Publicado 1 de janeiro de 2024Última atualização 2 de janeiro de 2024
Foram registrados cerca de 200 tremores, o mais forte deles teve magnitude de 7,6. Alerta de tsunami é suspenso. Equipes tentam salvar feridos sob escombros, mas acesso é difícil em área mais afetada.
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Ao menos 48 pessoas morreram na série de terremotos que atingiu a costa oeste da região central do Japão nesta segunda-feira (01/01), segundo balanço divulgado nesta terça-feira pelas autoridades japonesas.
Anteriormente, os responsáveis haviam dito que 30 pessoas morreram nos abalos. As autoridades também suspenderam o alerta de tsunami emitido nesta segunda-feira, em vigor durante 18 horas, ao longo da costa ocidental das ilhas de Honshu e Hokkaido e do norte da ilha de Kyushu.
Ao todo, foram registrados cerca de 200 tremores. O mais forte deles teve magnitude de 7,6 e com epicentro na península de Noto, área mais atingida e relativamente remota. Milhares de soldados, bombeiros e policiais de todo o país foram deslocados para a região.
No entanto, os trabalhos de resgate são dificultados por estradas fortemente danificadas e bloqueadas. Um dos aeroportos locais teve que ser fechado devido a rachaduras na pista. Numerosas casas desabaram ou foram afetadas por incêndios.
Cerca de 45 mil famílias ficaram sem energia, e faltou água em muitos locais.
Em Suzu, cidade costeira com pouco mais de 5 mil famílias perto do epicentro do terremoto, até mil casas podem ter sido destruídas, segundo o prefeito local, Masuhiro Izumiya. "A situação é catastrófica", disse ele.
A Agência Meteorológica do Japão alertou que outros fortes tremores ainda podem ocorrer nos próximos dias.
O Japão fica no chamado Anel de Fogo do Pacífico, onde placas tectônicas colidem. Terremotos e erupções vulcânicas ocorrem frequentemente nesta área.
Conforme o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, não há registro de brasileiros afetados pelos tremores.
De acordo com relatos da imprensa japonesa, os edifícios balançaram em áreas próximas da capital, Tóquio. As emissoras mudaram para uma programação especial e fizeram apelos urgentes para que os moradores deixassem as regiões atingidas.
"Sabemos que a sua casa e os seus pertences são preciosos, mas suas vidas são ainda mais importantes. Dirijam-se para o lugar mais alto possível", disse um apresentador da NHK aos telespectadores.
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Usinas nucleares não registram anormalidades
O governo do Japão comunicou que nenhuma anormalidade foi registrada nas usinas nucleares localizadas nas áreas atingidas pelos terremotos e também em estações próximas.
A Autoridade de Regulamentação Nuclear do Japão afirmou que a usina de Shika, em Ishikawa, a mais próxima do epicentro do terremoto, já havia parado seus dois reatores para uma inspeção regular antes dos tremores ocorrerem.
Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9 destruiu a principal fonte de energia da central nuclear de Fukushima Daiichi. O tsunami que se seguiu inundou os geradores de emergência. Com isso, o combustível, em três dos seis reatores da instalação nuclear, superaqueceu, causando derretimento de seu núcleo.
Como resultado, houve várias explosões, causadas pelo acúmulo de hidrogênio. As imagens das nuvens de fumaça radioativa sobre as usinas chamaram a atenção em todo o mundo. Partículas radioativas contaminaram mais de mil quilômetros quadrados, e mais de 160 mil moradores tiveram que deixar a região. Cerca de 18 mil pessoas morreram.
md/as (Lusa, DPA, Reuters, AP, AFP)
Os terremotos mais fortes dos últimos 100 anos
Milhares de pessoas morreram no terremoto que abalou o Marrocos em 8 de setembro de 2023. O pior tremor no país em 120 anos atingiu 6,8 na escala Richter. No último século foram registrados sismos ainda mais fortes.
Foto: Toru Hanai/REUTERS
Chile teve o terremoto mais forte
O terremoto mais forte já registrado, de magnitude 9,5 graus na escala Richter, atingiu Valdívia, na costa sul do Chile, por 10 minutos, em maio de 1960. Foram destruídas cidades inteiras e a geografia da região foi alterada. Quase 6 mil pessoas morreram. E o tsunami gerado pelo sismo causou a morte de 130 pessoas no Japão e de 61 no Havaí. Na foto, ruínas do porto de Corral.
