Temer recria dois ministérios e promove Moreira Franco
3 de fevereiro de 2017
Presidência anuncia criação do Ministério dos Direitos Humanos e nomeia Imbassahy secretário de Governo. Citado na Lava Jato, Moreira se torna ministro da nova Secretaria Geral da Presidência e ganha foro privilegiado.
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O presidente Michel Temer anunciou nesta quinta-feira (02/02) uma série de alterações no primeiro escalão do governo. Além de criar dois novos ministérios, dando status de ministro a Wellington Moreira Franco, ele ampliou a pasta da Justiça e anunciou o nome do novo secretário de Governo.
Atualmente secretário-executivo do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI), Moreira Franco passa a ser ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, extinta em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff e agora recriada por Temer. Além do próprio PPI, a pasta vai ficar responsável pelas secretarias de comunicação e administração, além do cerimonial da Presidência.
Com status de ministro, Moreira passa a ter foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A medida ocorre na mesma semana em que a corte homologou 77 delações premiadas da empreiteira Odebrecht. Em uma delas, Moreira foi citado 34 vezes, acusado de ter recebido dinheiro para defender os interesses da empreiteira. Ele nega qualquer irregularidade.
Além da Secretaria Geral, Temer criou ainda o Ministério dos Direitos Humanos. Até maio do ano passado, quando foi extinta pelo próprio peemedebista, a pasta se chamava Secretaria de Direitos Humanos. A titular será Luislinda Valois, filiada ao PSDB e que exercia o cargo de secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão subordinado ao Ministério da Justiça.
Em meio a uma crise no sistema penitenciário, o presidente alterou o nome da pasta da Justiça, que passou a se chamar Ministério da Justiça e da Segurança Pública e ganhou novas atribuições.
Por fim, Temer anunciou a nomeação do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo. O nome do tucano já vinha sendo especulado pela imprensa brasileira desde o ano passado. O cargo estava vago desde novembro, após a renúncia de Geddel Vieira Lima.
Com a criação dos dois novos ministérios, o governo passa a contar com 28 pastas, três a menos desde que Temer assumiu a Presidência, em maio do ano passado, com a saída de Dilma.
Os três novos ministros devem tomar posse no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, mesmo dia em que as nomeações e a criação das novas pastas serão publicadas no Diário Oficial da União.
"Esse conjunto de iniciativas reforça a busca pela eficiência da gestão e o esforço de atender sempre melhor as demandas da sociedade em políticas concretas em benefício do povo brasileiro", declarou o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, ao anunciar as novas medidas.
EK/abr/ots
Tragédias que afetaram os rumos da política brasileira
Destino do Brasil foi afetado por mortes trágicas de figuras relevantes da política, como o presidente Tancredo Neves, que foi submetido a cirurgia de emergência um dia antes da posse e acabou perdendo a vida.
Foto: Célio Azevedo
A elite política nas mãos de Teori
O ministro do Supremo Teori Zavascki morreu em 19 de janeiro de 2017 na queda de um bimotor que ia de São Paulo a Paraty. Cinco pessoas morreram. Zavascki era relator da Operação Lava Jato no STF. Estavam em suas mãos os acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht, que citam parte expressiva da classe política brasileira. Sua morte gera dúvidas sobre rumos das investigações.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Presidência, um sonho interrompido
Candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos morreu aos 49 anos, em 13 de agosto de 2014, durante a campanha, em trágico acidente de avião. O bimotor Cessna Citation caiu em Santos (SP). Além de Campos, seis pessoas morreram. Sua morte provocou reviravolta na eleição. Marina Silva, a vice na chapa, assumiu a candidatura e passou a liderar a intenção de votos, mas terminou em terceiro lugar.
Foto: AFP/Getty Images
A triste despedida do Senhor Diretas
Ulysses Guimarães foi um dos políticos que mais se empenharam pelo retorno das eleições diretas. Presidiu a Constituinte, em 1987. Teve papel crucial no impeachment de Collor, em 1992, para que a votação fosse aberta. Dez dias depois, o helicóptero que o transportava caiu em Angra dos Reis. O país parou. Nas buscas, havia expectativa de que fosse achado com vida. O corpo jamais foi encontrado.
Foto: Arquivo ABr
O destino e a democracia
Em um lance inesperado do destino, Tancredo Neves, eleito presidente em 1985 por eleição indireta no Colégio Eleitoral do Congresso, foi submetido a uma cirurgia de emergência um dia antes da posse, marcada para o dia 15 de março. Em quase um mês de agonia, Tancredo foi submetido a sete cirurgias. Ele morreu em 21 de abril, deixando incertezas sobre a continuidade do processo de redemocratização.
Foto: Célio Azevedo
Acidente ou atentado?
O ex-presidente Juscelino Kubitschek morreu em agosto de 1976, em acidente de carro. O Opala em que estava, guiado pelo motorista Geraldo Ribeiro, foi atingido por um ônibus e bateu de frente com um caminhão. Como JK perdeu os direitos políticos na ditadura e era crítico dos militares, o acidente foi cercado de dúvidas. Em 2014,a Comissão Nacional da Verdade concluiu que a morte foi acidental.
Foto: AP
Morte inesperada ao deixar a Presidência
Primeiro presidente da ditadura e um dos articuladores do golpe militar de 1964, o general Humberto de Alencar Castelo Branco morreu num trágico acidente de avião, em julho de 1967, quatro meses depois de ter deixado a Presidência. O Piper Aztec PA 23, em que ele viajava, foi atingido na cauda por um caça T-33 da FAB na região de Fortaleza. O enterro, no Rio, foi organizado com honras militares.