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Trump diz pela primeira vez que Biden venceu, mas logo recua

15 de novembro de 2020

Presidente pareceu ter reconhecido sua derrota ao afirmar que rival democrata ganhou "pois eleição foi fraudada". Pouco depois, ele se corrige e diz "não conceder nada".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
"Ele ganhou porque a eleição foi fraudada", escreveu Trump no TwitterFoto: MANDEL NGAN/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceu reconhecer pela primeira vez publicamente a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de 3 de novembro. Contudo, o republicano foi rápido em voltar atrás e dizer que "não concede nada".

"Ele ganhou porque a eleição foi fraudada", escreveu Trump no Twitter, junto com teorias infundadas sobre o acesso de observadores nas eleições e contagens de votos.

Pouco mais de uma hora depois, ele se corrigiu, reiterando que não reconhece a derrota. "Ele só venceu aos olhos da imprensa fake news. Eu não concedo nada! Temos um longo caminho pela frente. Foi uma eleição fraudada", tuitou o presidente.

Como se tornou comum entre as postagens de Trump durante o processo eleitoral, os tuítes receberam alerta sobre a veracidade, com a rede social indicando que a alegação feita pelo líder americano "é contestada".

Diversas outras publicações de Trump deste domingo também ganharam a mesma observação, sobre se tratar de uma versão não confirmada sobre a realização do pleito.

Ele ainda compartilhou trechos de vídeos veiculados pela emissora Fox News, que o apoia declaradamente, em que o comentarista político Jesse Waters afirma, sem apresentar qualquer prova, que Biden venceu por causa de uma fraude.

Nos tuítes, Trump ainda escreve que "a votação foi tabulada por uma empresa privada de esquerda radical, Dominion, com uma má reputação e equipamento vagabundo que nem sequer se qualificava para o Texas", estado onde ele venceu.

Nessa mensagem, o presidente dá eco a uma teoria promovida na internet pelo movimento de extrema direita QAnon, que aponta para uma fraude relacionada à empresa Dominion Voting Systems, fabricante das máquinas utilizadas para apurar os votos.

Na quinta-feira, Trump mencionou a acusação, garantindo que a companhia descartou milhões de votos que o favoreciam. Na mensagem, foi incluído o link de um artigo publicada pelo site de notícias One America News Network, apontado como ferramenta de grupos conservadores.

A ONG Advance Democracy, que analisa casos de desinformação, indicou que, desde 5 de novembro, uma em cada sete mensagens no Twitter com a hashtag #Dominion teve origem em contas que se identificam com o QAnon, que alega, entre outras coisas, que o mundo é dirigido por uma organização de pedófilos satanistas.

Segundo projeções da imprensa americana, Biden conquistou um total de 306 votos no Colégio Eleitoral, contra 232 de Trump. Como são necessários 270 votos para ganhar a eleição, o democrata foi declarado vencedor por essas mesmas projeções.

Trump não só não reconheceu o resultado como, pouco depois do pleito, chegou a declarar vitória prematuramente, muito antes da apuração completa dos votos, e denunciou repetidas vezes, sem apresentar provas, que está sendo vítima de fraude eleitoral generalizada.

Autoridades eleitorais federais e estaduais, incluindo uma importante agência de segurança cibernética e 16 promotores federais designados para monitorar as eleições, rejeitaram qualquer alegação de violação ou manipulação generalizada do pleito.

O presidente já deixou claro que pretende contestar o resultado nos tribunais, especialmente na Suprema Corte, onde o republicano indicou três dos nove juízes. Sua campanha também chegou a pedir recontagens em vários estados-chave, mas não foi bem-sucedida.

Na Justiça, Trump conseguiu apenas algumas pequenas vitórias, sendo que nesta semana sofreu diversas derrotas, como a negativa para seis denúncias apresentadas no estado da Pensilvânia, onde foi derrotado por 60 mil votos.

EK/afp/dpa/efe/rtr/ots

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