Top 5 – Os produtos piratas mais vendidos
27 de abril de 2013 Das roupas aos equipamentos eletrônicos e também medicamentos, a falsificação invadiu a vida moderna.
Segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade do Brasil, uma associação civil de combate à pirataria, a falsificação de produtos gera e movimenta mais recursos financeiros ilegais do que o narcotráfico. Por isso, a polícia criminal internacional Interpol definiu a pirataria como "delito do século".
Para os especialistas, a conscientização sobre os malefícios da prática ainda é um desafio – principalmente porque a demanda crescente estimula a fabricação de produtos ilegais. O 7° Congresso Mundial de Combate à Falsificação e Pirataria, em Istambul, na Turquia, de 24 a 26 de abril, discutiu o problema da conscientização.
Pesquisas apontam que, para a maioria das pessoas, a aquisição de produtos piratas se justifica pelo privilégio econômico imediato. Mas os artigos ilegais custam bem menos porque não pagam impostos. A má qualidade da mercadoria também pode causar prejuízos à saúde. Da mesma forma, a pirataria tem conexão com outras práticas delituosas como o crime organizado, a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro.
1. CD e DVD
CDs e DVDs encabeçam a lista de produtos piratas mais consumidos no Brasil desde que a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ) iniciou estudos anuais sobre o assunto, em 2006. Em 2012, 77% dos consumidores entrevistados compraram pelo menos um DVD. 76% compraram pelo menos um CD pirata. Só em 2012, mais de dois milhões de DVDs e CDs foram apreendidos nas rodovias pela Polícia Rodoviária Federal, de acordo com o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Por outro lado, a compra desses itens vem caindo por causa do aumento do download ilegal de filmes e músicas pela internet.
2. Óculos
Um dos principais problemas encontrados nos óculos falsificados é a falta de proteção, nas lentes, para os raios ultravioleta (UVA e UVB). Óculos de sol são muito utilizados no Brasil. De acordo com o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), os óculos têm registrado demanda crescente como instrumento de proteção contra os efeitos nocivos do sol no país, que tem altos índices de radiação. Apesar de recomendado por entidades ligadas ao segmento de oftalmologia, o uso dos óculos de sol pode ser perigoso nos casos em que as lentes não oferecem uma proteção adequada. Óculos de baixa qualidade podem causar até deficiência visual, diz o Procon-SP.
3. Roupas
As roupas de grifes famosas também aparecem entre os produtos falsificados mais consumidos – na lista da Fecomercio-RJ, estão em quarto lugar, atrás dos óculos e à frente de calçados, bolsas e tênis. Mas para quem acha que o problema da falsificação está apenas na falta de qualidade, engana-se. O Fórum Nacional de Combate à Pirataria alerta que o uso de um produto de má qualidade pode até colocar em risco a vida do consumidor – uma camisa falsificada pode começar a soltar tinta, causando alergia, por exemplo.
4. Tênis
Entre os produtos falsificados mais populares também está o tênis. Sonho de consumo especialmente para adolescentes, as cópias grosseiras e malfeitas estão por toda parte. Mas o tênis falso oferece riscos à saúde de quem os usa, segundo especialistas: pode causar lesões nos calcanhares, tornozelos, joelhos e coluna. Os amortecedores de impacto dos tênis falsificados são feitos de plástico e pouco flexíveis. Como não dispõe de um sistema de amortecimento, todo o impacto no solo é transmitido diretamente para as articulações do pé, aumentando o risco de fraturas.
5. Equipamentos eletrônicos
Máquinas fotográficas e celulares são alguns dos produtos eletrônicos falsificados mais comuns, junto com os equipamentos para informática. O site conjunto da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) e da Business Software Alliance (BSA) diz que, de cada dez programas adquiridos ou baixados pela internet no Brasil, mais de cinco são obtidos ilegalmente. Uma diminuição das atividades ilegais ligadas à pirataria poderia criar mais empregos e aumentar a receita da indústria local, diz a BSA.