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Temor de atentado faz polícia proibir protestos em Dresden

18 de janeiro de 2015

Medida foi provocada por ameaça de morte contra líder de movimento anti-islâmico. Autoridades citaram convocação feita pela internet, mas informaram que não têm indícios de plano concreto de ataque.

Foto: Reuters/F. Bensch

O movimento alemão anti-islâmico Pegida (sigla alemã para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente") anunciou neste domingo (18/01) o cancelamento da manifestação prevista para segunda-feira em Dresden, por "motivos de segurança". A medida foi anunciada depois de um dos organizadores do protesto ter sido ameaçado de morte pelo "Estado Islâmico".

A polícia local também proibiu quaisquer outras manifestações a céu aberto nesta segunda-feira, o que impede também o protesto Dresden für alle (Dresden para todos), de militantes contrários ao Pegida.

"Somos forçados a tomar esta medida, depois de conversas com a polícia", escreveu um dos responsáveis pelo Pegida na rede social Facebook, denunciando ainda "um grave atentado à liberdade de opinião e de manifestação" por parte "de forças terroristas".

Desde final de outubro o Pegida organiza protestos às segundas-feiras em Dresden. Segundo afirmaram os responsáveis pelo movimento, a "ameaça abstrata" que o Ministério do Interior reconheceu que pesa sobre a Alemanha se tornou "uma ameaça de morte concreta" contra um dos líderes do Pegida.

"O assassinato foi ordenado pelos terroristas do Estado Islâmico (EI)", indicou o mesmo representante, acrescentando que o protesto foi cancelado para evitar "danos colaterais" aos participantes da ação.

"Perigo concreto"

"Ao avaliar a atual situação, não consideramos mais um perigo abstrato, mas concreto", afirmou o chefe da polícia de Dresden, Dieter Kroll, através de um comunicado. "Este diz respeito a um membro da equipe de organização do Pegida e às manifestações agendadas para o dia 19 de janeiro de 2015", acrescentou.

A avaliação é baseada em informações das autoridades de segurança alemãs, segundo as quais, terroristas foram convocados a se misturarem aos manifestantes do Pegida para assassinar uma das pessoas da equipe da organização do movimento anti-islâmico.

A convocação se assemelharia a uma mensagem em árabe publicada no Twitter, na qual a passeata do movimento é classificada como "inimiga do Islã". A polícia, entretanto, afirma não ter encontrado indícios concretos do planejamento de um ataque terrorista.

A manifestação de segunda-feira seria a 13ª organizada pelo Pegida em Dresden. Na passada seguinte aos atentados terroristas em Paris, o protesto reuniu cerca de 25 mil pessoas, um recorde destas marchas contra a suposta " islamização" da Alemanha e da Europa.

No anúncio do cancelamento, o movimento pediu ainda "a todos os europeus que defendem a liberdade de expressão e que são contra os fanatismos religiosos" que coloquem nas janelas as bandeiras nacionais e velas.

No sábado, a justiça francesa proibiu a realização, neste domingo em Paris, de uma manifestação que pedia a expulsão de todos os islamistas da França. O protesto tinha sido convocado pelos movimentos Resistência Republicana e Resposta Laica, sob o mote "Desequilibrados, assassinos, loucos... islamistas fora da França".

MD/dpa/afp/epd

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