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CatástrofeBrasil

Temporal volta a castigar Petrópolis, com ao menos 5 mortos

21 de março de 2022

Pouco mais de um mês após a maior catástrofe natural de sua história, cidade serrana no Rio volta a sofrer com deslizamentos e alagamentos. Volume de chuvas neste domingo supera o esperado para todo o mês de março.

Helicóptero dos bombeiros sobrevoa Petrópolis após temporal em meados de fevereiro
Helicóptero dos bombeiros sobrevoa Petrópolis após temporal em meados de fevereiro, que deixou 233 mortosFoto: Silvia Izquierdo/AP/dpa/picture alliance

Um temporal voltou a castigar Petrópolis, na região serrana do estado do Rio, neste domingo (20/03). Sirenes de alerta voltaram a ser acionadas na cidade.

A Defesa Civil confirmou ao menos cinco mortos e quatro desaparecidos. Uma pessoa foi resgatada com vida pelo Corpo de Bombeiros. Equipes de assistência estão atendendo 149 pessoas desalojadas em pontos de apoio da prefeitura. 

Um boletim divulgado na madrugada desta segunda-feira contabiliza 95 ocorrências registradas na cidade, entre deslizamentos e alagamentos.

"Foi um dia difícil, principalmente depois das 15h, quando Petrópolis foi novamente vítima de grande chuva. Foram mais de 300 milímetros que atingiram a cidade", disse o prefeito Rubens Bomtempo, em vídeo publicado em sua rede social nos primeiros minutos desta segunda-feira.

De acordo com meteorologistas citados pela Rádio CBN, o volume de chuva neste domingo superou o esperado para todo o mês de março na cidade, que é de em torno de 250 milímetros.

No sábado, a Defesa Civil havia emitido alerta sobre a possibilidade de novas chuvas fortes a partir de domingo. O órgão informou que, diante da previsão, equipes operacionais já estavam de sobreaviso e preparadas para receber pessoas em 19 abrigos em caso de necessidade.

As chuvas devem continuar pelo menos até quarta-feira, segundo meteorologistas. Moradores de áreas de risco foram orientados a buscar um local seguro.

Nova tragédia

Em 15 de fevereiro, Petrópolis foi praticamente devastada por um temporal, considerado a maior catástrofe natural da história da cidade, com 233 mortos.

Quatro pessoas estão desaparecidas desde então. As equipes do Corpo de Bombeiros seguem com o trabalho de buscas no Morro da Oficina, onde ainda estaria uma vítima soterrada, e ao longo do rio Quitandinha, a procura de outras três levadas pela força da água.

Segundo o portal G1, duas das mortes ocorridas após as chuvas deste domingo foram registradas no Morro da Oficina, a área mais afetada pelo temporal do mês passado.

"Infelizmente, o caso é semelhante ao que vimos em fevereiro. Mais uma vez, Petrópolis acumula um grande volume de chuvas em um curto espaço de tempo. Para se ter uma ideia, o Cemaden [Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais] detectou 118 milímetros em menos de uma hora. Isso equivale praticamente à metade da média de chuva prevista para todo o mês de março", disse o meteorologista César Lopes em entrevista à Globo News. 

"O que estamos prevendo ao longos dos próximos dias, pelo menos até quarta-feira, indica uma condição similar ao que ocorreu em fevereiro, infelizmente. Ainda há previsão de mais alagamentos e risco, com esse solo mais úmido, de deslizamentos", afirmou.

LF (ABR, ots)