Madonna se diz "devastada" com a morte do ícone pop britânico, e Rolling Stones lamentam perda de um "artista extraordinário". Alemanha chama-o de herói, que "ajudou a derrubar o Muro de Berlim".
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Personalidades internacionais lamentaram nas redes sociais nesta segunda-feira (11/01) a morte do ícone da música pop David Bowie. O cantor morreu neste domingo, aos 69 anos, após lutar 18 meses contra um câncer, dois dias depois de celebrar seu aniversário com o lançamento de um novo lançar álbum, Blackstar. Desde então, as contas do artista no Facebook e no Twitter foram inundadas com mensagens de luto.
A última entrada na conta oficial do Twitter de David Bowie afirma que o músico "morreu pacificamente e rodeado da família, após uma corajosa batalha de 18 meses contra um câncer". "Enquanto muitos de vocês vão partilhar esta perda, pedimos que respeitem a privacidade da família neste momento de dor", diz o texto.
Um GIF que mostra como a aparência do artista se transformou ao longo dos anos, com ilustrações da artista Helen Green, viralizou nas redes sociais:
A cantora Madonna lamentou no Twitter a morte do astro britânico, "Estou devastada! Este grande artista transformou a minha vida!", escreveu. "Talentoso. Único. Genial. Inovador. O homem que caiu na Terra. O teu espírito vai viver para sempre! #rebelheart", acrescentou a cantora, pouco depois. Ela publicou uma foto antiga ao lado de Bowie, com a frase "tive tanta sorte em te conhecer".
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, escreveu: "Eu cresci ouvindo e assistindo ao gênio pop David Bowie. Ele era um mestre da reinvenção, que sempre acertava. Uma enorme perda."
O produtor Tony Visconti, que trabalhou durante muito tempo com Bowie, afirmou: "Eu sabia há um ano que isso aconteceria desta maneira. Mas eu não estava preparado. Ele era um homem extraordinário, cheio de amor e vida. Ele sempre estará conosco. Por agora, é adequado chorar."
A banda de rock britânica Rolling Stones descreveu o astro como "um artista extraordinário, e um verdadeiro original", aluem de ser um "homem maravilhoso e gentil". "Os Rolling Stones estão chocados e profundamente tristes de saber da morte de nosso querido amigo David Bowie", escreveu o grupo no Twitter.
O músico britânico Iggy Pop lembrou: "A amizade de David era a luz da minha vida. Eu nunca encontrei uma pessoa tão brilhante. Ele era a melhor que existia." O cantor e produtor americano Pharrell Williams elogiou David Bowie como "um verdadeiro inovador, um verdadeiro criativo".
O astronauta britânico Tim Peake escreveu: "Estou triste de ouvir que David Bowie perdeu sua batalha contra o câncer – sua música foi uma inspiração para muitos." O ator Russell Crowe desabafou: "Eu amei sua música. Eu amei você. Um dos maiores artistas performáticos que já viveram." O comediante Ricky Gervais: "Acabo de perder um herói."
A cantora e atriz Cher também se disse "devastada", comentando que "uma lenda se foi". O roqueiro britânico Billy Idol afirmou que David Bowie "nos inspirou a ir além da norma e a dissipar o vazio da vida na Inglaterra dos anos 70 com uma forma própria de arte".
Herói de Berlim
Através de uma mensagem em inglês, o Ministério do Exterior da Alemanha agradeceu ao cantor, na conta oficial do órgão no Twitter, por ajudar a "derrubar o Muro de Berlim", chamando-o de herói.
O prefeito de Berlim, Michael Müller, sublinhou que "os berlinenses estão de luto pela morte de um gênio musical e um dos seus concidadãos mais famosos", acrescentando que os berlinenses tinham "uma ligação especial com David Bowie", se referindo aos anos em que o músico viveu em Berlim Ocidental, entre 1976 e 1978, onde gravou os álbuns Low, Heroes e Lodger.
Fãs colocaram flores em frente ao edifício onde o músico viveu nos anos 70, na rua Hauptstrasse 155, no bairro berlinense de Schöneberg.
MD/dpa/afp/lusa
A carreira de David Bowie em imagens
Ídolo pop morreu neste domingo, 10 de janeiro, deixando para trás uma bem-sucedida carreira de mais de cinco décadas, com direito a uma série de alteregos e um belo último álbum.
