Dispositivo instalado na Austrália Meridional pode alimentar 30 mil casas por uma hora. Construída pela empresa de Elon Musk, bateria armazena energia gerada por turbinas eólicas.
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A Tesla ativou a maior bateria de íon-lítio do mundo. O dispositivo construído pela empresa americana automotiva e de armazenamento de energia começou a fornecer energia à rede elétrica do estado da Austrália Meridional, anunciou o governo local nesta sexta-feira (1º/12). O CEO da Tesla, Elon Musk, havia prometido construir a bateria em 100 dias, e a promessas foi cumprida.
A bateria de 100 megawatts tem uma capacidade de armazenamento três vezes maior que a recordista anterior. O governo da Austrália Meridional disse que a bateria pode ter uma vida útil de mais de 30 anos, mas que necessitará de atualizações.
A bateria gigante faz parte de um plano de 550 milhões de dólares australianos (aproximadamente 420 milhões de dólares) anunciado em março pelo governo da Austrália Meridional, para tornar o estado independente da rede elétrica nacional. O custo da bateria não foi divulgado.
A Austrália Meridional, que depende fortemente da energia solar e eólica, tem enfrentado dificuldades para encontrar uma maneira de reforçar sua frágil rede elétrica desde um apagão sofrido durante uma tempestade no ano passado. Outros cortes de energia assolaram o estado nos últimos meses.
O governo local anunciou que a bateria começou a distribuir energia à rede elétrica do estado na quinta-feira à tarde, fornecendo 70 megawatts. "A Austrália Meridional está liderando mundialmente em energia renovável e despachável fornecida a lares e empresas 24 horas por dia", disse o governador Jay Weatherill.
Embora a bateria possa alimentar 30 mil casas por até uma hora sem qualquer outra fonte de energia, é mais provável que o equipamento seja ativado para tirar a pressão da rede elétrica em momentos de alta demanda.
A bateria está instalada numa usina de energia renovável em Jamestown, cerca de 200 quilômetros ao norte de Adelaide. Na estação, existem cerca de 640 Tesla Powerpacks, conjuntos que contêm cada um 16 baterias individuais. Estas armazenam energia gerada em uma parque eólico próximo, com 99 turbinas e de propriedade da empresa francesa Neoen. Cada Powerpack pesa 1,6 tonelada e mede 2,1 metros de altura, 1,3 metro de comprimento e 0,8 metro de largura.
Baterias de íon-lítio foram comercializadas pela primeira vez pela Sony em 1991 e são consideradas umas das baterias recarregáveis mais eficientes atualmente disponíveis no mercado. Os eletrodos nas baterias são feitos de lítio e carbono, o que os torna leves e altamente reativos.
As baterias exigem pouca manutenção e não requerem ciclos programados, um procedimento que envolve a descarga total de uma bateria e depois recarregá-la novamente para prolongar a vida útil.
As baterias de íon-lítio têm capacidade de armazenar uma quantidade enorme de energia – em média, 150 watts-hora de eletricidade por cada quilograma de bateria. Atualmente são amplamente utilizadas em produtos como laptops e telefones celulares.
PV/dpa/ap
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Dez fontes inusitadas de energia
As reservas de combustíveis fósseis são limitadas e milhões de toneladas de dejetos vão para o lixo a cada dia. Seja com urina, escamas de peixe e até azeitonas, confira dez formas criativas de gerar energia sustentável.
Foto: Wattway/COLAS/Joachim Bertrand
Urina e excrementos
Nossas necessidades fisiológicas podem ter utilidade, em vez de serem descartadas pela descarga. Pesquisadores investigam como usar urina e outros excrementos humanos para gerar eletricidade. Em locais inóspitos, por exemplo em campos de refugiados, isso resolveria problemas de saneamento. Apesar da associação negativa, nossos resíduos corporais algum dia talvez possam ser nossos aliados.
Foto: Imago
Cultivo de algas
A ideia ainda está engatinhando e precisa de pesquisas mais aprofundadas, mas cultivar microalgas pode ser uma solução para fabricar biocombustíveis de forma eficiente e sustentável. Elas são capazes de transformar luz solar e dióxido de carbono em etanol. Mas, mesmo sob condições ideais, a quantidade de energia gerada é ainda muito pequena.
Foto: picture-alliance/dpa/MAXPPP
Quando o vento é fraco
Uma película flexível e superleve que capta energia de ventos suaves. Sua inventora, a sul-africana Charlotte Slingsby, a batizou Moya. A cortina de plástico pode ser instalada em construções já existentes sem exigir reformas caras, nem áreas exclusivas e sem fazer mal a pássaros ou morcegos, como pode ocorrer com grandes turbinas de vento.
Foto: Charlotte Slingsby
Carvão de casca de coco
Lenha ainda é a principal fonte de energia em várias partes do mundo. Cascas de coco podem ser uma alternativa sustentável em países como o Quênia e Camboja, onde gerenciar os resíduos do fruto ainda é um grande problema. Em comparação com o carvão tradicional, ela queima por mais tempo, é mais barata e dispensa o corte de árvores.
Foto: Imago/fotoimedia
Escamas e espinhas de peixe
A indústria de transformação de peixe gera diariamente montanhas de resíduos. Embora as espinhas, escamas e as vísceras oleosas de toneladas de peixes não sejam úteis para o mercado, podem ser usadas para produzir biocombustível. Brasil, Honduras e Vietnã já fazem experiências com essa fonte de energia, mas dificuldades financeiras podem atrapalhar as pesquisas.
Foto: AP
Turbinas de vento camufladas
Imitar a natureza para gerar eletricidade foi a fórmula francesa que levou à árvore de vento. Jerome Michaud-Lariviere, responsável pelo conceito, inspirou-se nas folhas de árvores agitadas pela brisa. A estrutura criada por ele tem 72 miniturbinas no lugar das folhas e produz energia para abastecer 15 semáforos, carregar um carro elétrico ou iluminar uma residência pequena.
Foto: NewWind
Movimento do corpo
Imagine aproveitar cada passo que você dá para acender luzes ou carregar dispositivos eletrônicos. Este é o conceito por trás de superfícies inteligentes localizadas sob pistas de dança, campos de futebol e estações de metrô pelo mundo. A energia obtida pode ser usada nas proximidades. Taí uma boa desculpa para manter o corpo em ação!
Foto: Daan Roosegaarde
Azeitonas viram biocombustível
Parte fundamental da culinária mediterrânea, o azeite de oliva é feito da azeitona. A produção gera quatro vezes o peso do produto final em rejeitos. Uma vez esmagadas para que o óleo seja extraído, as sobras que iriam para o lixo ainda podem ser usadas para fazer biocombustível. O projeto Phenolive gera eletricidade e calor, aproveitando completamente o fruto.
Foto: Fotolia/hiphoto39
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A falta de recursos estimula as pessoas a serem criativas na busca de alternativas. Sobras de colheitas são um problema para descartar, mas podem dar origem a boas soluções. Incinerar caules e folhas de plantações de mostarda, por exemplo, rende eletricidade para milhares de casas na área rural e as cinzas ainda podem ser usadas como fertilizante.
Foto: DW
Rodovias e ciclovias solares
Nem asfalto, nem concreto. Painéis fotovoltaicos feitos de uma resina que comporta bicicletas a caminhões podem pavimentar a rua do futuro. Com lâmpadas LED para criar sinalização sem tinta e aquecimento para prevenir acúmulo de gelo, as rodovias que captam energia solar estão nos planos da França. Em cinco anos, o país pretende construir painéis solares fotovoltaicos ao longo de suas rodovias.