1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Tribunal russo condena assassinos de Anna Politkovskaya à prisão perpétua

Roselaine Wandscheer9 de junho de 2014

O organizador e o autor do atentado contra a jornalista crítica ao Kremlin pegaram prisão perpétua. Seus três cúmplices foram sentenciados a penas de prisão entre 12 e 20 anos. Crime ocorreu em 2006.

Anna Politkowskaja Prozess
Foto: picture-alliance/dpa

O organizador e o autor material do assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, morta em 2006, foram condenados nesta segunda-feira (09/06) à prisão perpétua por um tribunal de Moscou. Seus três cúmplices foram sentenciados a penas de prisão entre 12 e 20 anos.

Segundo a agência de notícias estatal russa Itar-Tass, o juiz Pawel Meljochin considerou como comprovado que os homens estiveram envolvidos na morte da ativista dos direitos humanos e repórter do jornal crítico ao Kremlin Novaya Gazeta, de 48 anos.

O atirador Rustam Makhmudov e o tio dele, Lom-Ali Gaitukayev – tido como o organizador do crime – foram sentenciados à pena perpétua. Dois dos irmãos de Makhmudov foram condenados a 12 e 14 anos. Um ex-policialde Moscou, Sergei Khadzhikurbanov, pegou 20 anos como cúmplice. Gaitulayev e os irmãos Makhmudov têm origem chechena.

Defesa quer recorrer

A promotoria pediu as penas após os jurados terem considerado os cinco réus culpados em maio. A defesa pediu a absolvição por falta de provas e anunciou que vai recorrer da sentença.

Politkovskaya foi morta a tiros em 2006 na porta de seu apartamento em Moscou, quando voltava de compras. O assassinato causou indignação mundial. Os mandantes do crime permanecem desconhecidos.

Politkovskay revelou crimes de tropas russas na ChechêniaFoto: picture-alliance/dpa

A organização de direitos humanos Anistia Internacional declarou que os veredictos são apenas um "pequeno passo" para se fazer justiça. "Este processo também deixa muitas perguntas sem resposta", acusou o diretor do escritório da entidade na Rússia, Sergei Nikitin, acrescentando que somente quando os mandantes forem descobertos que o crime poderá ser elucidado.

Suspeitas sobre o Kremlin

Tanto a família de Politkovskaya como ativistas apontaram que os condenados apenas estavam seguindo ordens. Ativistas de direitos civis suspeitam que as pistas dos mandantes do crime possam levar a pessoas dos círculos do Kremlin.

Politkovskaya era uma severa oponente do líder russo Vladimir Putin e tinha reputação de jornalista destemida e dedicada. Ela revelou numerosas violações dos direitos humanos realizadas por forças russas na Chechênia. Para alguns dos réus, este era já o segundo processo, já que num primeiro julgamento, em 2009, houve absolvição por falta de provas.

MD/afp/dpa/rtr

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque