Presidente alega roubo de propriedade intelectual para dificultar acesso de Pequim ao mercado americano. Entre as medidas está imposição de tarifas, que podem chegar a US$ 60 bilhões.
Anúncio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (22/03) medidas comerciais contra a China, acusada por ele de roubo de propriedade intelectual. As ações preveem a imposição de taxas sobre produtos importados do país asiático e processos na Organização Mundial do Comércio (OMC).
As sobretaxas sobre importações da China podem somar até 60 bilhões de dólares por ano. A Casa Branca afirmou que o governo publicará nos próximos 15 dias um lista com as tarifas propostas. Como potenciais alvos, já foram identificadas cerca de 1.300 linhas de produtos. A taxação só entrará em vigor após um período de 60 dias para consultas.
"Está ocorrendo um roubo tremendo de propriedade intelectual", disse Trump, ao assinar o memorando com as medidas. "Trata-se do maior déficit de qualquer país na história do mundo", acrescentou, ao comentar o desequilíbrio comercial entre Estados Unidos e China. Washington acumula um déficit de 375 bilhões de dólares no comércio com Pequim.
Trump culpou ainda o país asiático pela perda de empregos nos Estados Unidos e destacou que sua ação deixará os EUA mais ricos e fortes.
Além das tarifas de importação e de ações na OMC, o governo americano também propôs a restrição de investimentos chineses nos Estados Unidos.
O governo americano destacou, no entanto, que a China terá espaço para responder às medidas. Essa abertura reduz os riscos do início imediato de uma guerra comercial.
"Eu os vejo como um amigo", ressaltou Trump sobre os chineses, acrescentando que Washington está travando negociações com Pequim.
As medidas são resultado de uma investigação do governo americano, que durou sete meses, sobre supostas táticas que a China teria usado para desafiar a supremacia dos EUA em tecnologia. Segundo os Estados Unidos, o país asiático teria usado hackers para roubar segredos comerciais e exigido de empresas americanas a entrega de informações para poder entrar no mercado chinês.
Resultado controverso
Durante a campanha, Trump prometeu diminuir o déficit comercial dos EUA, que chegou a 566 bilhões de dólares no ano passado. Para isso, o presidente aponta a necessidade de reescrever novos acordos comerciais e reprimir práticas comerciais abusivas, que segundo ele, seriam praticadas por parceiros dos Estados Unidos.
Antes do anúncio americano desta quinta-feira, a China já havia alertado que tomará todas as medidas necessárias para se defender, elevando a possibilidade de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
As medidas também são controversas nos EUA. Dezenas de grupos industriais enviaram, no final de semana, um alerta a Trump. Eles argumentam que essas restrições terão impactos negativos na economia americana. Os empresários alegam que o país pode sofrer retaliações e ver um aumento dos custos para as empresas e consumidores.
CN/efe/lusa/rtr/ap/afp
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
As dez cidades mais caras do mundo
Estudo divulgado pelo braço de pesquisas da revista britânica "The Economist" mostra onde é mais caro e mais barato se viver no planeta. Ranking poucas vezes mudou tanto de um ano para o outro.
Foto: DW/J. Jeffrey
Los Angeles
A volatilidade econômica global, aliada a incertezas políticas em regiões como América Latina, levou a uma série de mudanças no ranking das cidades mais caras do mundo, segundo estudo da Economist Intelligence Unit, braço de pesquisas da revista britânica "The Economist". Los Angeles, por exemplo, saltou dez posições, e agora é oitava no ranking, em empate técnico com outras duas.
Foto: Getty Images/D.Livingston
Seul
Três cidades que estavam entre as mais caras do mundo no estudo do ano passado saíram do Top 10 em 2016: Melbourne, Sydney e Oslo. Com o movimento, Seul ganhou uma posição e agora é oitava – tecnicamente empatada com Los Angeles e mais uma cidade.
Foto: picture alliance/D. Kalker
Copenhague
Em oitavo lugar aparece, além de Seul e Los Angeles, Copenhague. A capital dinamarquesa é uma das poucas das 133 avaliadas pelo instituto que se mantiveram na mesma posição nos últimos 12 meses.
Após um 22º lugar no ano passado, Nova York voltou ao Top 10. Entre as razões, o aumento nos preços de alimentos e aluguéis. O dólar, que ganhou força no último ano, também ajudou a fazer da metrópole a sétima mais cara do mundo.
Foto: Getty Images/AFP/T. A. Clary
Londres
Um dólar mais forte e um euro mais fraco levaram várias cidades europeias da zona de moeda única a perderem posições. Com isso, cidades como Londres subiram no ranking. A capital britânica agora é a sexta – avançou cinco lugares em relação à lista de 2015.
Foto: picture alliance/dpa/D. Rosenbaum
Paris
O estudo analisa preços de mais de 160 produtos e serviços – de pão, vinho e gasolina a transporte, escolas privadas e aluguel. Agora quinta colocada, Paris perdeu três posições no ranking. Na cidade, um quilo de pão, por exemplo, passou no intervalo de um ano de 8,83 para 7,42 dólares.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Isore
Genebra
Segundo o estudo, cidades europeias costumam ser mais caras devido aos preços de atividades de lazer e entretenimento. Genebra agora é a quarta colocada, três posições acima da que tinha no ranking de 2015 – um exemplo de como cidades de países de fora do euro estão ficando mais caras que suas vizinhas de moeda única.
Foto: imago/imagebroker
Hong Kong
Hong Kong subiu sete posições na lista e agora é a segunda colocada. Enquanto o preço do combustível é baixo na cidade-Estado, alimentos como pão e vinho, de referência no estudo, ficaram significativamente mais caros – uma tendência verificada em metrópoles asiáticas.
Foto: Getty Images/AFP/E. Jones
Zurique
Zurique é a cidade mais cara da Europa, dividindo a segunda posição em nível global com Hong Kong. Umas das razões apontadas pelo estudo para a cidade suíça ter subido duas posições no ranking em relação ao ano passado é o fortalecimento do franco frente ao euro.
Foto: Imago/Travel-Stock-Image
Cingapura
Cingapura continuou pelo terceiro ano seguido no topo da lista Economist Intelligence Unit. Apesar de liderar o ranking, a cidade-Estado é relativamente barata se comparada com outras cidades asiáticas quando analisados itens básicos de supermercado – que são 33% mais caros em Seul, por exemplo. O que torna Cingapura tão cara é, sobretudo, o preço de carros, transporte público e aluguéis.
Foto: Getty Images/AFP/R. Rahman
Rio e São Paulo
A inflação e a desvalorização do real reduziram o custo de vida, levando em conta os padrões internacionais, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em relação ao ano passado, a capital paulista foi do 50º para o 107º lugar. Já o Rio de Janeiro perdeu 52 posições, e agora é o 113º. "Moradores locais, porém, não estão tendo os mesmos benefícios que os visitantes", ressalta o estudo.
Foto: picture-alliance/ZB
As mais baratas
O estudo compara preços de determinados produtos tendo como referência o custo de vida em Nova York. Por esse critério, a mais barata das 133 cidades analisadas é Lusaka (foto), capital da Zâmbia. Em seguida, aparecem: Bangalore (Índia), Mumbai (Índia), Almaty (Casaquistão), Argel (Argélia), Chennai (Índia), Karachi (Paquistão), Nova Déli (Índia), Damasco (Síria) e Caracas (Venezuela).