Times alemães não são favoritos
14 de setembro de 2004Os clubes apontados como favoritos pelas casas de aposta vêm da Espanha, Inglaterra e Itália – da Alemanha ninguém fala. Depois de dois anos decepciontes nos certames europeus, nos quais os representantes da Bundesliga sequer chegaram às quartas-de-final, Werder Bremen, Bayer Leverkusen e Bayern der Munique iniciam a atual temporada na condição de zebras.
"Os times alemães sempre são perigosos, mas atualmente não estão entre os favoritos", diz Dino Zoff, ex-goleiro e ex-treinador da seleção italiana. Nem mesmo o ex-técnico da Alemanha, Rudi Völler, que enfrentará seu ex-clube (o Leverkusen) como técnico do Roma, aposta nos clubes de seu país. "Os favoritos são o Milan, o Arsenal e, naturalmente, o Real Madri", diz.
Mas não necessariamente os grandes favoritos levam o título. A final do temporada passada foi entre o Mônaco e o Porto, que se sagrou campeão. "É um trofeu que não se pode comprar" diz o ex-técnico do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund, Ottmar Hitzfeld, referindo-se ao fracasso do Real Madri, Barcelona, Arsenal e Chelsea, clubes mais cotados para o título em 2003.
Uma coisa, no entanto, é certa: cada um dos 32 clubes que disputam a Liga dos Campeões ganha uma boa fatia do bolo de prêmios e verbas publicitárias de 430 milhões de euros repartido pela UEFA. São 3,7 milhões de euros como "prêmio" pela classificação e mais 330 mil por partida ganha nas preliminares. Na melhor das hipóteses, o campeão pode faturar 17,5 milhões de euros só em prêmios. Somente em verbas publicitárias, obtidas com a venda dos direitos de transmissão dos jogos pela TV, os times alemães vão ganhar 25 milhões de euros.
Bremen x Inter de Milão
Depois de dez anos de abstinência, o atual campeão alemão Werder Bremen volta à Liga dos Campeões, nesta terça-feira (14/09), enfrentando a Inter de Milão, no estádio Giuseppe Meazza. Será uma prova de fogo, visto que o time levou na bagagem para a Itália uma derrota de 3 a 1 sofrida na Bundesliga e joga sem o meia-esquerda brasileiro Gustavo Nery, que se encontra no Brasil para operar a mão esquerda. Além de Nery, Davala, Jensen e Listzes desfalcam a equipe. Uma das novidades no ataque deverá ser o paraguaio Valdez.
A Inter acaba de reforçar sua defesa com Favalli (ex-Lazio) e Zé Maria (ex-Perugia) e o ataque, com Veron (ex-Chelsea) e Edgar Davids (ex-Bracelona). Ao lado de estrelas como o goleiro Toldo, Mihaijlovic, Recoba e Vieri, o time italiano conta com o atacante Adriano, que foi a principal revelação da revelação da Copa América na seleção brasileira ao lado de Gustavo Nery.
Leverkusen x Real Madri
Uma missão quase impossível terá o Bayern Leverkusen, no jogo desta quarta-feira (15/09), contra os astros do Real Madri. O balanço de cinco confrontos entre as duas equipes não dão muitas esperanças aos alemães: o Leverkusen perdeu quatro vezes e empatou uma. Apesar da derrota de 2 a 0 para o Mainz na Bundesliga, no último fim de semana, os zagueiros brasileiros do Leverkusen, Roque Júnior e Juan, dizem não ter medo de Ronaldo. "Esse a gente conhece melhor do que os atacantes do Mainz", dizem. "Está na hora de conseguirmos uma vitória contra o Madri", diz técnico Klaus Augenthaler.
A "seleção mundial" do Real, que ao lado de Ronaldo ainda conta com Figo, Zidane, Beckham, Raúl, Owen e Roberto Carlos, quer reabilitar-se da eliminação nas quartas-de-final da temporada passada. "Não é uma tarefa fácil. A Alemanha sempre foi um obstáculo difícil para nós", diz Roberto Carlos. Na final da Liga dos Campeões de 2002, o Real ganhou de 2 a 1 do Leverkusen, que ficou sem troféu, mas abocanhou prêmios e cotas publicitárias no valor de 34 milhões de euros naquela temporada. Na fase preliminar do atual certame, o clube espera uma renda de 8,6 milhões de euros.
Bayern de Munique x Maccabi Tel Aviv
Dos clubes alemães, o Bayern de Munique pega o adversário mais fácil na primeira rodada da Liga dos Campeões: o Maccabi Tel Aviv. A equipe israelense é uma página em branco para o time de Lúcio e Zé Roberto. Apesar do esquema de segurança especial montado para a viagem a uma região sacudida pelo terrorismo, os jogadores tentam concentrar-se no futebol. Para evitar peso de consciência, visto que o Irã proíbe a viagem de seus atletas para Israel, o iraniano Hashemian (do Bayern) ficou em Munique – oficialmente com dores nas costas. "Tel Aviv é a chave. Nós precisamos ganhar", disse o presidente do clube, Franz Beckenbauer.
O Bayern de Munique ainda terá pela frente a Juventus de Turin e o Ajax, antes de atingir as quartas-de-final (meta mínima) ou a final, como sonha o meia Michael Ballak. Depois da conquista do título europeu de 2001, o time alemão não passou mais das quartas-de-final e já está há seis partidas sem ganhar fora de casa na Liga dos Campeões. "E o Tel Aviv está sendo subestimado pela imprensa alemã", adverte o diretor do clube, Uli Hoeneß.