Tempestade de inverno deixa ao menos 17 mortos nos EUA
24 de dezembro de 2022
Evento climático histórico varre os Estados Unidos, de oeste a leste e de norte a sul, deixando 200 milhões de pessoas em alerta. Temperaturas chegaram a -50°C.
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A tempestade de inverno Elliot, que afeta os Estados Unidos com fortes nevascas, ventos congelantes e temperaturas de até -50°C, deixou mortos, feridos e frustrou os planos de Natal de milhões de americanos.
Os efeitos do evento climático histórico deixam em alerta 200 milhões de pessoas em 48 dos 50 estados americanos. Após varrer o Oeste, a tempestade deve atingir neste fim de semana a costa leste americana, causando o Natal mais frio dos últimos anos em muitos lugares.
Segundo a emissora NBC, 17 pessoas morreram em decorrência das condições climáticas, a maioria delas em acidentes de trânsito.
Um engavetamento envolvendo cerca de 50 veículos em Ohio matou pelo menos dois motoristas, feriu vários e interditou ambas as pistas da rodovia.
Os motoristas presos na Ohio Turnpike foram evacuados de ônibus para evitar que congelassem em seus carros em temperaturas abaixo de zero, de acordo com o Departamento de Bombeiros e Resgate de Toledo.
O serviço meteorológico americano considera a tempestade de inverno Elliot um "evento histórico" não apenas por causa das temperaturas negativas surpreendentes, mas também pelo tamanho da frente fria vinda do Ártico, que se estende da fronteira com o Canadá, no Norte, até a fronteira com o México, no Sul.
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Planos de viagem frustrados
Em pleno fim de semana de Natal, o serviço meteorológico dos EUA também alertou que viajar nessas condições é "extremamente perigoso e, às vezes, impossível", frustrando os planos de milhões de americanos para as festas. Nessas condições, a visibilidade é severamente afetada e a orientação amplamente prejudicada devido às fortes nevascas.
A tempestade já havia paralisado a maior parte do tráfego na sexta-feira. Inúmeras estradas tiveram que ser fechadas.
O clima extremo também paralisou o tráfego aéreo e ferroviário. Segundo o site FlightAware, mais de 5 mil voos foram cancelados apenas na sexta-feira, e quase 9 mil sofreram atrasos.
Ciclone bomba
Um dos locais mais afetados pelo evento climático é a região dos Grandes Lagos, perto da fronteira com o Canadá. De acordo com os meteorologistas, a área foi atingida na sexta-feira por um ciclone bomba – quando a pressão atmosférica cai muito rapidamente em uma forte tempestade.
Cidades como Cleveland, Detroit e Chicago estão enterradas sob uma espessa camada de neve.
Temperaturas em torno de -45 °C foram medidas nos estados de Montana, Dakota do Sul e Wyoming. No norte de Idaho chegou a fazer -50 °C.
Os meteorologistas alertaram para que as pessoas não saiam de casa devido ao risco de sofrerem queimaduras de frio em poucos minutos. Quem ficar muito tempo fora de casa corre o risco de morte.
No condado de Erie, Marc Poloncarz, responsável pelos serviços de emergência, alertou para sobrecarga. No Twitter, ele pediu que as pessoas liguem para o 911 apenas nos "casos mais críticos e com risco de vida".
Ele também enfatizou que as pessoas devem ficar em suas casas, mesmo que o aquecimento e a eletricidade falhem já que, atualmente, o transporte para abrigos de emergência é quase impossível.
Segundo as autoridades americanas, quase 1,5 milhão de residências em todo o país ficaram temporariamente sem eletricidade devido aos efeitos da tempestade. Os chamados estados da Nova Inglaterra – que inclui Maine, Vermont, New Hampshire, Massachusetts, Connecticut e Rhode Island – foram particularmente afetados.
Alerta de Biden
Na quinta-feira, o presidente americano, Joe Biden, alertou para a gravidade da situação e pediu que a população siga as recomendações das autoridades.
"Este é realmente um alerta meteorológico muito severo. E vai de Oklahoma ao Wyoming, e do Wyoming ao Maine. Há consequências reais. Por isso, encorajo todos a seguirem os avisos locais", disse Biden em declarações à imprensa no Salão Oval da Casa Branca, em Washington.
Biden sublinhou que não se trata de um evento normal de neve, mas de algo "extremamente sério".
le (ots)
O poder de destruição da natureza
Água, vento, fogo ou gelo: grandes desastres naturais causam mortes por todo mundo, afetando a vida de milhões de pessoas. Confira algumas das catástrofes naturais registradas no último século.
Foto: Getty Images/AFP/J. Barret
Enchente na China em 1931 pode ter matado até 4 milhões de pessoas
Em 1931, a cheia dos rios Amarelo, Pérolas, Yangtzé e Huai devastou parte da China. A enchente, que durou de julho a novembro, inundou mais de 88 mil km² e deixou outros 21 mil km² parcialmente inundados. Não há registro exato do número de mortos, mas estima-se que de 1 milhão a 4 milhões de pessoas morreram em decorrência da tragédia e de seus efeitos secundários, como a fome.
Foto: picture-alliance/AP Images
Por falta de aviso à população, ciclone mata pelo menos 300 mil em Bangladesh
Em novembro de 1970, o Paquistão Oriental (atual Bangladesh) esteve no caminho do ciclone Bhola. Meteorologistas disseram ter previsto a tempestade, mas que não havia meios de comunicar o risco à população. Como resultado, ao menos 300 mil pessoas morreram – algumas estimativas chegam a meio milhão de mortes. Em 1991, Bangladesh foi atingido por outro ciclone, que deixou cerca de 138 mil mortos.
