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Total busca solução para conter vazamento de gás em plataforma petrolífera

28 de março de 2012

Especialistas estudam alternativas para conter o vazamento, que já dura três dias. A preocupação é que nuvem de gás atinja chama da plataforma.

Foto: picture-alliance/dpa

A companhia francesa Total tenta controlar o vazamento de gás iniciado há três dias em uma de suas plataformas no Mar do Norte. A plataforma de Elgin, localizada a 241 quilômetros da costa de Aberdeen, no leste da Escócia, já foi completamente evacuada.

A preocupação agora é com a queima de óleo, na parte superior da plataforma. "A chama está acesa, como acontece normalmente na plataforma", disse um porta-voz. Especialistas advertemque o gás que está vazando pode entrar em contato com as chamas e causar uma explosão.

David Hainsworth, executivo da Total no Reino Unido, disse que a massa de gás que vaza atualmente está indo para longe das chamas. "Nós sabemos, de acordo com a previsão do tempo, que o vento manterá a mesma direção pelos próximos seis dias e estamos avaliando as alternativas para extinguir o fogo", disse Hainsworth à emissora BBC.

As chamas nas plataformas geralmente são usadas para queimar o excesso de gás que resta ou que o equipamento não consegue capturar. Martin Preston, especialista em poluição marinha na Universidade de Liverpool, disse que o interessante é que as chamas permanecem lá, mesmo três dias depois de a plataforma ter sido desativada.

Chama que queima o gás não capturado pelos equipamentos agora é motivo de preocupaçãoFoto: picture-alliance/dpa

"Em um fogão, quando você desliga o gás, a chama permanece por pouco tempo e se apaga". Esperávamos o mesmo acontecesse com o desligamento da plataforma, disse. Preston acrescentou que é difícil prever se a plataforma irá explodir, porque o vazamento acontece abaixo da base do equipamento, mas um vento forte poderia levantar este gás e fazer contato com as chamas.

O vazamento e a possibilidade de um conserto caro fizeram as ações da Total cair 6% na bolsa de Paris nesta quarta-feira (28/3).

De acordo com as autoridades britânicas, o impacto ambiental causado pelo vazamento de gás e de óleo é mínimo, mas especialistas em contaminação disseram que grande parte do gás pode ser inflamável e tóxico. A fina camada de óleo deve evaporar-se, sem precisar da ajuda de solventes.

Denúncias dos ambientalistas

Ambientalistas denunciam os perigos das perfurações muito profundas que existem pelo mundo todo. A plataforma Elgin bombeia quase 3% da produção de gás do Reino Unido, a perfuração chega a 6 quilômetros abaixo do solo marinho e utiliza tecnologia de vanguarda. Este é um dos vazamentos de gás natural em alto-mar com maior pressão e maior profundidade do mundo.

O Greenpeace também criticou os novos incentivos do governo britânico para a exploração em águas profundas do Oceano Atlântico, a oeste de Shetland. Frederic Hauge, líder do Bellona, o principal grupo ambientalista da Noruega e que acompanha a indústria do petróleo no Mar do Norte, se mostrou surpreso: "Este é um poço do inferno", disse. "Este problema está fora de controle", completou.

Citando fontes anônimas de sua organização, Hauge afirmou que os trabalhadores da plataforma permaneceram por 14 horas tentando conter o vazamento, antes que alguém viesse resgatá-los. "Eles viram bolhas de gás natural no mar, embaixo da plataforma", comentou. "Isto é horrível. Esta situação vai piorar cada vez mais", concluiu.

Alternativas de fechamento

"Existem duas alternativas para intervir", disse Hainsworth à agência de notícias Reuters. "Uma é perfurar um poço de alívio, isso poderia levar uns seis meses. A outra opção é uma intervenção na plataforma para fechar o poço. (...) Esta seria uma opção mais rápida", comentou. Mais rápida, mas mais perigosa, já que seria preciso enviar um grupo de engenheiros até lá.

Além de mobilizar entre 10 e 20 engenheiros especializados, a Total também contratou os serviços da Wild Well Control, que em 2010 trabalhou ativamente para conter o fluxo de óleo da plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México.

"Estamos explorando todas as opções e analisando situações hipotéticas", disse, mostrando a possibilidade de que a própria natureza solucione o problema. "O poço poderia morrer sozinho. Esta seria a opção ideal", finalizou Hainsworth.

KR/afp/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer