Trump aceita nomeação e promete "resgatar lei e ordem"
22 de julho de 2016
Candidato republicano à Casa Branca, magnata encerra convenção nacional do partido com discurso acalorado sobre "tornar os EUA grandes de novo", críticas ferozes a Hillary e promessa de levar segurança de volta ao país.
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O empresário Donald Trump aceitou oficialmente nesta quinta-feira (21/07) a indicação como candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos. O anúncio foi realizado num longo discurso durante o encerramento da convenção nacional da legenda, em Cleveland.
"Amigos, delegados e compatriotas americanos: eu, com humildade e gratidão, aceito a nomeação à presidência dos Estados Unidos", disse Trump ao subir no palco, recebendo muitos aplausos. A candidatura foi confirmada na última terça-feira após votação dos delegados republicanos.
O magnata, que deve concorrer com a democrata Hillary Clinton nas eleições de 8 de novembro, garantiu que levará seu partido "de volta à Casa Branca", assim como os EUA "de volta à segurança, prosperidade e paz". "Seremos um país de generosidade e zelo. Mas também seremos um país de lei e ordem. Não há mais condições de sermos politicamente corretos", completou.
Trump, que nunca ocupou um cargo eletivo, apresentou-se como uma nova alternativa aos políticos tradicionais, mostrando-se disposto a considerar novas abordagens para resolver problemas difíceis. Focou seu discurso em garantir "segurança" ao povo americano e restaurar "lei e ordem" nos EUA.
"Eu tenho uma mensagem a todos vocês: o crime e a violência que hoje afligem nosso país em breve chegarão ao fim. A partir de 20 de janeiro de 2017, a segurança será restaurada", exclamou, citando a data em que o próximo presidente americano tomará posse.
"Imigração descontrolada"
Trump afirmou que governará para o povo americano, incluindo aqueles "ignorados e abandonados pelos políticos". "Homens e mulheres do nosso país, pessoas que trabalham duro, mas já não têm uma voz. Eu sou sua voz", bravou. "Minha mensagem é que as coisas têm que mudar. E têm que mudar agora."
O candidato foi rigoroso quanto à política de imigração. Ele acusou os migrantes ilegais – que "estão sendo liberados em dezenas de milhares em nossas comunidades" – de sobrecarregarem os recursos do país, de roubarem os empregos dos americanos e, em alguns casos, cometerem crimes.
Como solução, Trump voltou a falar sobre construir um grande muro ao longo da fronteira com o México para "pôr fim à imigração ilegal, às gangues e à violência e para impedir a entrada de drogas". "Impondo leis para as milhões de pessoas que ficam mais tempo do que seus vistos permitem, nossas leis finalmente receberão o respeito que merecem. A paz será restabelecida", completou.
Quanto aos refugiados, o republicano propôs suspender imediatamente o asilo a todos que venham de países afetados pelo terrorismo, "até que tenhamos mecanismos de controle rigorosos".
Apesar de dizer que terá "compaixão com todos", Trump disse que sua "maior compaixão é com nossos cidadãos lutadores". "Meu plano é exatamente o oposto da política migratória de Hillary Clinton. Os americanos querem um respiro da imigração descontrolada", afirmou.
Ataques a Hillary
Trump teceu fortes críticas a Hillary, em resposta aos republicanos que dizem que a melhor maneira de unificar o partido é detalhando por que ela não deve ser eleita em novembro. A democrata deve ter sua candidatura confirmada durante convenção do partido na Filadélfia, na próxima semana.
Em seu discurso, o magnata acusou a oponente de ter deixado um legado de "morte, destruição, terrorismo e fraqueza" quando foi secretária de Estado. "Após quatro anos de Hillary Clinton, o que nós temos? O EI ["Estado Islâmico"] se espalhou pela região e pelo mundo. A Líbia está em ruínas, e nosso embaixador e sua equipe foram deixados lá, impotentes, para morrer", disse ele.
"Depois de 15 anos de guerras no Oriente Médio, depois de trilhões de dólares gastos e milhares de vidas perdidas, a situação está pior do que estava antes", insistiu Trump, que prometeu "derrotar os bárbaros do EI" e rechaçou a complacência de Hillary em aceitar milhares de refugiados sírios.
"Hillary Clinton está propondo uma anistia generalizada, uma imigração em massa e uma total falta de respeito às leis. Seu plano irá saturar escolas e hospitais e fará despencarem os empregos e salários", disse. "Isso fará com que seja ainda mais difícil, para os migrantes, sair da pobreza."
