As consultas sobre o controverso programa nuclear iraniano entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais a Alemanha terminaram sem avanços, na noite desta terça-feira (18/04) em Moscou. "No encontro não foi aprovada qualquer decisão que suponha um avanço", assinalou uma fonte próxima das conversações à agência de notícias Interfax.

Durante as consultas, "abordou-se a elaboração de uma posição consolidada das seis partes em relação ao Irã, sobretudo à luz da reunião do Conselho de Segurança da ONU de 28 de abril que tratará deste problema". O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos, Nicholas Burns, cancelou a curto prazo uma entrevista coletiva devido à "ausência de resultados", informou um diplomata norte-americano.

A reunião de três horas, realizada a portas fechadas, foi em nível de vice-ministros das Relações Exteriores da Alemanha, Rússia, Estados Unidos, China, Reino Unido e França. Os seis países defendem que o Irã não desenvolva armas nucleares, mas diferem no que diz respeito ao direito de Teerã de dispor de um programa nuclear com fins civis.

Moscou e Pequim insistem na via diplomática

Enquanto os Estados Unidos e, em menor escala, os países europeus estão dispostos a levar o dossiê nuclear iraniano ao Conselho de Segurança da ONU, Rússia e China resistem a esta opção, que poderá levar a sanções. No que se refere ao uso da força, só os Estados Unidos não a excluem, enquanto Moscou e Pequim insistem na necessidade de seguir a via diplomática.

O Irã tem até ao dia 28 deste mês para cumprir as exigências da comunidade internacional, já que nessa data a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informará o Conselho de Segurança da ONU sobre o cumprimento por Teerã das suas obrigações internacionais.

Um grupo de inspetores da AIEA visitará na próxima sexta-feira a central nuclear de Natanz, uma semana depois de o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinedjad, ter anunciado que o seu país havia conseguido enriquecer urânio.

O programa nuclear iraniano será abordado pelo presidente norte-americano, George W. Bush, durante a visita oficial do presidente chinês, Hun Jintao, cuja parte diplomática e protocolar começa nesta quinta-feira.