Ventos e forte nevasca causaram paralisações no trânsito e corte de eletricidade no sul do país. Transtornos também foram registrados na Rússia e na península da Crimeia.
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Ventos com força de furacão e fortes nevascas deixaram ao mesmo dez mortos e 23 feridos em tempestades de neve que varrem a Ucrânia desde domingo. A tempestade causou danos generalizados no sul da Ucrânia, no sul da Rússia e na península da Crimeia, que Moscou anexou ilegalmente em 2014.
"Como resultado da piora das condições climáticas, dez pessoas morreram nas regiões de Odessa, Kharkiv, Mykolaiv e Kiev", escreveu nesta terça-feira (28/11) o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, no aplicativo Telegram.
A pior situação foi registrada nos arredores de Odessa, que é regularmente alvo de ataques russos, onde centenas de veículos ficaram presos, tendo que ser rebocados na manhã desta terça-feira, incluindo 24 ônibus e 17 ambulâncias, segundo Klymenko. Autoridades da região afirmaram ter ajudado 1.624 pessoas que ficaram presas na neve.
Somente em Odessa, foram contabilizados cinco mortos e 15 feridos. "Vinte e três pessoas ficaram feridas, incluindo duas crianças", acrescentou Klymenko.
Corte de energia
Apelidada de "tempestade do século" e de "mega tempestade" pela imprensa russa, o mau tempo começou no domingo, de acordo com os serviços de emergência. As regiões mais afetadas são a Crimeia, o sul da Rússia e as regiões parcialmente ocupadas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson na Ucrânia, segundo o Ministério da Energia russo.
O Ministério das Situações de Emergência russo informou que o mau tempo matou duas pessoas e deixou cerca de 3 milhões de residentes sem eletricidade no país.
Na Ucrânia, as autoridades disseram que mais de 1.500 localidades ficaram mergulhadas na escuridão devido à tempestade. O sistema elétrico do país já está sob pressão dos bombardeios russos.
Além de acarretar problemas à rede energética, a guerra da Rússia na Ucrânia prejudica os serviços de resgate do país. As autoridades disseram que as regiões de Odessa e Mykolaiv foram as mais atingidas pelos blecautes, com 40 mil casas inicialmente afetadas na região de Kiev.
Na noite de segunda-feira, 15 mil residências na região da capital ainda estavam sem luz.
As equipes de resgate também ajudaram quase 2.500 pessoas somente em Odessa. Os serviços de emergência disseram que trataram pessoas com ferimentos causados pela queda de árvores e hipotermia.
Apesar das tempestades, os combates entre as forças ucranianas e russas continuam no leste da Ucrânia.
md/cn (DPA, AFP, Reuters)
A invasão russa da Ucrânia em imagens
Em 24 de fevereiro de 2022, Moscou invadiu o território ucraniano por terra, ar e mar, lançou foguetes e destruiu instalações militares em diferentes partes do país vizinho. Em pânico, cidadãos tentaram fugir.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Ucranianos em pânico
Uma manhã dramática na Ucrânia. Depois que a Rússia iniciou um ataque ao país vizinho. e se ouviram as primeiras explosões – inclusive na capital, Kiev –, muitos fugiram. Veículos militares circulavam pelas ruas da cidade, enquanto residentes faziam as malas e tentavam deixar o local.
Foto: Sputnik/dpa/picture alliance
Filas de carros em Kiev
O desespero dos civis ucranianos gerou um enorme congestionamento na principal avenida em direção ao oeste de Kiev. O ataque foi anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, num pronunciamento, alegando ter iniciado uma operação militar contra a Ucrânia para de "desmilitarizar" o país e eliminar supostas "ameaças" contra Moscou.
Foto: Chris McGrath/Getty Images
Ataques aéreos
Explosões foram ouvidas alguns minutos depois do fim do pronunciamento de Putin. Nesta foto, vê-se um outdoor aparentemente destruído por um míssel, em Kiev. O governo ucraniano falou de uma "invasão em grande escala" de seu território, assegurando que o país "se defenderá e vencerá".
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Tropas ucranianas se mobilizam
Tanques ucranianos se deslocam para a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. As Forças Armadas ucranianas são as segundas maiores da região, porém a Rússia as supera em todas as áreas, exceto no número de soldados na ativa.
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Explosões em várias partes do país
Soldados examinam os restos de um foguete numa praça da capital ucraniana. Além de Kiev, explosões atingiram várias cidades próximas à fronteira com a Rússia. O mesmo ocorreu nas regiões costeiras, bem como na cidade portuária de Odessa, próxima à Península da Crimeia, ocupada por Moscou.
Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
Rússia destrói instalações militares
Algumas partes da Ucrânia ficaram cobertas por fumaça preta após as explosões. A coluna de fumaça nesta foto parte de um aeroporto militar que teria sido atingido por bombardeios, perto da cidade de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images
Ameaça à população
O Ministério da Defesa russo afirma que não visa cidades e "não há ameaça à população civil". A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia descreveu o espaço aéreo ucraniano como "zona de conflito ativo". Os metrôs de Kiev foram liberados ao público e muitos civis se abrigaram nas estações, como mostra esta foto.
Foto: AFP via Getty Images
Explosões em áreas residenciais
Apesar do que diz o governo russo, há relatos de explosões em áreas residenciais. Bombeiros tentam conter um incêndio num bloco de apartamentos após um suposto ataque aéreo na localidade de Chuhuiv, perto de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance
Invasão por terra
A invasão russa à Ucrânia ocorre também por mar e terra. Esta foto capturada por uma câmera de vigilância e publicada pelas autoridades fronteiriças da Ucrânia mostraria veículos militares russos cruzando a fronteira na Crimeia, em direção à Ucrânia. Essa península foi anexada pela Rússia em março de 2014.
Foto: State Border Guard Service Of Uk/picture alliance/dpa/PA Media
Alguns fogem, outros se preparam
Os efeitos dos ataques podem ser observados em todo o país. Na cidade de Lviv, de 700 mil habitantes, no extremo oeste da Ucrânia, longas filas se formaram em caixas eletrônicos O mesmo ocorreu em supermercados e lojas, na esperança de estocar alimentos e água. Enquanto alguns tentavam fugir, outros pareciam se preparar para se isolar.