Em resposta ao discurso, a democrata escreveu no Twitter: "Somos melhores do que isso". Hillary ainda fez referência ao muro que Trump planeja construir ao longo da fronteira mexicana. "Sim, construiremos um muro – entre você e a presidência, Donald Trump", publicou ela em sua conta oficial em espanhol na rede social. "Você não é nossa voz."
O presidente americano, Barack Obama, também foi alvo dos comentários ácidos de Trump. "A retórica irresponsável de nosso presidente, que utilizou o púlpito para nos dividir pela raça e pela cor, criou nos Estados Unidos um ambiente mais perigoso para todos", declarou.
O empresário de 70 anos subiu ao palco nesta quinta-feira após um discurso introdutório de sua filha, Ivanka Trump, que não poupou elogios ao pai. "Eu o vi lutar por sua família. Eu o vi lutar por seus funcionários. Eu o vi lugar por sua empresa e agora estou vendo-o lutar por seu país", disse ela.
O discurso de Trump encerrou os quatro dias da convenção nacional do Partido Republicano, marcada por episódios como o discurso de sua mulher, Melania, sendo acusado de plagiar o da primeira-dama Michelle Obama, e Ted Cruz sendo vaiado ao evitar dar apoio ao candidato.
Durante a convenção, Trump tinha a missão de unificar uma legenda profundamente dividida. Personalidades republicanas importantes, como os ex-presidentes George W. Bush e seu pai, George Bush, e os dois últimos candidatos à Casa Branca, Mitt Romney e John McCain, boicotaram o evento.
EK/afp/dpa/efe/lusa/rtr
O mês de julho em imagens
Alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: picture-alliance/PA Wire/G. Fuller
Lula se torna réu
A Justiça Federal aceitou denúncia apresentada pelo MPF do Distrito Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais cinco pessoas acusadas de obstrução das investigações da Operação Lava Jato. Eles são acusados de tentar impedir o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró de assinar acordo de delação premiada. (29/07)
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
Al Nusra anuncia sepração da Al Qaeda
Numa inédita aparição num vídeo difundido pela emissora Al Jazeera, o líder da Frente Al Nusra, Abu Mohamad al-Jolani, anunciou a desvinculação da rede terrorista Al Qaeda. Além disso, ele comunicou que o mais importante grupo jihadista na Síria depois do EI, seu grande rival, mudará seu nome para Frente Fateh al-Sham. (28/07)
Foto: picture alliance/ZUMA Press/M. Dairieh
Papa pede que Polônia acolha refugiados
O papa Francisco pediu ao governo da Polônia para se mostrar disposto a receber "aqueles que fogem da guerra e da fome", em discruso com a presença do presidente polonês, Andrzej Duda. Em contraste com outros países europeus, a Polônia se nega a acolher um número elevado de refugiados vindos de regiões em crise, como Síria, Iraque e Afeganistão. (27/07)
Foto: picture alliance/dpa/P. Supernak
Hillary é candidata democrata à Casa Branca
A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton foi oficialmente nomeada candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos durante a convenção nacional da legenda na Filadélfia. Com isso, Hillary torna-se a primeira mulher a concorrer à Casa Branca por um dos dois grandes partidos americanos. "Este momento é para todas as garotas que sonham alto", comemorou a democrata. (26/07)
Foto: Reuters/M. Segar
Mortos em ataque no Japão
Um homem matou pelo menos 19 pessoas e feriu outras 45 a facadas após invadir uma clínica para pacientes com deficiência em Sagamihara, no Japão. O suspeito se entregou à polícia e disse ser um ex-funcionário da instituição. Segundo o jornal japonês "Asahi Shimbun", o agressor teria dito às autoridades que desejava "se livrar dos deficientes desse mundo". (25/07)
Foto: Reuters/Kyodo
Ataques no sul da Alemanha
Um refugiado sírio de 21 anos matou uma mulher e feriu outras cinco pessoas na cidade de Reutlingen, no sul da Alemanha, usando um facão. O jovem, que já tinha passagens pela polícia por crimes como agressão e roubo, foi preso. Já em Ansbach, também no sul do país, um sírio de 27 anos detonou uma bomba caseira na entrada de um festival de música e feriu 12 pessoas. Ele morreu no atentado. (24/07)
Foto: picture-alliance/dpa/Sdmg/Wassermann
Munique presta homenagens a vítimas
