Autoridades alemãs colocam à venda parte de construção estrategicamente importante na Segunda Guerra Mundial. Prédios históricos estão em condições precárias e precisam de renovação.
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Autoridades alemãs resolveram levar a leilão os restos da ponte de Remagen – importante palco da Segunda Guerra Mundial e imortalizada internacionalmente pelo filme americano A ponte de Remagen, de 1969.
Duas das quatro torres ainda restantes da construção, em grande parte destruída em 1945, estão em um anúncio de venda da BEV, estatal alemã responsável, entre outras tarefas, pela administração de antigas propriedades ferroviárias.
Até ser destruída na guerra, a ponte ligava Erpel a Remagen, e as torres colocadas à venda ficam em Erpel. As outras duas, do outro lado do rio, abrigam um museu.
O preço inicial do leilão não foi informado.O texto descreve as ruínas como "remanescentes de uma estrutura monumental de uma ponte de importância histórica militar suprarregional”.
"Já existem alguns interessados”, afirmou o porta-voz da BEV Jürgen Rothe, em entrevista à agência de notícias DPA.
Os prédios, entretanto, necessitam de reformas, devido ao atual estado precário de conservação. Estima-se que as obras custariam mais de 1 milhão de euros. As torres foram construídas há mais de cem anos e são tombadas pelo patrimônio histórico.
O anúncio de venda adverte que pedaços da fachada estão ameaçados de desabamento. Segundo Rothe, as construções podem interessar a artistas ou associações de aficionados por história. A prefeita de Erpel, Cilly Adenauer, diz que chegou a pensar ser uma piada o anúncio.
Foi entre Remagen e Erpel que, em março de 1945, as tropas aliadas atravessaram pela primeira vez o Reno. No começo daquele ano, os alemães cometeram o erro de deixar um flanco aberto a oeste do rio e foram sendo derrotados sistematicamente. Os remanescentes de suas forças se concentraram na margem direita.
Todas as pontes do Reno haviam sido explodidas pelos nazistas para evitar que os aliados chegassem à outra margem. Mas a má qualidade do explosivo não destruiu completamente a ponte de Ludendorff, em Remagen, que foi usada por um destacamento do Exército dos EUA.
O Terceiro Exército, comandado pelo general George Smith Patton, cruzou o rio em operações audaciosas, não previstas pelas lideranças militares alemãs, numa ofensiva que ajudou a encurtar a guerra significativamente.
No dia 17 de março, a ponte ruiu definitivamente, dez dias depois de ter sido tomada, após a travessia de cerca de 50 mil militares aliados. O desmoronamento causou a morte de 28 soldados americanos.
MD/afp/dpa
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O Dia D foi decisivo para o fim da 2ª Guerra
No Dia D, as tropas aliadas desembarcaram na Normandia e abriram uma segunda linha de combate contra a Alemanha. Era o início do fim da Segunda Guerra Mundial e um momento histórico do século 20.
Foto: picture-alliance/dpa
O dia decisivo
O dia 6 de junho de 1944 entrou para a história como o "Dia D". Não se sabe se o D vem de "Day" (dia, em inglês) ou de "Decision" (decisão). O certo é que foi uma data decisiva. O desembarque dos Aliados na Normandia abriu uma segunda linha de combate contra Hitler. Era o início do fim da Segunda Guerra Mundial e do domínio nazista.
Foto: Imago
Operação Overlord
Esse era o nome em código da operação militar. As praias em que as tropas desembarcaram na Normandia também foram rebatizadas pelos militares como Utah, Omaha, Gold, Sword e Juno. Quatorze países participaram do histórico desembarque. Além de americanos, britânicos, poloneses, canadenses e franceses, a operação contou com a ajuda da Grécia, da República Tcheca e da Austrália.
Foto: Imago
Comandante supremo
O general Dwight D. Eisenhower foi o comandante supremo das Forças Aliadas no norte da Europa. Mais tarde, ele se tornaria o 34º presidente dos Estados Unidos. Nos meses anteriores ao Dia D, o general já havia comandado o desembarque das tropas aliadas na Sicília e na parte continental da Itália.
Foto: Imago
A manhã de 6 de junho de 1944
Pouco antes do início da planejada operação ultrassecreta Overlord, tempestades e chuvas fortes atingiram a Normandia. O mau tempo forçou os líderes a adiar a invasão para o dia seguinte. Nas primeiras horas da manhã de 6 de junho, começou, então, a maior operação de desembarque da história militar.
