controle", ressaltou Temer, durante um encontro com jornalistas, após a confirmação pelas empresas da negociação.
Ao lado do ministro da Defesa, Raul Jungmann, o presidente lembrou ainda que o governo brasileiro possui na Embraer uma golden share, ação que lhe confere o poder de dar o aval sobre as decisões da empresa. Dessa maneira, o Brasil manteve seu poder de veto nas decisões da Embraer quando a privatizou, há mais de duas décadas.
O ministro da Defesa destacou que o governo vê com bons olhos o interesse de outras companhias em fazer parcerias com a Embraer, mas não cogita sua venda, pois a fabricante está no centro de um projeto de soberania nacional. A empresa está envolvida em projetos militares e no controle de um satélite brasileiro.
"Isso tudo é soberania e interesse nacional, nós não podemos negociar soberania e interesse nacional. No entendimento deste governo do presidente Temer, soberania é inegociável. Agora, todo o restante, que seja bom para a empresa, que ajude a aumentar as vendas, será bem-vindo", acrescentou Jungmann.
Em comunicado, a Boeing e a Embraer confirmaram nesta quinta-feira que estão negociando uma parceria. As fabricantes ressaltaram, porém, que não há ainda nenhuma garantia de um acordo.
A fusão entre Boeing e Embraer seria uma resposta da companhia americana ao anúncio, feito há dois meses, da união entre a Airbus e a canadense Bombardier, quarta maior fabricante de aeronaves do mundo e principal adversária da Embraer no mercado de aviões para voos regionais.
Com valor de mercado estimado em 3,7 bilhões de dólares, a Embraer é a terceira maior fabricantes de aviões do mundo e, ao lado da Bombardier, líder no mercado de jatos regionais. Os rumores sobre as negociações elevaram em mais de 20% os valores das ações da empresa na Bovespa.
CN/abr/afp/rtr/ots
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Os 100 anos da Boeing
A história da Boeing começou num galpão para navios junto ao lago Union, em Seattle, nos EUA. William Böing, filho de imigrantes alemães, inicialmente queria construir um iate, mas descobriu sua paixão por aviões.
Foto: picture alliance/ZUMA Press/L. Faerberg
O começo
O legendário "Red Barn", junto ao lago Union, foi o galpão de embarcações que serviu de hangar para a sede da Pacific Aero Products Company, fundada em 15 de julho de 1916. Um ano mais tarde, a empresa seria rebatizada em Boeing Airplane Company.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
O fundador
Em 1868, o alemão Wilhelm Böing von Hohenlimburg emigrou de Hagen, na Alemanha, para os Estados Unidos, onde trabalhou como negociante de madeira. Seu filho, Wilhelm Eduard Böing (chamado nos EUA de William Edward Boeing), na foto, estudou em escolas particulares e na Universidade de Yale. O nome alemão Böing foi transformado em Boeing.
Foto: gemeinfrei
Hidroaviões foram os primeiros
A Boeing começou montando hidroaviões. Com o ingresso dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, a empresa recebeu uma encomenda de 50 unidades. Depois da guerra, teve de se reorientar, fabricando várias coisas. Além do transporte de passageiros e de carga, assumiu também o transporte de correspondências.
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Serviço de correio
A primeira viagem aérea internacional de serviço de correio ocorreu em março de 1919. Bill Boeing (à esquerda) e Eddie Hubbard voaram de Seattle a Vancouver, no Canadá.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Transporte de passageiros
Em 1927 foi criada a Boeing Air Transport. O primeiro avião de transporte de passageiros da Boeing foi o modelo 80-A1, cujo voo inaugural aconteceu em 27 de julho de 1928.
Foto: picture-alliance/akg-images
Modernidade na década de 1930
Um Boeing 247D sobrevoa Nova York. O bimotor construído todo em metal chegou ao mercado nos anos de 1930 e é considerado o primeiro avião da era moderna. Nesta década, William Boeing deixou de trabalhar ativamente na empresa. Ele continuou prestando apenas assessoria para a Boeing.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Bombardeiro de Hiroshima
O Boeing B-29 Superfortress, batizado Enola Gay e usado para lançar a bomba nuclear sobre Hiroshima na Segunda Guerra Mundial, foi restaurado e pode ser visto no Smithsonian National Air and Space Museum, em Washington.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Thew
Boeing 707, a nova era
O 707 foi o início de uma nova era no transporte aéreo de passageiros e marcou o começo do domínio da Boeing na aviação comercial. Na foto, a apresentação do primeiro 707, em maio de 1954.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Lançamento do 747, o Jumbo Jet
O Boeing 747 foi lançado em 1968. Os então presidentes da Boeing, Bill Allen, e da Pan Am, Juan Trippe (à esq.) selaram o acordo de venda de aviões para a Pan Am durante uma pescaria. O quadrimotor ficou famoso não só pela tecnologia inovadora para a época, mas também seu glamour. Em seu interior, o serviço de coquetel e, às vezes, até mesmo um piano prometiam uma viagem elegante e relaxante.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Dreamliner, o futuro
A Boeing foi a primeira fabricante a usar fibras de carbono em vez de alumínio na fuselagem do avião. Mas esta inovação custou dinheiro e tempo: o primeiro exemplar deste jato de alta tecnologia foi entregue em 2011, com três anos de atraso.