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"Teremos de novo nazistas no Reichstag", afirma ministro

11 de setembro de 2017

Social-democrata Sigmar Gabriel afirma que, com provável ingresso do partido populista de direita AfD, haverá "verdadeiros nazistas no Parlamento alemão pela primeira vez desde a Segunda Guerra".

Sigmar Gabriel
Gabriel afirmou que muitos eleitores sentem que suas preocupações sobre migração, segurança e emprego não são atendidasFoto: imago/foto2press/M. Täger

O ministro do Exterior da Alemanha, Sigmar Gabriel, comparou nesta segunda-feira (11/09) o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) aos nazistas, que estiveram no poder de 1933 a 1945. Trata-se de um insulto raramente proferido na política nacional.

Em entrevista ao portal T-Online, Gabriel disse que muitos eleitores estão considerando votar na AfD nas eleições parlamentares de 24 de setembro porque sentem que suas preocupações sobre migração, segurança e emprego não estão sendo abordadas nesta campanha eleitoral.

"Se tivermos azar, essas pessoas enviarão um sinal de insatisfação. Aí teremos, pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, de novo verdadeiros nazistas no Reichstag [prédio do Parlamento alemão]", disse Gabriel, que é social-democrata.

Não é a primeira vez que Gabriel compara a sigla aos partidários do regime nazista, mas o insulto raramente é usado por políticos alemães para se referir a adversários de campanha.

Em outra entrevista, publicada em junho de 2016, ele havia traçado um paralelo entre o programa e as declarações da AfD com a ideologia nazista. "Tudo que eles estão dizendo eu já ouvi antes, especificamente do meu próprio pai, que foi um nazista até o último suspiro", disse ele na ocasião. 

Fundada em 2013 como um partido eurocético, a AfD mudou seu foco depois que a crise da zona do euro arrefeceu, passando a fazer campanha contra a imigração, especialmente depois da decisão da chanceler federal, Angela Merkel, de abrir as fronteiras da Alemanha para mais de um milhão de imigrantes e refugiados em 2015.

O partido tem assentos em 13 das 16 dos parlamentos estaduais da Alemanha e deve ingressar no Parlamento nacional na eleição do dia 24 de setembro. De acordo com pesquisas, a AfD deve conquistar de 8% a 11% dos votos, acima da cláusula de barreira de 5%.

Gabriel, que liderou até o início do ano os social-democratas, que fazem parte da "grande coalizão" de Merkel, disse ainda que a AfD está ganhando força nas comunidades e cidades negligenciadas da antiga Alemanha Oriental.

"Devemos mudar o rumo e não apenas reembolsar o custo do acolhimento de imigrantes, mas também dar às comunidades locais o mesmo montante para que elas possam fazer mais por seus cidadãos", disse.

JPS/rtr/ots

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