Flores foram espalhadas na região do shopping Olympia, no noroeste de Munique, um dia depois do ataque que deixou nove mortos e 16 feridos. Um atirador de 18 anos disparou contra clientes de uma filial do McDonald's e frequentadores do centro de compras. O prefeito de Munique decretou luto de um dia na capital da Baviera. (23/07)
Foto: Reuters/A. Wiegmann
Trump encerra convenção republicana
O empresário Donald Trump aceitou oficialmente a indicação como candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos. O anúncio foi realizado num longo discurso durante o encerramento da convenção nacional da legenda em Cleveland. Ao longo de 75 minutos, Trump focou na promessa de reviver os EUA e restaurar "a lei e a ordem" no país, citando políticas rigorosas de imigração. (21/07)
Foto: Reuters/M. Segar
Merkel recebe May em Berlim
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, reuniu-se com a chanceler federal alemã Angela Merkel, em Berlim, em sua primeira viagem ao exterior. Um dos temas principais da agenda foi a saída britânica da União Europeia. May pediu mais tempo para preparar pedido formal de Brexit, que só deve ser feito em 2017, e expressou desejo de relações estreitas com aliados europeus após saída. (20/07)
Foto: picture alliance/AP images/Sight
Trump oficializado candidato à Casa Branca
O magnata Donald Trump foi nomeado oficialmente candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos durante o segundo dia da convenção nacional da legenda. No evento, que ocorre em Cleveland, Trump garantiu os 1.237 votos dos delegados do partido – o mínimo necessário para oficializar a indicação pela legenda. "É uma honra", declara o empresário. (19/07)
Foto: Reuters/M. Segar
Ataque em trem no sul da Alemanha
Um jovem do Afeganistão de 17 anos invadiu um trem regional na cidade de Würzburg, no sul da Alemanha, e feriu pelo menos cinco passageiros com golpes de machado e faca. O suspeito, que chegou sozinho ao país como requerente de asilo, foi morto pela polícia ao tentar fugir do local. Quatro pessoas estão em estado grave. As motivações do ataque não foram inicialmente esclarecidas. (18/07)
Foto: picture-alliance/AP Photo/K.-J. Hildenbrand
Novas mortes de policiais no sul dos EUA
Dez dias após morte de cinco policiais em Dallas, três outros foram fuzilados em Baton Rouge, Luisiana. Há também feridos. Os agentes da lei foram vítimas de uma emboscada quando atendiam a um chamado de emergência relativo a tiros ouvidos. Um dos suspeitos do ataque foi abatido, dois outros estão foragidos, informou porta-voz da polícia. (17/07)
Foto: Reuters/J.Bachman
Apoio em massa para Erdogan
No dia após o golpe de Estado frustrado, com saldo de 160 mortos, grande parte da população de Ancara atendeu ao apelo de políticos turcos de ponta, entre os quais o próprio chefe de Estado Recep Tayyip Erdogan, para ir às ruas reafirmar seu apoio ao governo. Na operação de limpeza subsequente já foram presos cerca de 2.800 militares e destituídos mais de 2.700 juízes. (16/07)
Foto: DW/D. Cupolo
Tentativa de golpe militar na Turquia
Militares turcos geraram caos ao declarar que tomaram "totalmente o comando" de Ancara. As autoridades locais, porém, negaram ter perdido o controle, e uma onda de ataques, manifestações e conflitos se iniciaram em Istambul e na capital. A confusão adentrou a madrugada e, na manhã do dia seguinte, o presidente Erdogan declarou ter retomado o controle da situação e fracassado o golpe. (15/07)
Foto: Reuters/T. Berkin
Dezenas de mortos em ataque na França
Um caminhão avançou sobre uma multidão e matou dezenas de pessoas em Nice, no sul da França. As primeiras declarações oficiais falavam em mais de 70 mortos. Milhares de pessoas estavam reunidas para acompanhar a queima de fogos de artifício em comemoração ao Dia da Bastilha, data nacional da França. O motorista do caminhão, carregado com armas e explosivos, foi morto a tiros pela polícia. (14/07)
Foto: Getty Images/AFP/V. Hache
A nova premiê britânica
A líder do Partido Conservador, Theresa May, tornou-se primeira-ministra britânica depois de ser nomeada pela rainha Elizabeth 2ª em audiência no Palácio de Buckingham, em Londres. May, de 59 anos, é a segunda mulher a ocupar o cargo, depois da também conservadora Margaret Thatcher (1979-1990). "Depois do referendo, temos diante de nós uma época de grandes mudanças", afirmou. (13/07)
Foto: Reuters/S. Wermuth
Funeral de policiais em Dallas
