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Temer volta atrás e decide participar da cúpula do G20

4 de julho de 2017

Presidente viaja à Alemanha apesar de nesta semana ter início trâmite sobre se acusação contra ele pode ser julgada no STF. Peemedebista diz ter "certeza quase absoluta" de que Câmara dos Deputados não aceitará denúncia.

Temer sobre denúncia da PGR: "Quando você vê a tal da denúncia, vê logo sua inépcia, é frágil, inconsistente."Foto: Getty Images/AFP/E. Sa

O presidente Michel Temer, que na semana passada tinha cancelado sua participação na cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha, voltou atrás na decisão e participará do evento, informaram fontes do Palácio do Planalto nesta segunda-feira (03/07).

A cúpula das 20 maiores economias do mundo acontecerá na sexta-feira e no sábado. Imerso numa grave crise de corrupção que pode levá-lo a um julgamento penal, Temer tinha decidido não comparecer.

No entanto, o Palácio do Planalto divulgou que Temer decidiu viajar à Alemanha. A data da viagem ainda não está confirmada, mas é possível que Temer viaje na quinta-feira, pois a agenda principal da cúpula do G20 será na sexta-feira. Primeiro nome da linha sucessória, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), viaja à Argentina e evita assumir a Presidência temporária – deve ser assumida pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). 

Presidente Temer decidiu embarcar para Hamburgo apesar de nesta mesma semana ter início na Câmara dos Deputados o trâmite que definirá se a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por corrupção passiva pode ser aceita pela Justiça.

Se a Câmara aprovar a denúncia, o Supremo Tribunal Federal (STF) estaria autorizado a iniciar um julgamento penal do presidente, que nesse caso ficaria suspenso de suas funções durante os 180 dias de duração do processo e, se declarado culpado, seria afastado definitivamente do poder. Para escapar de um julgamento, Temer precisa que 172 deputados federais não compareçam ou votem contra a aceitação do processo.

Temer: "Quase certeza absoluta"

O presidente afirmou nesta segunda-feira ter "quase certeza absoluta" de que a Câmara dos Deputados não aceitará a denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot. "Há cerca de 366 deputados indecisos, que são aqueles que vão dar o seu voto no último momento, porque os que são contra são contra mesmo", disse. "Tenho certeza quase absoluta" que o processo será barrado, acrescentou Temer. "Quando você vê a tal da denúncia, vê logo sua inépcia, é frágil, inconsistente."

A denúncia se baseia em delações de executivos do grupo JBS, que acusaram Temer de receber propinas desde 2010 e em uma explosiva gravação na qual o presidente ouve em silêncio e até aparenta consentir com possíveis crimes.

Em 2016, Temer participou da reunião do G20 na China. Ele embarcou horas depois de o Senado ter aprovado o impeachment de Dilma Rousseff.

A Alemanha detém desde 1º de dezembro do ano passado, e pela terceira vez, a presidência do grupo das 20 principais economias globais, e por isso é a anfitriã da cúpula anual de chefes de Estado e de governo. Fazem parte do G20: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e a União Europeia.

PV/efe/lusa/ots

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