Tremor de magnitude 7,1 ocorre no aniversário de sismo devastador de 1985. Prédios na capital são destruídos, enquanto cidadãos e equipes de resgate buscam por vítimas. Autoridades falam em mais de 230 mortos.
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Um terremoto de magnitude 7,1 atingiu o centro e a capital do México nesta terça-feira (19/09), causando pânico na megalópole de 20 milhões de habitantes justamente no dia que marca o 32º aniversário do devastador tremor de 1985. Mais de 230 pessoas morreram, segundo o governo.
A maior parte das mortes (100) se concentra na Cidade do México. Houve vítimas também no estado de Morelos (69), Puebla (43), no estado do México (13), Guerrero (4) e Oaxaca (1).
O número pode aumentar ainda mais, na medida em que as buscas por vítimas continuam. Há dezenas de prédios destruídos, e em alguns deles autoridades estimam que existam pessoas soterradas.
"A prioridade neste momento é continuar o resgate de quem ainda está preso e dar atendimento médico aos feridos", disse o presidente do México, Enrique Peña Nieto, em mensagem em cadeia nacional.
O líder decretou nesta quarta-feira três dias de luto nacional em homenagem às vítimas da tragédia. "O México compartilha sua dor", escreveu a presidência do México em rede social.
O terremoto é o mais mortal a atingir o país desde o sismo de 1985, que matou milhares de pessoas. Ele ocorre menos de duas semanas após outro forte tremor, de magnitude 8,2, que deixou 90 mortos no sul mexicano no início do mês.
O tremor de terça-feira levou milhares de pessoas a abandonarem edifícios empresariais e deixou o trânsito parado no centro da Cidade do México. Imagens divulgadas pela mídia mexicana e em redes sociais mostram prédios danificados e ruindo e ruas cobertas de escombros. Partes da cidade ficaram sem energia elétrica e sinal de telefone.
O prefeito da Cidade do México, Miguel Ángel Mancera, informou que muitas pessoas ficaram presas nos escombros de edifícios que ruíram, embora o número ainda não esteja claro. Segundo o político, prédios caíram ou sofreram danos sérios em pelo menos 45 áreas da capital.
A busca por sobreviventes segue principalmente na escola Enrique Rébsamen, na Cidade do México, onde morreram ao menos 37 pessoas, sendo 32 crianças e cinco adultos, segundo números oficiais. Até o momento, 14 pessoas foram resgatadas com vida.
O aeroporto internacional da Cidade do México chegou a suspender suas atividades para que verificações em sua infraestrutura pudessem ser feitas. Ao menos 180 voos foram afetados. O aeroporto voltou a operar parcialmente por volta das 16h (hora local) de terça-feira.
O presidente mexicano ativou o plano de emergência do país, que permite que as autoridades acelerem a resposta de urgência em situações de maior gravidade.
"Faço um respeitoso apelo à população para que mantenhamos a serenidade e estejamos atentos aos chamados e aos alertas e recomendações da Defesa Civil", declarou o líder, que se dirigia ao estado de Oaxaca no momento do sismo, mas decidiu voltar à capital para acompanhar a situação.
Segundo o Serviço Geológico dos EUA, o tremor de magnitude 7,1 foi registrado às 13h14 (hora local) e teve seu epicentro perto da cidade de Raboso, no estado de Puebla, cerca de 120 quilômetros a sudeste da capital mexicana. A profundidade foi de 51 quilômetros.
Mais cedo nesta terça-feira, exercícios de preparação para tremores haviam sido realizados em prédios da Cidade do México para marcar o aniversário do terremoto de 1985, de magnitude 8,1.
EK/LPF/ap/afp/dpa/efe/ots
Cidade do México em escombros
O relógio marcava 13h14 quando o terremoto atingiu a capital mexicana. Arranha-céus balançaram, edifícios desabaram e pessoas entraram em pânico nas ruas procurando proteção. Imagens de uma catástrofe.
Foto: Reuters/Rafael Arias
Aqui jaz uma casa
Edifícios primeiro balançaram, e depois tombaram feito castelos de cartas de baralho. Depois da dissipação da poeira que se espalhou pela Cidade do México, sobreviventes e ajudantes se confrontaram com imagens quase surreais: onde há minutos havia uma casa, sobraram escombros.
Foto: Reuters/Rafael Arias
Silêncio! Silêncio!
Apenas com as mãos, equipes de resgate procuram por sobreviventes. "Não podemos usar máquinas", disse o ministro do Interior, Miguel Ángelo Osorio. Muito grande seria o perigo de agravar a situação. Outros edifícios podem desabar. Placas com a descrição pedindo por "silêncio" são erguidas para que as equipes de resgate possam ouvir algo.
Foto: Reuters/C. Daut
Não hesite – ajude!
Bombeiros, integrantes de equipes de resgate, mas também pedestres, que pouco antes escaparam com um susto, tentam ajudar. Baldes velhos de tinta são usados para carregar entulho, e garrafas de água foram providenciadas para eventuais sobreviventes. Mas por onde começar?
Foto: Getty Images/R. S. Fabres
Tragédia em escola
Entre os escombros há vozes de crianças. São os restos da escola primária Enrique Rébsamen, na cidade de Coapa. Mais de 30 crianças morreram na instituição. Uma situação inimaginável para os pais, que correram para o local. Havia também um jardim de infância. Algumas pessoas seguem desaparecidas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/C. Cisneros
Um abraço de consolo
Cidade do México, uma metrópole pulsante com milhões de habitantes. O terremoto atinge a capital no meio do dia – as pessoas estão em escritórios, no trabalho ou almoçando. Muitas ficaram em estado de choque. Quem sobreviveu demora para compreender o que ocorreu. Resta um abraço de conforto.
Foto: Reuters/C. Daut
Primeiros socorros
Alimentos, bebidas, remédios e analgésicos são distribuídos espontaneamente pela cidade. Socorristas e médicos estão disponíveis para fornecer rápido atendimento às pessoas. Alguns hospitais danificados precisaram ser evacuados com pressa. Faltam leitos para tratar os sobreviventes.
Foto: Getty Images/R. S. Fabres
Ajuda até a exaustão
Toneladas de detritos, pedras e tijolos precisam ser removidas. Homens e mulheres formam correntes humanas para acelerar a remoção. Eles se protegem contra a poeira com máscaras e receberam luvas de plástico para não se machucarem nos escombros. Muitos ajudam até a exaustão.
Foto: Reuters/H. Romero
Estruturas condenadas
Esta casa não desmoronou por completo, mas dificilmente poderá ser salva. Não há dados sobre os danos causados pelo terremoto. Autoridades falam em mais de 200 mortos, que foram encontrados nas primeiras horas após o tremor. Levará semanas para remover tudo o que foi danificado. Este edifício deve então ser implodido.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Verdugo
Após treinamento, a amarga realidade
Cerca de duas horas antes do tremor, muitas autoridades, empresas e escolas estiveram envolvidas no exercício anual de terremoto, e também houve um teste de alarme. Exatos 32 anos depois do devastador sismo de 1985, a história se repete. Naquela tragédia, cerca de 10 mil pessoas perderam suas vidas. Quantas serão dessa vez?
Foto: picture-alliance/AP/E. Marti
Corrida pela vida
Um registro inicial citou o desabamento de cerca de 40 edifícios na Cidade do México. A situação na capital foi devastadora porque o epicentro do terremoto foi a apenas 130 quilômetros a sudeste da metrópole mexicana. Nos edifícios cambaleantes as pessoas buscaram apenas sair o mais rápido possível – algumas conseguiram salvar suas vidas, e nada mais.