Em discurso durante o funeral dos cinco policiais mortos por um franco-atirador em Dallas, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que o massacre expôs a "falha mais profunda" da democracia dos EUA. "Estou aqui para dizer que devemos rejeitar tamanho desespero. Estou aqui para insistir que não estamos tão divididos quanto parecemos. (12/07)
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Gay
Festa em Lisboa
Milhares de portugueses recepcionaram a seleção de Portugal no aeroporto de Lisboa após a inédita conquista da Eurocopa. Com um gol do atacante Éder, na segunda etapa da prorrogação, a Seleção das Quinas derrotou a anfitriã França, neste domingo, e conquistou seu primeiro título no futebol mundial. (11/07)
Foto: picture-alliance/dpa/P.Duarte
Protesto violento em Berlim
Berlim viveu a manifestação mais violenta dos últimos cinco anos na cidade, com 123 policiais feridos e 86 detidos. O protesto contra a desocupação de um prédio no bairro de Friedrichshein começou de forma pacífica. Horas depois, centenas de manifestantes encapuzados entraram em confronto com a polícia, atirando pedras, garrafas e fogos de artifício. A violência se estendeu por horas. (10/07)
Foto: picture-alliance/dpa/M. Gambarini
Massacre em Dallas
Franco-atiradores fizeram uma emboscada e abriram fogo contra policiais durante um ato contra a morte de dois negros nos EUA. Cinco agentes de segurança foram mortos e seis ficaram feridos no incidente mais mortal para a polícia americana desde o 11 de Setembro. Três suspeitos foram detidos. Um deles disse que "queria matar pessoas brancas". (08/07)
Foto: picture-alliance/dpa/S. N. Pool/The Dallas Morning News
Cunha renuncia à presidência da Câmara
O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renunciou à presidência da casa. Cunha disse que é alvo de perseguição por ter aceito a denúncia que deu início ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. "Resolvi ceder ao apelos generalizados dos meus apoiadores. Somente a minha renúncia poderá pôr fim a essa instabilidade sem prazo." (07/07)
Foto: Reuters/U. Marcelino
Relatório critica invasão britânica no Iraque
Um relatório divulgado em Londres criticou o ex-premiê Tony Blair e seu governo pela decisão de se unir à invasão do Iraque, liderada pelos EUA, sem que houvesse base legal satisfatória ou planejamento adequado. O chamado relatório Chilcot conclui que o Reino Unido se uniu à invasão sem esgotar as alternativas pacíficas e subestimou as consequências de sua participação na guerra. (06/07)
Foto: picture-alliance/Photoshot
Sonda Juno entra na órbita de Júpiter
Após uma viagem de cinco anos e 870 milhões de quilômetros, a sonda Juno da Agência Espacial Americana (Nasa), movida a energia solar, entrou na órbita de Júpiter. Durante 20 meses, a nave não tripulada dará 37 voltas ao redor do planeta até chegar à sua superfície. A sonda deslocou-se a uma velocidade de mais de 200 mil quilômetros por hora. Custo da missão? Cerca de 1 bilhão de dólares. (05/07)
Dois dias antes do fim do mês sagrado muçulmano do Ramadã, homem-bomba detonou colete explosivo próximo à Mesquita do Profeta, a segunda mais sagrada do islã. A explosão matou quatro seguranças, além dos próprio agressor. Horas antes, o país registrou detonações perto de uma mesquita em Qatif, cidade de maioria xiita, e de consulado americano em Jidá. (04/07)
Foto: Reuters
Mais de 100 mortos em Bagdá
Um atentado com carro-bomba matou mais de cem pessoas e feriu quase 200 numa área comercial do centro da capital iraquiana. O ataque foi reivindicado pelo grupo "Estado Islâmico" (EI). Um suicida detonou os explosivos quando passava de carro no meio de uma multidão de maioria xiita que fazia compras na véspera do final do mês sagrado muçulmano do Ramadã. (03/07)
Foto: picture-alliance/dpa/A. Abbas
Ataque em Bangladesh
Vinte reféns foram mortos por terroristas do grupo "Estado Islâmico" (EI) num restaurante frequentado por estrangeiros na região diplomática de Daca, capital de Bangladesh, anunciou o Exército do país. A maioria das vítimas era da Itália e Japão. Seis jihadistas e dois policiais foram mortos. (02/07).
Foto: Reuters/M. Hossain Opu
Cem anos da Batalha do Somme
Reino Unido e França lembraram o centenário do início da Batalha do Somme, em que os dois países combateram as linhas de defesa alemãs em território francês. O combate é considerado um dos mais sangrentos da Primeira Guerra Mundial. Mais de 1 milhão de pessoas morreram, ficaram feridas ou desapareceram durante a Batalha do Somme, que durou de julho até novembro de 1916. (1º/07)