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Torres da ponte de Remagen vão a leilão

8 de maio de 2018

Autoridades alemãs colocam à venda parte de construção estrategicamente importante na Segunda Guerra Mundial. Prédios históricos estão em condições precárias e precisam de renovação.

Torres da ponte de Ludendorff, em Remagen, que foram colocadas à venda
Torres da ponte de Ludendorff, em Remagen, que foram colocadas à vendaFoto: picture-alliance/dpa/H.-J. Rech

Autoridades alemãs resolveram levar a leilão os restos da ponte de Remagen – importante palco da Segunda Guerra Mundial e imortalizada internacionalmente pelo filme americano A ponte de Remagen, de 1969.

Duas das quatro torres ainda restantes da construção, em grande parte destruída em 1945, estão em um anúncio de venda da BEV, estatal alemã responsável, entre outras tarefas, pela administração de antigas propriedades ferroviárias.

Até ser destruída na guerra, a ponte ligava Erpel a Remagen, e as torres colocadas à venda ficam  em Erpel. As outras duas, do outro lado do rio, abrigam um museu.

O preço inicial do leilão não foi informado.O texto descreve as ruínas como "remanescentes de uma estrutura monumental de uma ponte de importância histórica militar suprarregional”.

A ponte, vista do lado de Remagen, ou seja, o lado onde estavam os alemães Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library/ Illustrated London News Ltd

"Já existem alguns interessados”, afirmou o porta-voz da BEV Jürgen Rothe, em entrevista à agência de notícias DPA.

Os prédios, entretanto, necessitam de reformas, devido ao atual estado precário de conservação. Estima-se que as obras custariam mais de 1 milhão de euros. As torres foram construídas há mais de cem anos e são tombadas pelo patrimônio histórico. 

O anúncio de venda adverte que pedaços da fachada estão ameaçados de desabamento. Segundo Rothe, as construções podem interessar a artistas ou associações de aficionados por história. A prefeita de Erpel, Cilly Adenauer, diz que chegou a pensar ser uma piada o anúncio.

Foi entre Remagen e Erpel que, em março de 1945, as tropas aliadas atravessaram pela primeira vez o Reno. No começo daquele ano, os alemães cometeram o erro de deixar um flanco aberto a oeste do rio e foram sendo derrotados sistematicamente. Os remanescentes de suas forças se concentraram na margem direita.

Todas as pontes do Reno haviam sido explodidas pelos nazistas para evitar que os aliados chegassem à outra margem. Mas a má qualidade do explosivo não destruiu completamente a ponte de Ludendorff, em Remagen, que foi usada por um destacamento do Exército dos EUA.

O Terceiro Exército, comandado pelo general George Smith Patton, cruzou o rio em operações audaciosas, não previstas pelas lideranças militares alemãs, numa ofensiva que ajudou a encurtar a guerra significativamente. 

No dia 17 de março, a ponte ruiu definitivamente, dez dias depois de ter sido tomada, após a travessia de cerca de 50 mil militares aliados. O desmoronamento causou a morte de 28 soldados americanos.

MD/afp/dpa

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