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Tribunal egípcio condena à morte 529 apoiadores de Morsi

24 de março de 2014

Maioria dos condenados está foragida e ainda cabe recurso. Sentença de morte em massa é a maior da história moderna do Egito e saiu após apenas dois dias de julgamento.

Mohammed Badie, líder da Irmandade Muçulmana que vai a julgamentoFoto: Ahmed Gamil/AFP/Getty Images

Um tribunal egípcio condenou à morte 529 apoiadores do antigo presidente Mohammed Morsi, deposto em julho passado pelos militares. Eles são acusados de incitação à violência. Dos condenados, apenas 153 estão detidos. A maioria está foragida. Outras 16 pessoas foram inocentadas.

De acordo com advogados, foi a maior sentença de morte em massa da história moderna do Egito em número de condenados. Ainda cabe recurso da decisão que, segundo os especialistas, deve ser revertida.

O processo contra os partidários de Morsi, que integram a banida Irmandade Muçulmana, começara no sábado. Espera-se para os próximos dias uma sentença para um segundo grupo de 683 acusados, cujo julgamento começa nesta terça. Deste grupo faz parte Mohammed Badie, líder da Irmandade Muçulmana, além de outros importantes membros da organização.

A maioria dos condenados foi detida durante confrontos na província de Minya, no sul do país, que começaram após as forças de segurança dispersarem dois acampamentos da Irmandade Muçulmana no Cairo, em agosto.

O grupo é acusado de incitação à violência e de assassinatos, de invadir uma delegacia de polícia, de atacar pessoas e de danificar propriedades públicas e privadas.

O julgamento dos réus foi concluído com uma impressionante rapidez, com o anúncio da sentença já no segundo dia de audiências. Os advogados de defesa disseram que não tiveram tempo para apresentar seus argumentos.

"Este é o caso mais rápido e o número de sentenciados à morte é o maior na história do Judiciário", disse o advogado Abdel Salam, responsável pela defesa de alguns líderes da Irmandade Muçulmana, entre eles o próprio Morsi.

A situação política no Egito piorou desde a derrubada, em julho de 2013, de Morsi, o primeiro presidente eleito democraticamente depois da queda do ditador Hosni Mubarak, que governou o país de 1981 a 2011.

O governo de transição, apoiado pelos militares, decretou o partido de Morsi – a Irmandade Muçulmana – ilegal, classificando a legenda como uma organização terrorista. O grupo nega as acusações, afirmando que está comprometido com ativismo pacífico.

RM/dpa/rtr/ap

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