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Hotel é coisa do passado

21 de novembro de 2010

Mais e mais pessoas estão fazendo dinheiro abrindo suas casas para turistas. Mesmo disponibilizando somente um colchão ou um sofá-cama, o mercado está aberto para todos os gostos e bolsos. Hotel é coisa do passado.

Mercado de acomodações privadas é tendência mundialFoto: onefinestay

Milhões de pessoas adoram viajar, mas poucos querem ser taxados como turistas. A palavra está se tornando, cada vez mais, sinônimo de não se ter a verdadeira vivência dos novos lugares visitados. Uma dos pontos fundamentais que diferenciam turistas de residentes do local é a acomodação, a não ser que se tenha a oportunidade de pernoitar em uma residência privada.

Fundado em Londres, há um ano, o site One Fine Stay é um serviço de alto padrão que oferece residências privadas como resposta à frieza e à falta de aconchego dos quartos de hotel. Em sua página de internet, a empresa oferece mais de 20 residências em Londres.

Toque de luxo

"As pessoas estão entediadas e frustradas com a vivência generalizada de ser um turista," declarou o fundador do One Fine Stay, Greg Marsh. Para o empresário, a resposta é o "não-hotel", ou seja, ficar na casa de alguém que está fora da cidade por alguns dias e se sentir como um morador. O negócio é lucrativo para ambas as partes, pois milhares de domicílios em cidades como Londres passam semanas ou até meses desocupados, explicou Marsh.

Apartamentos atraem famílias e pessoas que viajam a negóciosFoto: onefinestay

O site de Marsh oferece seus serviços não só para quem procura um lugar para ficar, mas também para quem oferece a sua casa. "Eu nunca teria considerado colocar meu próprio apartamento para alugar, mas fazer isso em alto estilo mudou minha opinião," disse Tina Steiner, que recentemente disponibilizou seu apartamento de dois quartos no norte de Londres para usuários de One Fine Stay.

Os valores das diárias são proporcionais aos aluguéis das propriedades e ao período de permanência. Também são oferecidos aos hóspedes serviços extras que são pagos à parte. Isso inclui roupas de cama luxuosas, toalhas de banho e até um iPhone carregado com dicas de restaurantes e passeios na região. "Nossa equipe deixa o propriedade pronta para receber os clientes. Eles só precisam avisar as datas que estão viajando", disse o responsável pelo One Fine Stay.

Nenhum espaço é pequeno demais

A maioria dos sites que oferecem esse tipo de serviço tem um público-alvo diferente. Para abrigar esses hóspedes, não é preciso necessariamente sair de casa. Em Berlim virou tendência, nos últimos anos, pessoas transformarem suas casa em pequenos bed and breakfasts. Com o aumento do turismo e o interesse dos jovens pela cidade, muitos berlinenses alugam seus quartos de hóspedes para viajantes que querem gastar pouco e vivenciar a cidade com outros olhos.

O site 'Crashpadder' oferece de colchões a apartamentos em 75 diferentes cidadesFoto: crashpadder.com

Muitos mochileiros não se incomodam em dividir quartos ou apartamentos. Eles querem viajar, interagir e viver como um residente nas cidades que visitam, sem os pontos negativos de ficar em um albergue," disse Stephen Rapoport, fundador do Crashpadder, site que possibilita a seus usuários disponibilizar qualquer espaço livre em suas casas para alugar.

Rapoport disse que a maioria das pessoas que procura seus serviços fica em casas de famílias e desfrutam de um nível de conforto comparado com o de um hotel decente, mas com custos muito mais baixos.

Com mais de 15 mil usuários, o Crashpadder também tem um grande apelo internacional, com anfitriões em 75 cidades, além de possibilitar a interação social entre os usuários. Todos os anfitriões têm o direito de recusar hóspedes e os hóspedes podem deixar comentários avaliando seus anfitriões.

Férias ou negócios

Os usuários do Crashpadder e do One Fine Stay utilizam o site tanto para viagens de negócios como para turismo. Enquanto no primeiro os viajantes levam em conta o aspecto da sociabilidade, o segundo é uma ótima opção para famílias e grupos em viagens de negócios. "Alugar três quartos de hotel é muito caro," explicou Greg Marsh. "Com uma casa você tem vários quartos, uma sala e uma cozinha à sua disposição. Isso tem atraído muitas famílias."

Em tempos de crise, serviços como esse podem gerar economia para viajantes e uma fonte extra de renda para os proprietários de imóveis. "Acredito que os usuários do Crashpadder realmente querem um dinheiro a mais, mas também gostam da interação social," disse Rapoport. "É uma das maneiras mais divertidas de se ganhar dinheiro que eu posso imaginar."

De Kreuzberg ao Sri Lanka

Viajantes não querem mais ficar em hotéis impessoaisFoto: Hotel Gates / Hahne

Em Berlim, por sua vez, empresas como Crocodilian oferecem quartos e apartamentos dos mais variados preços em quase todas as regiões da cidade. Outro gigante nesse mercado é o Air BNB. O site baseado em São Francisco teve seu boom com a crise financeira dois anos atrás. Hoje, ele oferece as mais variadas opções de acomodação privada para todos os bolsos em cinco continentes.

"Conectamos pessoas que dispõem de espaço livre com aquelas que estão procurando um lugar para ficar," diz a filosofia do Air BNB. Fundado em 2008, o site conta com propriedades em mais de 8 mil cidades de 160 países.

Outro diferencial do site é que ele funciona como uma rede social onde os usuários têm um perfil com foto e podem dividir preferências e interesses. As ofertas são para todos os gostos e estilos.

Tais ofertas vão desde um quarto no descolado bairro de Kreuzberg em Berlim, com direito a duas bicicletas por 27 euros por noite, a uma minúscula ilha privada no Sri Lanka com diária de 740 euros ou uma luxuosa casa nas montanhas da Cidade do Cabo por 1.104 euros por pernoite.

Autores: Sarah Stolarz/ Marco Sanchez
Revisão: Carlos Albuquerque

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