Foto: picture alliance/dpa/V. Jannink
"Space Oddity"
David Robert Jones nasceu em 1947. Para evitar confusão com Davy Jones do The Monkees, ele escolheu o sobrenome Bowie, inspirado numa faca de caça. Seu primeiro hit, "Space Oddity", foi lançado em 1969, apenas cinco dias antes de Neil Armstrong se tornar o primeiro homem a pisar na Lua. A canção apresenta o fictício Major Tom, um personagem que voltaria a aparecer ao longo da carreira de Bowie.
Foto: Victoria and Albert Museum
Ziggy Stardust
Uma série de personagens se seguiria a Major Tom. O mais famoso e icônico deles, Ziggy Stardust, apareceu pela primeira vez em 1972. Ziggy era um alienígena andrógino e astro do rock, que servia de mensageiro para seres extraterrestres. Bowie dizia que tentava fazer "uma revolução de um homem só" com seu alterego. Muitas pessoas diriam que ele conseguiu.
Foto: picture-alliance/dpa/London Features
The Thin White Duke
Com o álbum "Station to Station", um novo personagem foi criada por Bowie em 1976, o chamado Thin White Duke. O cabelo vermelho, a maquiagem e os figurinos extravagantes foram substituídos por ternos elegantes. Mas apesar da aparência "normal", a personalidade de Bowie estava afetada pelas enormes quantidades de cocaína que o músico consumia na época.
Foto: Getty Images/Evening Standard
"O homem que caiu na Terra"
A ficção científica de 1976 sobre um alienígena que cai na Terra foi o primeiro filme estrelado por David Bowie. Graças à atuação do astro pop e à cenografia surrealista, o longa-metragem é cultuado até hoje. Bowie contou que se sentia tão alienado quanto o personagem que estava interpretando, devido ao uso de cocaína na época.
Foto: imago/United Archives
A Era Berlim
Para fugir de uma vida cercada de drogas em Los Angeles, David Bowie se mudou para Berlim Ocidental no fim de 1976. Morando em Schöneberg, bairro com uma grande comunidade turca, Bowie sentia que Berlim "era uma das poucas cidades em que eu podia circular anônimo. Eu estava quebrado, o custo de vida era barato. Por alguma razão, os berlinenses não estavam nem aí", disse ele à revista "Uncut".
Foto: Masayoshi Sukita/The David Bowie Archive
Ao lado de Iggy Pop
De 1976 a 1979, Bowie criou a "Trilogia de Berlim", três álbuns que incluem o influente disco "Low" (1977), coproduzido por Brian Eno e Tony Visconti. Esse álbum migrou das composições tradicionais de Bowie para um som experimental e vanguardista. Ao dividir um apartamento com Iggy Pop, Bowie colaborou nos discos "The Idiot" e "Lust for Life".
Foto: Getty Images/Evening Standard
Christiane F.
O filme alemão "Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída", de 1981, conta a história de uma adolescente viciada em drogas na decadente área da estação Zoo, em Berlim Ocidental. David Bowie aparece no filme, quando Christiane F. sai de casa escondida para ir a um show dele. A trilha sonora de Bowie impulsionou o sucesso internacional do filme.
Foto: picture-alliance/dpa/IFTN
"Labirinto – a magia do tempo"
Bowie também é lembrado por muitas crianças da década de 1980 pela fábula "Labirinto – a magia do tempo" (1986), filme no qual ele interpreta Jareth, o Rei dos Duendes. A maioria dos personagens do filme, dirigido por Jim Henson – criador dos Muppets – e produzido por George Lucas, são bonecos.
Foto: picture-alliance/dpa
"Let's Dance"
Para confundir os fãs de Ziggy Stardust, nos anos 80 Bowie apareceu com mais uma mudança radical de estilo, pegando carona na New Wave. Ele se uniu ao Queen para o famoso single "Under Pressure" em 1981, e seu maior hit comercial da década foi "Let's Dance", de 1983.
Foto: AP
"Where Are We Now?"
Bowie reinventou a si mesmo ao longo de toda sua carreira. Em 1995, por exemplo, ele se reuniu novamente com Brian Eno para o álbum conceitual "Outside", que voltou a focar em sua genialidade musical. Em 2013, em comemoração ao 66º aniversário, Bowie lançou o single "Where are we now?", no qual relembra seus anos de Berlim.
Foto: www.davidbowie.com
"Blackstar"
David Bowie celebrou seu aniversário de 69 anos no dia 8 de janeiro de 2016, com o lançamento de mais um álbum aclamado pela crítica: "Blackstar". Com a sua morte, dois dias mais tarde, o mundo ficou sabendo que Bowie passou os últimos 18 meses de sua vida lutando contra o câncer. "Blackstar" testemunha, uma última vez, a genialidade musical e a eterna reinvenção do astro pop.