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"Temos de romper a terceira onda da pandemia", diz Merkel

29 de março de 2021

Em entrevista, chanceler critica falta de ação dos estados no combate à covid-19 e ameaça impor novas restrições em nível federal. Ela também reafirmou meta de vacinar todos os cidadãos até setembro.

Chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, sinaliza adoção de medidas mais rígídas para conter covid-19. Angele Merkel durante entrevista à emissora ARD
Chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, sinaliza adoção de medidas mais rígídas para conter avanço da covid-19Foto: Wolfgang Borrs/NDR/dpa/picture alliance

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que o país poderá adotar restrições ainda mais rígidas para conter o aumento exponencial de infecções de covid-19. Ela criticou a falta de ação dos estados e sinalizou a imposição de medidas mais duras por parte do governo federal.

Em entrevista à emissora pública ARD neste domingo (28/03), após uma semana bastante turbulenta, Merkel ressaltou que os estados alemães devem fazer mais para combater o coronavírus e criticou o fato de as medidas adotadas pelos governos estaduais divergirem umas das outras.

A chanceler tenta manter a confiança da população em suas políticas de combate à pandemia após sofrer um revés. Na semana passada, ela teve que retroceder de algumas medidas adotadas juntamente com os governadores – um lockdown mais rígido que seria adotado no feriado da Páscoa. O anúncio do bloqueio mais amplo gerou críticas por causa da falta de planejamento, detalhes vagos do plano e cronograma apertado. Merkel admitiu que a medida não havia sido adequadamente planejada e pediu desculpas à população.

"Temos de romper essa terceira onda", disse a chanceler na entrevista. "Precisamos de mais ação nos estados. Precisamos levar as medidas adequadas muito a sério. Alguns estados o fazem, outros ainda não”, criticou.

"Temos nosso 'freio de emergência' [...] infelizmente, não é respeitado em todos os lugares”, destacou. "Espero que haja uma reflexão a respeito disso."

Ela se referia a o mecanismo adotado pelo governo federal em acordo com os estados, através do qual as restrições podem ser relaxadas ou endurecidas de acordo com a incidência de sete dias (número de novas infecções por 100 mil habitantes) em cada estado ou região. Caso a taxa seja de mais de 100 durante três dias seguidos, é ativado o chamado "freio de emergência".

Um dos governadores que tem resistido a "puxar o freio" apesar da alta de casos é Armin Laschet, da Renânia do Norte-Vestfália, que também é presidente de seu partido de Merkel, a CDU, violando o acordo firmado entre Berlim e os governos estaduais.

Angela Merkel concede entrevista à jornalista Anne Will, da emissora pública ARDFoto: Wolfgang Borrs/NDR/dpa/picture alliance

Entre as medidas previstas no mecanismo está a imposição de limites às reuniões sociais. Só ficam permitidos encontros com uma pessoa de outra residência, contando-se também as crianças de menos de 14 anos. Além disso, as máscaras cirúrgicas passam a ser obrigatórias até mesmo em veículos particulares, e não apenas no transporte público.

Merkel disse que, se os estados não agirem, o governo federal terá de adotar novas medidas por conta própria. "Se houver a impressão de que podemos reabrir [o comércio e outras atividades], essa não é a ordem do dia no momento.”

Maior poder de decisão para o governo federal

Se os estados não adotarem medidas adequadas no futuro próximo, a chanceler disse que o governo federal poderá fazer emendas à Lei de Proteção a Infecções para tornar possível a implementação de restrições em nível nacional.

"Somos obrigados por lei a reduzir as infecções", observou. Ela, porém, disse que ainda não decidiu a respeito. Na Alemanha, decisões desse tipo requerem a aprovação das duas casa do Parlamento.

"Precisamos fazer mais, temos a possibilidade de restringir as saídas de casa, de impor novas restrições de contato e aprofundar o uso de máscaras", disse. Ele argumentou que uma estratégia rigorosa de testes também se faz necessária para controlar as transmissões do vírus,

Apesar dos problemas e atrasos nas campanhas de vacinação em toda a União Europeia (UE), a chanceler disse que ainda é possível manter a meta de imunizar toda a população alemã até o final de setembro. Ela ressaltou que a Alemanha não utilizará nenhuma vacina produzida fora da Europa.

O Instituto Roberto Koch, a agência governamental de controle e prevenção e doenças na Alemanha, registrou nesta segunda feira 9.872 novas infecções – 2.163 a mais do que há uma semana.

A taxa de incidência entre 100 mil pessoas em um período de sete dias chegou a 134,4, um aumento significativo em relação ao índice de 107,3 da segunda-feira passada.

rc (DPA, Reuters, AP)

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