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Trump afirma que está com covid-19

2 de outubro de 2020

Após menosprezar a doença durante meses, presidente dos EUA inicia período de quarentena na Casa Branca. Ele e a primeira-dama testaram positivo após assessora ser diagnosticada com o coronavírus.

Presidente dos EUA, Donald Trump, e primeira dama, Melania Trump contraíram covid-19
Presidente dos EUA, Donald Trump, e primeira dama, Melania Trump contraíram covid-19Foto: Carlos Barria/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na madrugada desta sexta-feira (02/10) que ele a primeira-dama, Melania, contraíram o novo coronavírus e que o casal vai iniciar um período de quarentena.

"Esta noite, eu e a primeira-dama testamos positivo para covid-19. Iniciaremos imediatamente nossa quarentena e o processo de recuperação. Vamos superar isso juntos", declarou Trump, por meio da sua conta no Twitter. 

O presidente de 74 anos está no grupo de alto risco em razão de sua idade e por estar acima do peso. Durante sua presidência, ele apresentou boas condições de saúde, mas é conhecido por não se exercitar regularmente e por não manter uma dieta saudável. 

O médico do presidente, Sean Conley, confirmou que Trump e sua esposa estão infectados com o coronavírus Sars-Cov-2 e disse que eles estão em boas condições de saúde. "Eles planejam permanecer na Casa Branca durante a convalescência", afirmou. 

"A equipe médica da Casa Branca e eu vamos manter a vigilância. Agradeço o apoio prestado por alguns dos maiores profissionais e instituições médicas do nosso país. Fiquem descansados, espero que o presidente continue a desempenhar as suas funções sem interrupções durante a recuperação, e lhes manterei informados sobre quaisquer desenvolvimentos futuros", salientou.

Trump anunciou que havia sido testado para covid-19 depois que Hope Hicks, uma de suas colaboradoras próximas, ter sido diagnosticada com a doença. "Ela deu positivo", disse o presidente à emissora Fox News. 

Hicks estava a bordo do avião presidencial Air Force One no voo para Cleveland, nesta terça-feira, junto com Trump, a caminho do debate entre o presidente, que tenta a reeleição, e o candidato democrata à presidência, Joe Biden.  A assessora também viajou com Trump na quarta-feira para o estado de Minnesota, onde participou de uma reunião de campanha.

A assessora Hope Hicks próxima ao presidente Trump, que aparece sem máscara, no helicóptero presidencialFoto: Manuel Balce Ceneta/AP Photo/picture-alliance

Desde o inicio da pandemia de covid-19, Trump vinha menosprezando a doença. Ele, inclusive, chegou a afirmar várias vezes que o vírus iria desaparecer. O presidente ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde e vinha realizando eventos de campanha.

Após aparecer atrás de Biden nas pesquisas, Trump adotou uma agenda agressiva de comícios em todo o país. Os eventos, que contrariaram regras de distanciamento social e de saúde em vários estados, reuniram milhares de pessoas, muitas das quais não usavam máscaras de proteção.

Após a confirmação do diagnóstico, a Casa Branca cancelou um evento de campanha marcado para esta sexta-feira na Flórida, um estado considerado fundamental para as pretensões de ambos os candidatos. Também é incerta a realização de outro evento em Wisconsin, outro estado bastante disputado entre republicanos e democratas. 

A campanha do presidente havia planejado para a próxima semana várias viagens de longa distância, inclusive para os estados do oeste do país. Também é incerta a realização do segundo debate entre Trump e Biden, marcado para o dia 15 de outubro.  

Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e chegou a ridicularizar algumas pessoas que as utilizam regularmente, como o próprio Biden. "Eu não uso máscaras como ele. Cada vez que o vemos ele está de máscara. Ele poderia estar falando a uns 60 metros de distância e, mesmo assim, aparece com a maior máscara que eu já vi", disse Trump no debate. Ao ser questionado sobre a frequência com que utiliza a proteção facial, ele disse que o faz "quando é necessário".

Até o momento, os EUA registram 7,2 milhões de casos de covid-19 e mais de 207 mill mortes associadas à doença.
O presidente americano é mais um líder mundial a contrair o vírus, depois do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que chegou a ser internado em uma UTI em abril após um agravamento dos sintomas, e de Jair Bolsonaro.

O presidente brasileiro anunciou em julho que estava contaminado e passou por um período de quarentena. Mais tarde, sua esposa, Michelle, e dois de seus filhos também foram infectados pelo coronavírus.

RC/rtr/lusa/afp

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