Presidente dos EUA promete visitar território na próxima semana, e Casa Branca anuncia pagar 100% dos custos de reparos essenciais. Pentágono promete enviar mais soldados e navios, mas ressalta dificuldade logística.
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As Forças Armadas dos EUA e todas as agências relevantes estão sob ordens para fazer "tudo o que estiver ao seu alcance" para ajudar Porto Rico após a passagem do furacão Maria, disse o presidente americano, Donald Trump, na terça-feira (26/09). O Pentágono prometeu enviar mais navios e tropas adicionais ao território americano.
Dirigindo-se a repórteres em Washington, Trump rejeitou as acusações de que seu governo não agiu rápido o suficiente para fornecer ajuda ao território americano no Caribe. Alguns observadores alegaram que Washington tem sido muito menos eficiente em Porto Rico do que foi no Texas e na Flórida, também atingidos por furacões.
"Nós conseguimos 'notas dez' no Texas e na Flórida, e também iremos conseguir em Porto Rico", disse Trump. "A diferença é que esta é uma ilha localizada no meio de um oceano. É um grande oceano, é um oceano muito grande. E estamos fazendo um bom trabalho."
A destruição causada pelo furacão Maria em Porto Rico
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Sem energia, sem água
O furacão Maria causou ao menos 16 mortes desde que atingiu o arquipélago porto-riquenho, há menos de uma semana. A região caribenha tem sofrido com furacões recentemente – no início do mês, o Irma também provocou estragos significativos.
Grandes partes da ilha principal, incluindo a maioria de seus hospitais, ainda estão sem energia, e quase metade dos cerca de 3,5 milhões de habitantes de Porto Rico seguem sem acesso a água potável. O governador de Porto Rico, Ricardo Rossello, pediu ajuda federal urgente para lidar com a destruição "sem precedentes".
Na terça-feira, Trump prometeu visitar Porto Rico na próxima semana. A Casa Branca também se comprometeu a pagar 100% dos custos de remoção de escombros e outros auxílios emergenciais, em vez dos 75% usuais.
Mais tropas
O Pentágono, cujas tropas estão trabalhando na reconstrução de áreas atingidas no Texas e na Flórida, prometeu aumentar o número de soldados em Porto Rico dos atuais 2.500 para até 5.000 nos próximos dias.
Atualmente, os EUA têm 16 navios da Marinha e da Guarda Costeira que operam perto de Porto Rico, e outros dez estão a caminho, segundo Brock Longo, chefe da Agência Federal para a Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês). Uma dessas embarcações é o USS Comfort, um navio-hospital da Marinha.
As tempestades causaram grandes danos aos aeroportos e portos, estabelecendo desafios logísticos para as equipes de socorro, explicou Long. Aeronaves militares estão levando alimentos e água em partes isoladas do território americano, acrescentou. A destruição foi extremamente acentuada devido à infraestrutura precária do empobrecido território americano.
"Infelizmente, devido à gravidade do desastre, a capacidade dos governos locais e do governo estadual é pequena para responder de forma semelhante ao que vimos no Texas e na Flórida", afirmou Long.
Autoridades estimam que levará mais de um mês para consertar as severamente danificada rede elétrica de Porto Rico e para restaurar o acesso a energia elétrica para todos os habitantes do arquipélago.
PV/ap/rtr/afp
Porto Rico após o furacão Maria
Com ventos de mais de 240 quilômetros por hora, ciclone foi chamado de a "tempestade do século" pelas autoridades. “A vida como a conhecemos mudou”, disse a prefeita da capital San Juan.
Foto: Reuters/C.G. Rawlins
Pilha de destroços
As ruas do centro histórico na capital, San Juan, ficaram repletas de destroços de varandas, telhados, aparelhos de ar condicionado, postes, linhas de transmissão derrubadas e pássaros mortos. Um homem morreu na região de Bayamón após ser atingido por uma tábua que usava para cobrir suas janelas.
Foto: Getty Images/AFP/H. Retamal
Árvores caídas
Poucas árvores permaneceram sem danos após a tempestade, que trouxe ventos de mais de 240 quilômetros por hora. Moradores e motoristas tinham que achar seu caminho em meio a um labirinto de árvores caídas e ruas inundadas que bloqueavam muitas passagens.
Foto: Getty Images/AFP/H. Retamal
Enchentes relâmpago
As ruas foram transformadas em correntes, e vastas partes da ilha ficaram alagadas após inundações repentinas. As autoridades descreveram as enchentes como "catastróficas". Na imagem, moradora do bairro de Puerto Novo, em San Juan, caminha em rua inundada.
Foto: Getty Images/AFP/H. Retamal
No escuro
A ilha toda ficou sem energia elétrica, e a rede de telefonia foi em partes desativada com a passagem do furacão. O chefe da agência do governo federal dos EUA para emergências Fema disse que pode levar dias até que a energia seja restaurada em Porto Rico e nas Ilhas Virgens Americanas.
Foto: Reuters/C.G. Rawlins
Saques e prisões
Após o governo anunciar um toque de recolher para o período da noite, casos isolados de saques foram relatados na ilha e dez suspeitos foram presos. A tempestade deixou telhados de casas e lojas, como o supermercado na foto, danificados.
Foto: Reuters/C.G. Rawlins
Busca por abrigo
O governo disponibilizou 500 abrigos de emergência para 67 mil pessoas. Dezenas de milhares de habitantes da ilha tiveram que buscar proteção. Na imagem, equipes de resgate ajudam uma idosa a ir para um centro de operações de emergência. Pelo menos dez pessoas morreram na região do Caribe.
Foto: Reuters/C.G. Rawlins
Pertences para trás
Moradores de Porto Rico tiveram que deixar seus pertences para trás enquanto buscaram proteção em abrigos. Na imagem, homem busca itens de valor em casa danificada de um parente na área de Guayama.
Foto: Reuters/C.G. Rawlins
“Nossa vida como a conhecemos mudou”
A prefeita de San Juan, Carmen Ulin Cruz, caiu em lágrimas ao falar sobre a devastação provocada pela tempestade. “Nossa vida como a conhecemos mudou”, disse ela a jornalistas em um abrigo, cujo teto tremia enquanto Cruz dava a entrevista.
Foto: Getty Images/AFP/H. Retamal
Danos totais são desconhecidos
O tamanho dos danos ainda é desconhecido, já que partes da ilha permanecem isoladas e sem comunicação. Na baía de San Juan, 80% das casas em uma pequena comunidade de pescadores ficou destruída.
Foto: Reuters/C.G. Rawlins
Recuperação lenta
O governador da ilha, Ricardo Rosselló, chamou o fenômeno de “tempestade mais destruidora do século”. Segundo ele, pode levar meses até que os danos sejam reparados. Porto Rico atravessa no momento uma série de problemas financeiros, com a maior crise de dívida municipal na história dos EUA. O governo e empresas de serviços públicos pediram proteção judicial em meio a disputas com credores.
Foto: Reuters/A. Baez
Pior que Irma
Porto Rico também foi atingida pelo furacão Irma em 6 de setembro. Apesar de 1 milhão de pessoas terem ficado sem energia, não houve mortes ou sérios danos como em ilhas vizinhas. O Maria, porém, além de destruir inúmeras casas, arrancou janelas de hospitais e estações de polícia na ilha norte-americana.
Foto: Getty Images/AFP/H. Retamal
Mudanças climáticas
Muitos cientistas estimam que tempestades severas como Maria, Irma e Harvey estejam ganhando intensidade como consequência das mudanças climáticas, embora sejam consideradas essencialmente fenômenos naturais.