Foto: public domain
Muralha do Atlântico
Cerca de 160 mil soldados desembarcaram na Normandia no Dia D. Ao longo da costa, dividida em cinco setores, os homens invadiram fortificações da chamada "Muralha do Atlântico", por trás das quais se entrincheiravam as Forças Armadas alemãs. Desprotegidos, os soldados aliados tiveram de chegar às praias acessíveis por água, para, então, posicionarem-se ali contra a linha de inimigos alemães.
Foto: AP
Heróis paraquedistas
Vistos mais tarde como heróis, poucos paraquedistas sobreviveram. Eles foram os primeiros a desembarcar no interior do território inimigo, ainda no escuro, na noite anterior ao ataque. A missão era conquistar posições-chave. Além de pintar o rosto como forma de camuflagem, alguns deles também fizeram pinturas de guerra e de moicanos para trazer sorte.
Foto: Imago
Ataque vindo do céu e do mar
Inicialmente, as praias da Normandia foram bombardeadas pelos Aliados. No interior do país, pousavam milhares de paraquedistas. Em seguida, mais de mil navios de guerra e quase 4,2 mil lanchas de desembarque chegaram à costa francesa. Milhares de aviões e tanques também foram utilizados na operação, e uma chuva de bombas caiu sobre vilarejos, especialmente nas áreas ocupadas pelos alemães.
Foto: picture-alliance/akg-images
Suprimentos para os próximos dias
Como parte da bem-sucedida operação militar na Normandia, depois do desembarque, os Aliados instalaram dois portos para navios de transporte na costa da região. Um desses cais provisórios, cujas peças foram trazidas da Inglaterra, foi o porto de Mulberry, instalado em Colleville pouco depois da invasão (foto).
Foto: Getty Images
Pegos de surpresa
Entre os motivos para o sucesso da operação Overlord está o fato de o comando alemão ter sido pego de surpresa pelo desembarque dos inimigos na Normandia. Os Aliados haviam feito de tudo para que a Alemanha nazista pensasse que Calais, região mais ao norte, seria alvo de uma invasão numa data posterior.
Foto: AP
Líderes nazistas de férias
Sem saber o que estava por vir, algumas das lideranças das Forças Armadas alemãs estavam de férias quando ocorreu o desembarque na Normandia. O general Erwin Rommel, por exemplo, festejava o 50º aniversário de sua esposa no sul da Alemanha. Na foto, as tropas alemãs na costa da Normandia, em 1940 – sem fazer ideia de que, quatro anos mais tarde, seriam derrotadas no mesmo local.
Foto: Imago
A reação do Führer
Em 6 de junho de 1944, Hitler estava em Obersalzberg, no sul da Alemanha. De acordo com a revista "Der Spiegel", militares informaram o Führer sobre o desembarque dos Aliados somente por volta das 10h. Ninguém teria tido coragem de acordá-lo. Ao saber, Hitler teria exclamado euforicamente: "A notícia não poderia ser melhor. Agora os ingleses estão finalmente no local onde podemos derrotá-los".
Foto: picture-alliance/akg-images
Mais 11 meses
Apesar de o desembarque dos Aliados na Normandia ter sido um dos momentos cruciais para o fim da Segunda Guerra Mundial, ainda demorou 11 meses para que o conflito terminasse na Europa. Muitos dos soldados que lutaram no Dia D foram enviados depois para o conflito que teve como palco a região Ásia-Pacífico, onde a guerra se estendeu até setembro 1945.
Foto: AP
Heróis da guerra
Cerca de 57 mil soldados aliados foram mortos durante a Operação Overlord. Outros 155 mil ficaram feridos, e 18 mil, desaparecidos. Do lado das forças alemãs, 200 mil soldados morreram em combate. O dia em que os Aliados desembarcaram na Normandia é comemorado até hoje. Todos os anos, representantes dos países que protagonizaram a guerra e veteranos se encontram para celebrar o Dia D.
Foto: AP
Hoje vizinhos e amigos
A primeira vez que um chefe de estado alemão participou das comemorações do Dia D foi em 6 de junho de 2004. Durante o evento em Caen, o então chanceler federal Gerhard Schröder pediu que as vítimas da guerra não fossem esquecidas. E acrescentou: "Não é a velha Alemanha, daqueles anos sombrios, que eu represento", abraçando, em seguida, o então presidente francês, Jacques Chirac.
Foto: picture-alliance/dpa
Cemitérios de soldados
Vários cemitérios veneram os soldados mortos na invasão, tanto das tropas aliadas quanto de alemães. No cemitério americano de guerra de Colleville sur Mer (foto), perto de Omaha Beach, estão os restos mortais de 9.387 militares americanos. A maioria morreu durante a invasão propriamente dita e as operações militares subsequentes na Segunda Guerra Mundial.