ThyssenKrupp e Tata Steel anunciam fusão no setor de aço
20 de setembro de 2017
Conglomerados de Alemanha e Índia concordam em unir operações siderúrgicas na Europa. Sociedade resultante deve ser segunda maior força da indústria no continente. Governos e sindicatos temem cortes de empregos.
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O grupo industrial alemão ThyssenKrupp e a empresa indiana Tata Steel concordaram em fundir suas operações siderúrgicas na Europa, o que deve convertê-las na segunda maior força do mercado de aço europeu. Governos e sindicatos temem cortes de empregos.
A ThyssenKrupp comunicou nesta quarta-feira (20/09) ter assinado um memorando de entendimento com a Tata Steel para criar uma sociedade de risco partilhado, na qual cada uma terá uma participação de 50% e cuja sede será na Holanda.
Os dois grupos visam economias de eficiência entre 400 e 600 milhões de euros por ano. Ambas as empresas devem cortar cerca de quatro mil postos de trabalho na administração e na área de produção. A assinatura do acordo está prevista para o início de 2018, e a conclusão da operação, para finais do próximo ano.
A siderúrgica resultante da fusão ficaria atrás apenas da ArcelorMittal, líder do setor na Europa, e deve produzir cerca de 21 milhões de toneladas de aço por ano, com vendas estimadas em 15 bilhões de euros. Batizado de ThyssenKrupp Tata Steel, o novo conglomerado deve empregar 48 mil pessoas em 34 localidades diferentes.
"Não vamos implementar nenhuma medida no empreendimento conjunto que não teríamos que adotar por conta própria", afirmou o presidente executivo da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, em comunicado. "A indústria do aço tem enfrentado enormes desafios na Europa há anos."
A ThyssenKrupp, que emprega na sua divisão do aço na Alemanha quase 26 mil pessoas, e cujos produtos variam de elevadores a peças para automóveis e submarinos, já reduziu pessoal nesta divisão nos últimos meses.
Problema de demanda
"A demanda de aço é caracterizada por uma falta de dinâmica. Há excesso de capacidade estrutural no fornecimento e pressão de importação constantemente alta", explicou Hiesinger. Isso significa que várias etapas da cadeia de valor estavam funcionando bem abaixo da capacidade.
A menos que as grandes indústrias do aço tomem medidas, os principais ativos siderúrgicos estarão "sob ameaça de fechamento em médio prazo", alegou Hiesinger. "Na Tata Steel encontramos um sócio em muito boa forma estratégica e cultural. Não só partilhamos uma orientação clara, mas também a mesma percepção da responsabilidade empresarial em relação aos empregados e à sociedade."
O memorando – uma "declaração de intenção" – assinado entre os dois grupos industriais ainda precisa ser aprovado por autoridades reguladoras do mercado.
Em protesto contra o corte de empregos previsto, sindicatos e ativistas convocaram uma manifestação na cidade de Bochum, no oeste da Alemanha, para sexta-feira. É esperada a participação de ao menos cinco mil funcionários do setor siderúrgico.
PV/lusa/afp/dpa/rtr
Dez produtos de que, você não sabia, a Alemanha é líder em exportações
Que a Alemanha é o maior exportador do mundo em carros e máquinas, a maioria sabe. Mas também de produtos como café verde, cacau em pó, cigarros e rum?
Foto: Colourbox/Svetlana Lukienko
Chocolate
A agência de serviços financeiros Vexcash analisou os dados da exportação da Alemanha e constatou que o país é campeão em valor exportado de 50 produtos, alguns dos quais nem crescem em terras alemãs. Eles apenas são beneficiados, processados ou engarrafados no país. Isso acontece, por exemplo, com chocolate em barras ou blocos maiores de 2 kg, cujo valor exportado em 2015 foi de US$ 2 bilhões.
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Cacau em pó
A Alemanha exportou cacau em pó doce no valor de 56,7 milhões dólares em 2015. E o país nem produz cacau. Os maiores produtores estão na África. Já o maior importador de grãos de cacau é a Holanda. A Alemanha está em quarto lugar.
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Cigarros
Os maiores produtores de tabaco são China, Brasil e Índia, mas o maior exportador de cigarro é a Alemanha, seguida de Polônia e Emirados Árabes Unidos.
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Rum e tafiá
O rum não é um clássico produto de exportação do Caribe? Na realidade, apenas a Jamaica e a República Dominicana estão entre as dez principais exportadoras. A Alemanha, com 165,5 milhões de dólares, lidera a lista em valor exportado, seguida pelos EUA e Espanha. Os principais exportadores de rum e tafiá para a Alemanha são Bahamas, França e Holanda (departamentos de ultramar) e Jamaica.
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Café verde
Trata-se de café verde não processado. A Alemanha é o maior entreposto de grãos verdes de café do mundo. O produto é importado por empresas que têm armazéns na região portuária de Hamburgo. De lá elas enviam para seus clientes em outros países. Há também uma forte indústria de torrefação, já que a bebida mais consumida pelos alemães é o café, à frente mesmo da cerveja, com meio litro per capita.
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Fio de cânhamo
Embora o valor de exportação de fio de cânhamo tenha sido só 597 mil dólares, a Alemanha é a primeira do ranking mundial. O material é usado principalmente nas indústrias naval, de carros e construção civil. Considerando o valor importado deste produto pelo país, ele foi bem maior: 3,1 bilhões de dólares.
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Gaitas de boca
Com 13,4 milhões de dólares em gaitas de boca exportadas em 2015, a Alemanha, da tradicional marca Hohner, se consolida neste segmento. Também em termos de quantidade exportada o país está à frente, seguido de China e Japão.
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Mecanismo de relógio
Poderia-se pensar que neste segmento os suíços estão à frente em valor exportado. Mas, devido ao grande número de empresas de tradição no setor, especialmente no leste do país, os produtos alemães têm sua qualidade reconhecida. Já em quantidade exportada, a China é a primeira do ranking, seguida de Alemanha e Coreia do Sul.
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Hóstias
Este pequeno e fino disco de pão feito com farinha e água é conhecido por quem frequenta a igreja. Mas na Alemanha ele também serve de base para alguns tipos de bolacha de Natal. Os maiores exportadores são, nesta ordem, Alemanha, Estados Unidos e França. Leia mais sobre o estudo em https://www.vexcash.com/blog/import-und-export-in-deutschland
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Chucrute e pepinos em conserva
Para fazer valer todos os clichês, a Alemanha é campeã de exportação de chucrute. A região de Spreewald, perto de Berlim, é uma tradicional produtora. Também em pepinos em conserva (tipo cornichon) a Alemanha é campeã em exportações. Mas só pelo valor exportado, pois, considerando a quantidade, a Polônia é campeã em chucrute e a Índia, em pepinos em conserva. A Alemanha é vice nas duas categorias.