Três homens disputarão presidência do partido de Merkel
25 de fevereiro de 2020
Após o ex-ministro do Meio Ambiente Norbert Röttgen, ex-líder partidário Friedrich Merz e governador Armin Laschet anunciam candidatura à chefia da CDU. Cargo é trampolim para disputa da chefia de governo alemã.
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Friedrich Merz, ex-líder da bancada parlamentar da União Democrata Cristã (CDU) – o partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel –anunciou nesta terça-feira (25/02) que concorrerá à liderança da legenda, se colocando como possível candidato ao governo da Alemanha.
"Esta decisão é uma decisão sobre a direção da CDU", disse ele, em entrevista coletiva em Berlim. "Não é uma ruptura com o passado, mas um começo e uma renovação para o futuro. A CDU deve agora olhar para o futuro", afirmou.
Merz, ao mesmo tempo colega de partido e rival de longa data de Merkel, é o terceiro político da CDU a anunciar sua candidatura a presidente da sigla. Tradicionalmente, quem preside a CDU também é lançado como candidato a chancelar federal.
Tido como representante da ala mais à direita da CDU, Merz aproveitou o lançamento de sua candidatura para alfinetar Merkel. "Quando um governo perde o controle sobre a imigração em seu próprio país, não pode se surpreender ao perder a confiança da população", comentou, respondendo a um jornalista que fez uma pergunta sobre controle de fronteiras.
No mesmo dia, o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, também anunciou que vai concorrer à chefia da CDU. Falando ao lado do ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, em uma entrevista coletiva em Berlim, Laschet disse que o partido atualmente se encontra "na maior crise de sua história".
Spahn, que também era considerado possível candidato, disse que não concorrerá e, em vez disso, atuará como vice de Laschet.
O partido vem lutando para encontrar uma nova liderança depois que a indicada pela própria Merkel como sua sucessora, Annegret Kramp-Karrenbauer, anunciou que deixaria o cargo , abrindo também mão da candidatura a chanceler federal.
O ex-ministro do Meio Ambiente Norbert Röttgen foi o primeiro a anunciar sua intenção de concorrer à liderança da CDU.
A escolha da nova liderança da CDU ocorrerá em um congresso do partido agendado para 25 de abril.
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Verdes, Esquerda e Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com as classes trabalhadoras. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
Foto: Thomas Banneyer/dpa/picture alliance
União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não conta com diretório local. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
Foto: Peter Kneffel/dpa/picture alliance
Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance
Partido Liberal Democrático (FDP)
O Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". O partido é tradicionalmente um membro minoritário de coalizões de governo federais
Foto: Hannes P Albert/dpa/picture alliance
A Esquerda (Die Linke)
Die Linke (A Esquerda, em alemão) surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
Foto: DW/I. Sheiko
Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, inicialmente como uma sigla eurocética de tendência liberal, a AfD rapidamente passou a pender para a ultradireita, especialmente após a crise dos refugiados de 2015-2016. Com posições radicalmente anti-imigração, membros que se destacam por falas incendiárias, a legenda tem vários diretórios classificados oficialmente como "extremistas" pelas autoridades
Foto: Martin Schutt/dpa/picture alliance
Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
A Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) é um partido fundado em janeiro de 2024 pela mulher que lhe dá o nome, uma ex-parlamentar do partido Die Linke (A Esquerda) que defende uma mistura de política econômica de esquerda e retórica social de direita. Nas suas primeiras eleições, o partido tomou boa parte do espaço que era ocupada pela Esquerda.
Foto: Anja Koch/DW
Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Heimat (Pátria), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violetas, que reivindica uma política espiritualista.