Presidente dos EUA reitera sua alegação de inocência no caso de suposta interferência russa na eleição presidencial de 2016. Advogado de Trump observa que única ação possível contra o republicano seria o impeachment.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que tem o poder de indultar a si mesmo na questão do conluio com a Rússia nesta segunda-feira (04/06), além de reiterar sua alegação de inocência.
"Como tem sido afirmado por vários estudiosos de direito, tenho o direito absoluto de perdoar a mim mesmo, mas por que faria isso quando não fiz nada de errado?", escreveu Trump em sua conta no Twitter.
O assessor especial Robert Mueller segue com sua investigação sobre se a Rússia interferiu na eleição presidencial de 2016, se funcionários do Kremlin tiveram contato com membros da campanha eleitoral de Trump, e se este é culpado de obstrução da Justiça.
O presidente americano prosseguiu, afirmando que a nomeação de Mueller pelo procurador-geral adjunto Rod Rosenstein, em maio de 2017, foi uma violação da Constituição dos Estados Unidos. "A nomeação do assessor especial é totalmente inconstitucional! Apesar disso, nós jogamos o jogo porque eu, ao contrário dos democratas, não fiz nada de errado!"
A questão do autoperdão surgiu depois de o jornal americano New York Times publicar uma carta dos advogados de Trump a Mueller, na qual argumentavam que o presidente não poderia ser indiciado, intimado ou condenado por obstrução da Justiça, devido a sua posição como principal agente da lei do país.
Um dos advogados de Trump, o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, aproveitou uma série de entrevistas no domingo para argumentar que a única ação que poderia ser tomada contra seu cliente seria o pedido de impeachment. "Em nenhum caso ele pode ser intimado ou denunciado", disse ao diário Huffington Post. "Não sei como se pode indiciá-lo enquanto ele estiver no cargo – não importa o que seja."
PV/dpa/ap
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Trechos de "Fogo e Fúria", o livro sobre os bastidores da Casa Branca de Trump
Mesmo antes de sua publicação, livro do jornalista Michael Wolff já causa irritação em Washington. Com base em mais de 200 entrevistas, obra oferece rara visão interna da Casa Branca e da campanha eleitoral.
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
"Fogo e fúria"
Trechos já publicados do livro do jornalista americano Michael Wolff "Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump" revelam o que acontece nos bastidores do centro do poder nos EUA, da busca por segurança em hambúrgueres aos sonhos presidenciais de Ivanka Trump.
Foto: picture-alliance/AP/B. Camp
"Melania em lágrimas"
"O filho de Trump, Don Jr., disse a um amigo que pouco depois das 20h, na noite da eleição, quando parecia confirmada a inesperada tendência de que Trump realmente poderia vencer, seu pai parecia ter visto um fantasma. Melania caiu em lágrimas – que não eram de alegria. Em pouco mais de uma hora, um Trump confuso se transformou num Trump incrédulo e depois num Trump assustado."
Foto: picture-alliance/AP/V. Mayo
Ivanka Trump, "primeira mulher presidente"
"Comparando riscos e ganhos, tanto Jared (Kushner) quanto Ivanka decidiram aceitar cargos na Casa Branca, contrariando o conselho de quase todos que conheciam... Ambos fizeram um acordo sério: se algum dia surgir a oportunidade, ela será a candidata à presidência. A primeira mulher presidente, brincou Ivanka, não seria Hillary Clinton, mas Ivanka Trump."
Foto: picture-alliance/AP/M. Sohn
Buscando refúgio em "fast food"
"Ele tinha um medo antigo de ser envenenado, e essa é uma das razões pelas quais ele gostava de comer no McDonald's: ninguém sabia que ele iria aparecer, e a comida já estava pronta, o que era seguro."
Foto: Instagram
As teorias de Bannon
"O verdadeiro inimigo, segundo Bannon, era a China. A China seria a primeira frente numa nova Guerra Fria. A China é tudo. Nada mais importa. Se não lidarmos direito com a China, não vamos lidar direito com nada. Tudo é muito simples. A China está onde a Alemanha nazista estava em 1929 e 1930. Os chineses, como os alemães, são as pessoas mais racionais do mundo, até deixarem de ser."
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
Bannon: Donald Jr. foi "traidor"
"Donald Trump Jr., Jared Kushner e o chefe da campanha, Paul Manafort acharam uma boa ideia se encontrar com um governo estrangeiro na sala de conferências no 25º andar do Trump Tower – e sem advogados... Mesmo se você acha que não se tratava de traição, falta de patriotismo ou uma bosta ruim, e eu acho que foi tudo isso, você deveria ter chamado o FBI imediatamente", disse Bannon.
Foto: picture-alliance/AP/C. Kaster
"Perder era ganhar"
"Se tivesse perdido a eleição, Trump se tornaria muito famoso e ao mesmo tempo um mártir da Hillary Idiota. Sua filha Ivanka e o genro Jared se tornariam celebridades internacionais. Steve Bannon se tornaria o chefe de fato do movimento Tea Party. Melania Trump, que havia obtido do marido a garantia de que ele não seria presidente, poderia voltar a ter almoços discretos. Perder era ganhar."