Tiroteio fere três em Roma durante posse de novo premiê
28 de abril de 2013Dois policiais e uma passante foram feridos num tiroteio ocorrido neste domingo (28/04) diante do Palácio Chigi, sede do governo italiano, localizado a cerca de um quilômetro de distância do Palácio do Quirinal, sede da presidência, no mesmo momento em que era empossado o novo gabinete de governo da Itália, liderado pelo político de centro-esquerda Enrico Letta.
Testemunhas disseram ter ouvido cinco ou seis tiros. O autor dos disparos, descrito como "bem vestido", foi preso no local, onde uma multidão esperava a chegada de Letta. O homem de 49 anos justificou o ato com sua ira contra os políticos. Não ficou imediatamente claro se o incidente teve relação com a posse do novo governo.
O prefeito de Roma, Gianni Alemanno, descartou pouco depois que o ocorrido tenha fundo terrorista. "Não foi um ato de terrorismo, mas sem sombra de dúvidas o clima dos meses passados não ajudou", declarou.
Um policial foi ferido no pescoço e seu estado é grave, segundo uma fonte policial. O outro foi ferido na perna, e seu estado era menos delicado. Conforme a mídia italiana, uma passante ficou ferida, embora de forma leve.
Presença feminina recorde no novo gabinete
O novo gabinete, composto por 21 membros, integrantes da esquerda, direita e centro do espectro político, tem idade média de 53 anos, significativamente mais baixa que a das administrações anteriores. Ele também inclui sete mulheres, entre elas, a primeira ministra nascida na África.
O novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, de 46 anos, pertence ao Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. Ele disse que está satisfeito com a equipe, ressaltando que esta inclui "uma presença recorde" de mulheres.
Anna Maria Cancellieri, ministra do Interior no governo de Mario Monti, foi nomeada para a pasta da Justiça. Cecile Kyenge, oftalmologista nascida na República Democrática do República do Congo, é a nova ministra da Integração.
Outras nomeações de destaque incluem a ex-comissária europeia Emma Bonino, como ministra do Exterior, e o diretor do Banco da Itália, Fabrizio Saccomanni, como ministro da Economia.
Saccomanni prometeu cortar gastos e impostos e implementar medidas para tirar a Itália da recessão. O governo é apoiado pelo PD de Letta, assim como pelo conservador Povo da Liberdade (PDL), de Sílvio Berlusconi, e a aliança centrista do ex-premiê Mario Monti.
Influência de Berlusconi
Berlusconi descartou a possibilidade de ocupar um posto no gabinete, mas sua influência é assegurada pela presença do chefe de seu partido, Angelino Alfano, como ministro do Interior e vice-primeiro-ministro.
O movimento de protesto Cinco Estrelas (M5S), do humorista Beppe Grillo, assim como a nacionalista Liga do Norte e pequenas legendas de extrema-esquerda e extrema-direita afirmaram que vão permanecer na oposição.
PD, PDL e M5S obtiveram, cada um, cerca de um quarto dos votos nacionais nas eleições de fevereiro, em que a coalizão de centro-esquerda tendo superado os conservadores de Berlusconi por uma estreita margem.
Letta prometeu colocar a economia e a reforma política como prioridades de sua agenda de governo.
MD/rtr/dpa