Foto: Getty Images/AFP
Grande Terremoto do Alasca
O terremoto que abalou o Alasca em 27 de março de 1964 também é conhecido como "o grande terremoto do Alasca". Ele segue sendo o mais forte já registrado nos Estados Unidos, com magnitude de 9,2. O movimento sísmico e o posterior tsunami mataram 139 pessoas. Na foto, a destruição causada no pequeno povoado de pescadores na ilha de Kodiak.
Foto: Getty Images/Central Press
Megaterremoto submarino no Oceano Índico
O megaterremoto submarino de 26 de dezembro de 2004 no Oceano Índico teve magnitude de 9,1. Ele desencadeou uma série de tsunamis devastadores, que causaram a morte de 280 mil pessoas em 14 países e inundaram cidades costeiras com ondas de até 30 metros de altura. Foi um dos desastres naturais mais mortíferos de que se tem registro. Na foto, a destruição em Sumatra, na Indonésia.
Foto: Getty Images/P.M. Bonafede/U.S. Navy
Terremoto seguido de tsunami no Japão
Um membro da equipe canina de resgate busca vítimas após o terremoto que causou destruição no noroeste do Japão em 11 de março de 2011, que atingiu 9,1 na escala Richter e foi seguido de um terrível tsunami. Eles causaram a morte de cerca de 18,5 mil pessoas e afetaram a planta nuclear de Fukushima.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
O terremoto de Kamchatka
Em 4 de novembro de 1952, foi registrado um tremor de magnitude 9 na costa da península de Kamchatka, no leste da Rússia. O tsunami que se seguiu causou destruição e mortes nas ilhas Kurilas. Mais de 2,3 mil pessoas morreram.
Mais uma vez no Chile
O tremor de magnitude 8,8 que afetou a costa do Chile em 27 de fevereiro de 2010 também está entre os mais fortes do século. Ele não causou tantas mortes como o tsunami posterior, que varreu várias localidades costeiras, elevando a cifra de mortos para 530. O sismo danificou o porto de Talcahuano e provocou perdas milionárias aos pescadores e à indústria local.
Foto: Getty Images/AFP/M. Bernetti
Sismo de 1906 atingiu Equador e Colômbia
Em 31 de janeiro de 1906, um terremoto também de magnitude 8,8 na escala Richter causou destruição e cerca de mil mortes no Equador e na Colômbia. O terremoto se deu devido ao choque das placas de Nazca e a Sul-Americana, causando um tsunami de vários metros de altura. O epicentro localizou-se no Oceano Pacífico diante da fronteira entre os dois países.
De novo o Alasca
O sismo de 4 de fevereiro de 1965 atingiu 8,7 de magnitude e teve seu epicentro nas Ilhas Rat, muito propícias a sismos porque se localizam entre as placas tectônicas do Pacífico e da América do Norte. Elas são um grupo vulcânico de ilhas integradas nas ilhas Aleutas, no sudoeste do Alasca. Na foto, a destruição causada pelo terremoto em Anchorage, maior cidade do Alasca.
Foto: U.S. Army
Em 1950, entre Índia e China
O terremoto de Assam-Tibete, entre Índia e China em 15 de agosto de 1950, atingiu a magnitude de 8,6 graus na escala Richter. O sismo causou destruição tanto na região de Assam, na Índia, quanto no Tibete, e foi fatal para cerca de 4,8 mil pessoas.
Alasca é área propícia a terremotos
O sul do Alasca fica na fronteira entre a Placa Tectônica Norte-Americana e a Placa do Pacífico. Em 9 de março de 1957, aconteceu nas ilhas Aleutas um terremoto de magnitude 8,6 na escala Richter.
Turquia e Síria: luto e indignação
Milhares de pessoas morreram no terremoto que atingiu a Turquia e a Síria em 6 de fevereiro de 2023, com uma magnitude de 7,8 na escala Richter. As cifras assustam: pelo menos 50 mil mortos, 214 mil prédios desabados ou em estado precário, milhões perderam suas moradias. Ao luto dos sobreviventes, juntou-se a indignação de constatar que, em muitos casos, não foram cumpridas normas de construção.