1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Grécia

1 de outubro de 2011

Crescem preocupações em torno da Grécia. Atenas teme avalanche de processos judiciais, em caso de demissão em massa de servidores públicos. "Troika" pressiona país para equilibrar orçamento.

Especialistas da 'troika' em AtenasFoto: dapd

As polêmicas "demissões" foram um dos principais temas debatidos neste sábado (1º/10) pelo premiê grego Giorgos Papandreou, por especialistas da troika composta por representantes da União Europeia (UE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE). Eles deram continuidade ao trabalho em três encontros com representantes do governo grego. Membros da troika reuniram-se também com Evangelos Venizelos, ministro grego das Finanças, e com representantes do Ministério da Justiça do país.

Um dos temas discutidos foram as medidas a serem tomadas contra a morosidade da Justiça na Grécia, onde processos por sonegação de impostos, por exemplo, ficam parados anos a fio. Atenas está sendo pressionada pelos especialistas a encolher com urgência a máquina estatal.

Evangelos Venizelos, ministro grego das Finanças (d), e Jean-Claude Trichet, presidente do BCEFoto: picture-alliance/dpa

O governo grego anunciou, na última semana, a demissão de 30 mil servidores públicos, embora tema-se uma avalanche de processos na Justiça contra essas demissões. Em entrevista a uma emissora grega de televisão, o premiê Papandreou afirmou, contudo, que irá levar a cabo as reformas necessárias no país, "custe o que custar".

Promessas vagas

A Grécia depende com urgência de investidores estrangeiros. O ministro alemão da Economia, Philipp Rösler, em visita a Atenas na próxima semana, deverá estudar, junto a uma delegação de empresários alemães, possibilidades de investimentos no país na área de energia solar. Segundo envolvidos do lado alemão, obstáculos burocráticos e corrupção impedem, todavia, uma colaboração concreta.

Um encontro neste sábado entre representantes do governo grego e do Catar terminou sem resultados. Embora o país árabe tenha manifestado interesse em investir na Grécia, o chefe de Estado, o Sheik Hamad bin Chalifa al-Thani, não forneceu dados precisos a respeito desses investimentos. 

Os dois países haviam selado um memorando de cooperação no valor de cinco bilhões de euros, que não implica, contudo, o cumprimento das ações mencionadas. "Confiamos nos gregos. No Catar, estamos também passando por tempos difíceis", disse al-Thani.

Protestos veementes

A troika concluiu seus trabalhos na última sexta-feira (30/09) à sombra de uma série de protestos no país. Aproximadamente 50 servidores públicos bloquearam a entrada do Ministério dos Transportes, onde os especialistas estrangeiros debatiam o assunto. O bloqueio foi uma reação às previstas demissões quem vêm sendo debatidas.

Representante do FMI chega a ministério em Atenas: pressão sobeFoto: Picture-Alliance/dpa

À tarde, cerca de dois mil estudantes foram às ruas de Atenas protestar contra a política de austeridade do governo. Ex-funcionários do Ministério da Defesa, entre estes ex-oficiais das Forças Armadas, foram também às ruas, pela primeira vez na história do país, protestar contra cortes nas aposentadorias da categoria.

Há três meses, uma greve de motoristas de táxi gera caos no país. Na noite da última quinta-feira (29/09), taxistas protestaram em frente ao Parlamento em Atenas. "Não vamos desistir. Vai correr sangue", anunciaram em suas marchas pela cidade.

Os especialistas da troika sugerem uma abertura imediata das regras que regulamentam a profissão de taxista e de todo o sistema de transportes no país, inclusive do transporte de cargas. O comitê discute ainda as razões pelas quais o sistema de transportes em Atenas continua mantendo um déficit de aproximadamente 150 milhões de euros por ano.

A sugestão da troika é encolher a máquina pública de maneira radical. O governo em Atenas deverá entregar um relatório sobre as medidas a serem tomadas em breve. Caso os especialistas não achem que estas sejam suficientes, a próxima parcela do empréstimo ao país, no valor de oito bilhões de euros, não será liberada. E com isso a Grécia estará inadimplente. A decisão da troika sai no próximo dia 13 de outubro.

SV/dpa/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer

 

Pular a seção Mais sobre este assunto