Três coisas para prestar atenção na eleição americana
Michael Knigge
8 de novembro de 2016
A DW Brasil preparou um guia rápido para você entender como será a noite desta terça-feira, decisiva para os Estados Unidos.
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Quais são os estados-chave a serem observados?
Lee M. Miringoff, diretor do Instituto de Opinião Pública do Marist College:
"Estou mais ansioso para ver os resultados da Carolina do Norte e da Pensilvânia. Esses estados são considerados seguros para Hillary. Logo, se Trump conseguir vencer em algum deles – e está bem perto disso na Carolina do Norte – significa que ele evitou afundar num buraco do qual poderia não conseguir sair."
Flórida e Ohio são os estados onde Trump precisa ganhar. Hillary pode perder nesses estados e ainda assim ganhar as eleições. Mas se ela ganhar na Flórida e em Ohio, não haverá muitos lugares onde Trump poderá alcançá-la. Ambos os lados investiram muito tempo e dinheiro na Flórida, porque para Hillary o estado pode significar um nocaute no adversário, e para Trump ele é necessário à sobrevivência na corrida eleitoral."
Sam wang, diretor do Consórcio de Eleição de Princeton:
"New Hampshire e Carolina do Norte são bons indicadores de quem deve vencer as eleições. Se Hillary Clinton ganhar em ambos os estados, ela estará bem colocada na corrida presidencial. Se Donald Trump ganhar em um dos dois ou nos dois estados, saberemos que as nossas pesquisas anteriores já não valem mais. Isso significaria também que ele tem alguma chance de levar essas eleições. É preciso dizer também que Trump precisa vencer na Flórida e em Ohio para ganhar as eleições."
Quando os resultados serão divulgados?
É importante lembrar que quando o vencedor de um estado ou da eleição em geral é anunciado pelas redes de notícias, trata-se de uma projeção baseada em sondagens e votos computados. Após as urnas serem fechadas, pode levar bastante tempo até que os resultados finais sejam divulgados pelos estados.
Como funciona o sistema eleitoral nos Estados Unidos?
As eleições presidenciais americanas não são decididas pelo voto popular, mas pelo Colégio Eleitoral. Cada estado possui um determinado número de delegados, mais ou menos de acordo com a sua população. A Califórnia tem o maior número de delegados (55). Delaware, por exemplo, tem apenas três. No total, são 538 delegados. Para ganhar as eleições presidenciais, é necessário obter a maioria no Colégio Eleitoral, ou seja, 270 votos.
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
Foto: Getty Images/W.T.Cain
A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Reboredo
Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
Foto: Getty Images/AFP/R. Arangua
Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
Foto: Getty Images/J.-J. Mitchell
Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
Foto: Getty Images/O.Kose
Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.