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Temor em relação à economia chinesa derruba bolsas

24 de agosto de 2015

Fraco crescimento econômico da China abala bolsas da Ásia e da Europa. Shanghai Composite Index tem pior recuo em mais de oito anos, e Dax fica abaixo dos 10 mil pontos pela primeira vez em meses.

Symbolbild New York Stock Exchange Börse Baisse Kurssturz
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane

O fraco crescimento econômico da China coloca em alerta investidores de todo o mundo. Nesta segunda-feira (24/08) o Dax, principal índice do mercado financeiro alemão, ficou abaixo dos 10 mil pontos, pela primeira vez desde janeiro, após as turbulências nos mercados asiáticos. O índice chegou a cair 3,6%.

Também outras bolsas europeias registraram queda no início da nova semana de negócios. O índice da zona do euro Euro Stoxx 50 caiu até 5,6%.

Os mercados de ações asiáticos foram os mais fortemente afetados. O Shanghai Composite Index chegou a recuar 9%, a pior queda em mais de oito anos. O índice japonês Nikkei fechou em queda de 4,6%, ficando pela primeira vez em cinco meses sob a marca de 19 mil pontos. Nas bolsas chinesas, as perdas desta segunda-feira anularam os lucros do ano inteiro.

O governo da China cogita, segundo o Wall Street Journal, adotar diversas medidas para sustentar a economia e o mercado financeiro.

Se durante anos as grandes potências econômicas se beneficiaram do rápido crescimento da China, agora a preocupação que a época de aceleração econômica chinesa esteja chegando ao fim.

Perspectivas pessimistas

A segunda maior economia do mundo cresceu, de janeiro a junho deste ano, 7% em relação ao primeiro semestre de 2014. No entanto, o crescimento foi o mais fraco dos últimos 25 anos. Outros mercados emergentes, como Brasil, também enfrentam desaquecimento.

Para investidores, o que interessa são as perspectivas futuras, mas as estimativas não prometem melhoria. Especialistas acreditam que a tendência de desaceleração da economia da China deve continuar por algum tempo.

O banco central chinês tenta combater a atual tendência, desvalorizando a moeda chinesa yuan, para tornar mais baratas as exportações do país. Muitos acionistas consideram a medida uma prova de que a economia chinesa vai mal das pernas. Os preços de matérias-primas da indústria, como petróleo e cobre, também caíram sensivelmente.

As ações de montadoras automobilísticas alemãs, para as quais a China é um dos principais mercados, estão entre as mais afetadas. As ações da Daimler e a da BMW caíram nesta segunda-feira mais de 3%, cada. Nos últimos dias, más notícias do mercado automobilístico chinês já haviam feito as ações perderem valor.

Euro em alta

Enquanto isso, o euro continua a se valorizar. Na segunda-feira, a moeda europeia subiu pela primeira vez desde fevereiro, retornando à marca de 1,15 dólar.

Especulações de que o banco central dos EUA possa adiar para o final do ano a esperada primeira elevação da taxa de juros desde 2006 pressionam o dólar e, ao mesmo tempo, elevam o valor do euro.

Antes, a perspectiva de um aumento da taxa pelos EUA havia impulsionado o dólar por um longo tempo. Um euro mais forte torna mais caras as exportações alemãs para fora da Europa, o que pode prejudicar a balança comercial alemã.

Na incerteza do mercado de ações sobre se e quando os EUA elevarão a taxa de juros, como esperado, provoca ainda mais nervosismo nos mercados, afirmam analistas.

MD/rtr/afp/dpa

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