Foto: Getty Images
Terremoto acaba com cidade na China
A cidade industrial de Tangshan, na China, foi arrasada por um terremoto de magnitude 7,6 em 28 de julho de 1976. Em minutos, a cidade praticamente deixou de existir, com o colapso da maioria dos prédios. O abalo sísmico matou 242 mil pessoas, segundo o governo chinês – o recorde entre os terremotos ocorridos no século 20.
Foto: Imago/Xinhua
Erupção riscou cidade colombiana do mapa
O vulcão Nevado del Ruiz, na Cordilheira dos Andes, riscou do mapa a cidade de Armero, em 13 de novembro de 1985, na Colômbia. Uma erupção provocou um degelo, formando uma avalanche de lama e cinza vulcânica que atingiu um raio de 100 km, matando mais de 23 mil pessoas, entre elas, Omayra Sánchez, de 12 anos, que agonizou por 60 horas em frente às lentes do mundo todo sem possibilidade de resgate.
Foto: AP
Diretor de cinema e equipe soterrados por avalanche
Uma avalanche acima do povoado de Nizhny Karmadon, na Rússia, deixou 127 mortos em 20 de setembro de 2002 – entre eles o ator e diretor russo Serguei Bodrov Jr. e a equipe de 24 pessoas que filmavam no local no momento do desastre. Acredita-se que a tragédia tenha sido causada por um pedaço de uma geleira que se soltou das montanhas do Cáucaso e rolou em direção ao vilarejo.
Foto: AP
Mais de 230 mil mortes um dia depois do Natal
Em 26 de dezembro de 2004, um maremoto no Oceano Índico com intensidade 9.1 na escala Richter causou ondas de até 30 metros de altura, que devastaram regiões de 13 países, deixando quase dois milhões de desabrigados e ao menos 230 mil mortos. Somente na província indonésia de Acé morreram 170 mil pessoas.
Foto: Pornchai Kittiwongsakul/AFP/Getty Images
Furacão rompe barragens e deixa cidade debaixo da água nos EUA
Um dos furacões mais conhecidos da história dos Estados Unidos teve efeitos devastadores em Nova Orleans, na Luisiana. Ocorrido em 2005, o Katrina matou cerca de 1.800 pessoas, fez com que 250 mil perdessem suas casas e provocou danos estimados em cerca de 108 bilhões de dólares. Barragens se romperam, deixando 80% da cidade debaixo da água e arrancando até mesmo caixões das sepulturas.
Foto: AP
Ciclone devasta Myanmar e deixa pelo menos 140 mil mortos
O ciclone Nargis afetou, entre outros países, Índia, Sri Lanka, Laos, Bangladesh e, principalmente, Myanmar com sua fúria de categoria 4, em 2 de maio de 2008. Estatísticas apontam que 140 mil pessoas morreram, mas o número real pode ser próximo de um milhão de vítimas.
Foto: IFRC/dpa/picture alliance
Um terço da população afetada por terremoto no Haiti
Não bastasse ser o país mais pobre da América, em 12 de janeiro de 2010 um terremoto de magnitude 7 na escala Richter destruiu a capital do Haiti, Porto Príncipe, deixando cerca de 220 mil mortos e 1 milhão de desabrigados. Entre as vítimas estava a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Estima-se que 3 milhões de pessoas, quase um terço da população, tenham sido afetadas.
Foto: C. Somodevilla/Getty Images
Enxurrada e deslizamentos matam mais de 900 no Rio de Janeiro
O Brasil não costuma ser assolado por desastres naturais como terremotos e tsunamis. Porém, entre 11 e 12 de janeiro de 2011, uma sequência de chuvas fortes atingiu a região serrana do Rio de Janeiro, causando uma grande enxurrada e vários deslizamentos de terra, com soterramento de casas. O desastre provocou mais de 900 mortes em sete cidades e afetou mais de 300 mil pessoas.
Foto: AP
Tsunami provoca derretimento de reatores e acidente nuclear no Japão
Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9 seguido de um tsunami causou danos devastadores no Japão. A catástrofe matou pelo menos 16 mil pessoas. Na usina nuclear de Fukushima, os núcleos de três dos seis reatores derreteram, causando o pior acidente atômico desde Chernobyl, em 1986. O tsunami fez com que quase 300 espécies marinhas viajassem através do Pacífico até o litoral dos EUA.
Foto: AP
Dezenas de mortos cercados pelo fogo em estrada de Portugal
Uma onda de calor causou vários incêndios em Portugal em junho de 2017. Ao menos 61 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um deles, que atingiu a vila de Pedrógão Grande. Corpos de 30 pessoas foram encontrados dentro de veículos, em uma estrada que foi cercada pelo fogo. Mais de 800 bombeiros trabalharam para extinguir as chamas, com a ajuda de cinco aviões.
Foto: Reuters/R. Marchante
Onda de calor deixa 70 mil mortos na Europa
Embora os brasileiros estejam acostumas e preparados para temperaturas que frequentemente chegam a 40°C, a Europa não costumava, até alguns anos, enfrentar esse tipo de problema. Mas uma onda de calor atingiu o continente no verão de 2003, provocando a morte de cerca de 70 mil pessoas – na Alemanha foram 7 mil mortes. Na foto acima, o rio Reno em Düsseldorf.