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Três ex-executivos da Audi são denunciados por fraude

6 de agosto de 2020

Promotoria acusa grupo de participação no escândalo de manipulação de emissões de motores a diesel para fazer veículos parecerem menos poluentes. Gerente da montadora também é acusado no processo.

Carros da marca Audi
O julgamento do ex-chefe executivo da Audi Rupert Stadler deve ser iniciado em final de setembro e durar até 2022Foto: Getty Images/AFP/C. Stache

Três ex-integrantes da diretoria da montadora alemã Audi e um gerente aposentado do grupo foram denunciados por fraude em conexão com o escândalo de manipulação de emissões de motores a diesel, anunciou nesta quinta-feira (06/08) a promotoria de Munique, no sul da Alemanha.

"Os quatro réus são acusados de fraude, falsas certificações indiretas e publicidade criminal", declaram os promotores de Munique em comunicado. O escândalo de manipulação de motores ficou conhecido como Dieselgate.

Os três ex-executivos da Audi são acusados de estarem cientes das manipulações e, mesmo assim, não terem agido para impedir a fraude entre 2013 e 2015. O gerente aposentado é acusado de vender conscientemente veículos das marcas Audi, Volkswagen e Porsche com certificações falsificadas de emissões.

Um tribunal em Munique decidirá agora se aceita ou não as acusações da promotoria apresentadas contra o grupo.

As acusações foram apresentadas cerca de um ano depois que o ex-chefe da montadora alemã Rupert Stadler foi acusado de fraude. Ele está intimado a comparecer ao tribunal a partir de 30 de setembro. O processo contra Stadler e de seus associados deve durar até 2022 e estão previstos mais de 200 dias de audiências.

Depois do indiciamento do ex-presidente-executivo do grupo Volkswagen Martin Winterkorn, em abril de 2019, Stadler se torna a segunda figura de proa da indústria automobilística alemã a ser denunciada formalmente no âmbito do escândalo que envolveu a Volkswagen, companhia da qual a Audi faz parte.

O escândalo do Dieselgate surgiu em 2015, quando se tornou público que a Volkswagen havia manipulado milhões de carros em todo o mundo para permitir que estes passassem nos testes de emissões. Desde que admitiu a manipulação, a montadora teve que desembolsar mais de 30 bilhões de euros em multas, indenizações e recalls. Grande parte dessa quantia foi destinada a 500 mil consumidores americanos.

No início deste ano, a Volkswagen desembolsou 830 milhões de euros a consumidores alemães lesados – antes da determinação de um tribunal alemão de que a montadora havia enganado conscientemente seus clientes.

O escândalo tem assombrado o Grupo Volkswagen desde 2015 e pode culminar e outras centenas de milhões em ressarcimentos. O grupo divulgou perdas de 1,4 bilhão de euros no primeiro semestre de 2020, com queda nas vendas devido à pandemia do coronavírus.

PV/afp/dpa/rtr

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