1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Trabalhistas britânicos vão apoiar 2° referendo do Brexit

9 de julho de 2019

Oposicionista Jeremy Corbyn diz que legenda vai defender permanência do Reino Unido na UE, caso novo primeiro-ministro conservador convoque mais uma consulta. Anúncio, no entanto, provocou ceticismo no meio político.

Líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn
Jeremy Corbyn manteve posição ambivalente sobre Brexit nos últimos anos e agora espera acalmar bases do partidoFoto: picture-alliance/PA Wire/B. Birchall

O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, disse nesta terça-feira (09/07) que pedirá ao novo primeiro-ministro conservador que submeta a referendo um eventual novo acordo do Brexit. Se isso acontecer, antecipou, sua legenda defenderá a permanência na União Europeia.

Numa carta às bases do partido, após uma reunião da direção trabalhista, Corbyn indicou que o partido "fará campanha pela permanência frente a uma saída sem acordo ou um pacto conservador que não proteja nem a economia nem o emprego". "Quem quer que seja escolhido novo primeiro-ministro deve ter a confiança de submeter seu acordo, ou a falta dele, a uma consulta popular", escreveu Corbyn.

O futuro chefe do governo britânico, a ser conhecido em 23 de julho, será ou Jeremy Hunt ou o favorito Boris Johnson, segundo a decisão das eleições internas entre os militantes do governista Partido Conservador.

Corbyn lembrou que o partido aceitou o resultado do referendo de 2016, quando 52% dos eleitores britânicos votaram pela saída britânica da UE, mas reconheceu que a questão do Brexit "tem sido divisiva nas nossas comunidades e, às vezes, no nosso partido também".

Ao esclarecer sua posição sobre o Brexit, a direção trabalhista espera pôr fim às profundas divisões que castigaram a legenda desde o referendo de 2016. Na ocasião, o partido fez uma campanha ambígua e confusa que foi alvo de críticas. Imersos em tensões ideológicas desde ascensão de Corbyn à liderança, os trabalhistas se debateram durante muito tempo para conciliar o humor das bases, mais pró-europeias, com o de um terço de seus eleitores, que apoia a saída da UE.

O mau desempenho do partido nas recentes eleições ao Parlamento Europeu serviu de incentivo para que se definisse uma postura. Também houve pressão pelos sindicatos, que em reunião na segunda-feira pactuaram um plano de ação.

No entanto a mudança de postura de Corbyn ainda não foi total e não prevê que os trabalhistas estejam firmes em agir para que o Reino Unido permaneça na EU em todos os cenários possíveis. Jornais britânicos apontaram que o partido ainda deixou aberta a possibilidade de negociar um novo acordo com Bruxelas, caso a legenda vença eventuais eleições antecipadas.

Nesse cenário, a posição de campanha do partido e dos seus deputados dependeria do "tratado negociado", segundo o documento acordado pelas organizações de trabalhadores filiados ao Trabalhismo.

A mensagem ambígua de Corbyn nesse cenário eventual foi recebida com ceticismo por Tom Brake, porta-voz do partido Liberal-Democrata, que é abertamente favorável à permanência na EU.

Brake escreveu no Twitter: "O trabalhistas ainda são um partido pelo Brexit". Corbyn "pode fingir que está gostando que os trabalhistas estejam finalmente se movendo para apoiar a política dos liberais-democratas de uma votação popular, mas está claro que ainda é sua intenção negociar um acordo Brexit prejudicial, se ele receber as chaves para o número 10" – uma referência ao endereço do primeiro-ministro britânico, 10 Downing Street.

O acordo do Brexit foi rejeitado três vezes pelo Parlamento do Reino Unido, provocando a renúncia da primeira-ministra Theresa May, que segue no cargo até seu substituto ser definido, numa eleição entre os membros do Partido Conservador, que mantém a maior bancada na Câmara dos Comuns. O novo prazo para a separação entre Londres e Bruxelas foi fixado em 31 de outubro.

JPS/efe

_______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
App | Instagram | Newsletter

Pular a seção Mais sobre este assunto