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Criminalidade

Terror em Mumbai

DW/Agências (rw/as) 28 de novembro de 2008

Há ao menos 19 estrangeiros entre os mortos. Forças de segurança indianas dizem ter tomado o hotel Oberoi Trident e um centro judaico, onde acharam os corpos de cinco israelenses. Combates continuam no hotel Taj Mahal.

Soldado em ação em MumbaiFoto: AP

Dois dias após a série de atentados terroristas em Mumbai, capital financeira da Índia, subiu nesta sexta-feira (28/11) para mais de 160 o número de mortos, segundo cálculos extra-oficiais divulgados pelas agências de notícias e pelos canais de televisão internacionais. O número oficial das autoridades indianas continua sendo de 125 mortos. Não há consenso sobre o número exato de feridos, que deve passar de 300.

Entre os mortos estão ao menos 19 estrangeiros, entre eles franceses, americanos, israelenses, australianos, japoneses, britânicos, canadenses e italianos. Segundo o Ministério indiano das Relações Exteriores, há também quatro cidadãos alemães entre as vítimas fatais. Um deles é o empresário Ralph Burkei, da Baviera, que estava hospedado no hotel Taj Mahal, um dos alvos dos ataques terroristas, e morreu ao tentar fugir do local. Os demais não foram identificados.

Militares invadiram o hotel Taj MahalFoto: AP

Nesta sexta-feira, as tropas de elite indianas não conseguiram evitar a morte de cinco reféns israelenses em poder de terroristas num centro judaico em Mumbai. Os militares derrubaram uma parede e invadiram o local. Eles disseram ter encontrado os corpos dos reféns e que dois terroristas foram mortos na ação. "Foram encontrados cinco corpos na Casa Shabad", disse o diplomata israelense Eli Belotsercovsky. "Todos eram cidadãos israelenses."

Para Livni, ataque foi bem planejado

A Casa Shabad hospeda tanto mochileiros como homens de negócios. Segundo o diário Haaretz, em dias de semana pernoitam ali pelo menos 30 pessoas e, nos finais de semana, até 80. Entre os mortos no local está o casal de rabinos Holtzberg, que há cinco anos dirigia o centro judaico e era conhecido pela sua hospitalidade.

Para a ministra israelense do Exterior, Tzipi Livni, o ataque à Casa Shabad, localizada numa rua lateral e não numa artéria principal, indica que "os terroristas tinham a intenção de procurar ali reféns americanos, britânicos e israelenses".

No início da noite desta sexta-feira, ainda havia trocas de tiros no hotel Taj Mahal, que as autoridades de segurança haviam dito estar sob controle na quinta-feira. A nova versão dos militares afirma que um terrorista continua no local, com dois reféns. Agentes de segurança disseram ter visto ao menos 50 corpos no hotel.

Helicóptero do Exército indianoFoto: AP

Algumas horas antes, as forças de segurança controlaram o hotel Oberoi Trident, outro alvo dos ataques dos terroristas. Os dois terroristas escondidos no hotel foram mortos, disse o chefe da unidade de elite indiana NSG, Jyoti Krishan Dutt. A polícia disse que ao menos 30 corpos foram encontrados no local. Em torno de cem pessoas foram libertadas.

Entre os que deixaram o hotel estão duas diplomatas do Ministério alemão das Relações Exteriores, sete funcionários da companhia aérea alemã Lufthansa, entre eles três alemães, e um funcionário da empresa química Lanxess. Ainda não há informações se eles foram mantidos reféns ou se haviam se escondido nos quartos.

Especulações sobre autores dos atentados

Refém sorri após ser libertaFoto: AP

Num ataque coordenado, grupos armados atacaram na quarta-feira os dois hotéis de luxo, uma estação ferroviária, um hospital, um restaurante e diversos outros alvos na metrópole financeira da Índia.

A agência de notícias PTI noticiou que, segundo fontes oficiais, três terroristas haviam sido presos na última noite no hotel Taj Mahal. Entre eles estaria um paquistanês. Os extremistas teriam dito que pertencem ao grupo terrorista islâmico pró-Caxemira Lashkar-e-Taiba, mas ainda não há confirmação oficial. Segundo as forças de segurança, este grupo opera a partir do Paquistão.

Ele foi responsabilizado por vários atentados ocorridos nos últimos anos na Índia. Especialistas indianos em terrorismo questionam esta versão: para eles, os terroristas vêm da própria Índia. O governo do Paquistão advertiu para que os atentados não sejam instrumentalizados contra Islamabad.

O Paquistão prefere falar de "inimigos comuns" e assegurou a cooperação para combatê-los. Apesar de uma leve distensão nos últimos anos, as relações entre as duas potências nucleares Índia e Paquistão continuam difíceis.

Atualizada às 19h (Horário da Europa Central)

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