Três em cada quatro crianças alemãs leem livros e revistas
7 de agosto de 2018
Estudo aponta que, apesar da digitalização, jovens de 4 a 13 anos de idade ainda preferem ler no papel. Na hora de brincar, interesse se divide entre smartphones e bonecas e quebra-cabeças.
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A grande maioria das crianças alemãs na faixa dos 4 aos 13 anos de idade lê livros ou revistas impressos várias vezes por semana, aponta uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (07/08).
O levantamento indica que 70% preferem ler publicações impressas. Entre crianças alemãs, dispositivos eletrônicos para leitura ficam em segundo plano.
As crianças seguem utilizando tanto mídias analógicas quanto digitais. Segundo as seis editoras e empresas de mídia envolvidas no estudo, os jovens são "inteligentes o suficiente para lidar com ambos os mundos".
De acordo com a pesquisa, atividades recreativas como passar tempo com amigos e brincar ao ar livre ainda têm uma grande importância para a maioria das crianças na faixa etária analisada.
Ao mesmo tempo, quanto mais velhas as crianças, maior papel desempenham atividades digitais, consideradas importantes por 71% dos entrevistados de 13 anos e por apenas 7% dos de quatro anos.
Segundo o levantamento, dispositivos eletrônicos substituem livros e brinquedos tradicionais a partir dos 13 anos: 92% dos jovens dessa idade têm um smartphone, 55%, um computador, e 26%, um tablet.
Eletrônicos estão no topo da lista de desejos de grande parte das crianças. Para 41%, um celular ou smartphone ocupa a primeira posição, seguido por jogos digitais (33%) e tablets (32%). No entanto, brinquedos convencionais, como bonecas, bichos de pelúcia, bicicletas, jogos de tabuleiro e quebra-cabeças, também integram a lista.
Enquanto, para a leitura, a maioria prefere mídia impressa, no campo do audiovisual, serviços de streaming ou de vídeo ficam cada vez mais interessantes à medida que as crianças crescem.
Dos entrevistados de 13 anos de idade, 35% disseram acessar Youtube, Vimeo e outras plataformas de vídeo gratuitas diversas vezes por semana, para assistir a filmes, séries e programas de televisão. Ao mesmo tempo, as crianças continuam usando aparelhos de TV convencionais.
Para o estudo, as editoras Gruner+Jahr, Panini, Spiegel e Zeit, assim como as empresas de mídia Blue Ocean Entertainment e Egmont Ehapa Media entrevistaram cerca de 3.300 meninas e meninos na Alemanha.
LGF/dpa
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Emocionantes, reflexivos, engraçados ou didáticos: as crianças e adolescentes da Alemanha têm naturalmente seus livros preferidos. Quem quer entender a alma nacional precisa conhecer pelo menos estes dez.
Foto: Karikaturmuseum Wilhelm Busch
Simpáticos seres fantásticos
Os livros de Michael Ende foram traduzidos em dezenas de idiomas, lidos por milhões e premiados. E não podem faltar em nenhuma estante da Alemanha, onde toda criança conhece "Jim Knopf e Lucas, o maquinista". E as aventuras do jovem Bastian no país Phantásien, que ganharam projeção internacional desde que "A história sem fim" chegou aos cinemas, em 1984.
Foto: picture-alliance/dpa
De bruxas, bandidos e feiticeiros
"Era uma vez uma bruxinha...": ela tem 127 anos e gostaria de praticar boas ações. Assim começa um dos apreciados livros de Otfried Preussler. Já a trama de "O ladrão Catabrum" gira em torno do roubo da moedora de café da avó de Gasparzinho e do malvado feiticeiro Petrosilius Zwackelmann. Depois de encantar gerações, ao completar 50 anos, em 2012, a obra entrou na era digital, ganhando um app.
Foto: Thienemann Verlag
Vamos para o Panamá!
O Urso e o Tigre vivem juntos numa casa, felizes e satisfeitos. Até que, um dia, encontram uma caixa em que está escrito "Panamá". Ela cheira a banana. Ambos põem o pé na estrada para encontrar essa sua terra dos sonhos. Faz sentido? Não, mas as crianças adoram essa lógica de fantasia. E ela é o charme que distingue os livros do autor alemão de origem polonesa Janosch, de 85 anos.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch
Monstrinhos de língua presa
Os livros de Max Kruse fervilham de criaturas estranhas: Wutz, Seele-Fant, Wawa, Pinguin Ping e Professor Habakuk Tibatong encontram um ovo gigante. De dentro dele sai... o Urmel. A série de fantoches apresentada na TV também é uma favorita das crianças da Alemanha. Tornando-as ainda mais simpáticas, quase todas as personagens têm alguma falha de dicção: o Urmel, por exemplo, cicia como um dragão.
Foto: picture alliance/dpa/S. Puchner
Hitler e o coelhinho cor-de-rosa
Em "Quando Hitler roubou o coelhinho rosa", Judith Kerr conta a fuga da menina judia Anna, de 9 anos, e de sua família dos nazistas, em 1933. O sensível romance da escritora inglesa nascida dez anos antes, em Berlim, recebeu o Prêmio Alemão de Literatura Juvenil em 1974.
Foto: Ravensburger
Bondade humana
Sem "Emil e os detetives", "Cachos e tranças" e "A sala de aula voadora", nenhuma lista dos clássicos infanto-juvenis alemães estaria completa. Bem humoradas e perspicazes, as obras de Erich Kästner foram traduzidas em mais de cem línguas, e algumas foram também filmadas. Uma frase famosa do autor é: "Não existe nada de bom, a não ser que a pessoa o faça."
Publicadas em 1865, as histórias dos moleques Max e Moritz (Juca e Chico, na tradução de Olavo Bilac) também são um clássico. Seu autor e desenhista Wilhelm Busch é uma espécie de tataravô das histórias em quadrinhos. Porém hoje seus métodos pedagógicos estão um tanto ultrapassados. Como, por exemplo, punir a dupla de travessos moendo-os e dando-os como ração para as galinhas...
Foto: Karikaturmuseum Wilhelm Busch
Os perigos de ser criança
Batizado "João Felpudo" no Brasil, "Struwwelpeter", do médico e psiquiatra Heinrich Hoffmann, é ainda mais antigo, de 1845. E pedagogicamente ainda menos correto: delitos infantis, como falta de higiene, chupar o dedo, hiperatividade ou inapetência são "corrigidos" com humilhações, ferimentos e até mutilações e a morte. Em 1970 foi lançada sua contraparte antiautoritária, o "Anti-Struwwelpeter".
Foto: gemeinfrei
Realidade e ficção se confundem
Em plena "Harry Potter-mania" na Alemanha, Cornelia Funke lançou "Coração de tinta", primeiro volume de sua trilogia do Mundo de Tinta – com milhões vendidos e numerosas distinções. O romance conta as aventuras de Meggie, de 12 anos, que possui o dom de trazer o mundo dos livros para a realidade, ao lê-los em voz alta. A versão filmada foi sucesso de bilheteria.
Humor intraduzível
Cabelos vermelhos, nariz de porquinho, barriga estufada, pintas no rosto: assim é o travesso Sams, figura principal dos livros infantis de Paul Maar. Cheia de jogos de palavras, a série é de difícil tradução, mas várias partes já foram filmadas. O pequeno Sams vive com o senhor Taschenbier, come de tudo e se entende bem com as crianças.