Trump apoia proposta de restringir imigração legal nos EUA
3 de agosto de 2017
Presidente americano discute com senadores projeto de lei que visa eliminar loteria de vistos, cortar pela metade número de refugiados acolhidos por ano e que prioriza imigrantes com melhor qualificação.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (02/08) defender uma iniciativa que colocaria novos limites na imigração legal no país. O projeto de lei visa reduzir o número de imigrantes legais permitidos a cada ano e estabeleceria um sistema de imigração baseado em mérito e qualificações profissionais em vez de conexões familiares.
Trump se reuniu com os senadores republicanos David Perdue (Georgia) e Tom Cotton (Arkansas), na Casa Branca, para discutir o projeto de lei. O chamado RAISE Act (Ato de reformulação da imigração americana para uma economia forte, em tradução livre) marcaria a "reforma mais significativa do nosso sistema de imigração em metade de um século", segundo Trump.
No último mês, o presidente americano disse num comício em Ohio que estava trabalhando com senadores conservadores na "criação de um novo sistema de imigração para os EUA".
Reencontro na fronteira entre EUA e México
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O projeto de lei discutido nesta quarta-feira reduziria os números gerais de imigração numa tentativa de substituir o atual programa de vistos por um que se concentre em imigrantes com melhor qualificação, competências na língua inglesa, ofertas de empregos bem remunerados, currículo e iniciativa empreendedora, segundo comunicado da Casa Branca. Dados do governo apontam que mais de 1 milhão de imigrantes receberam residência permanente nos EUA em 2015.
A proposta apresentada por Perdue e Cotton visa reduzir a imigração legal em 50% ao longo de dez anos. O chamado RAISE Act acabaria com a loteria de vistos e conteria o número de refugiados aos quais são oferecidos vistos de residência permanente.
A Casa Branca comunicou que apenas um em cada 15 imigrantes chega aos EUA por causa de suas habilidades profissionais e que o sistema atual não consegue priorizar os imigrantes mais bem qualificados.
A medida não só "restauraria os laços sagrados de confiança com os cidadãos americanos", mas asseguraria que futuros imigrantes "sejam assimilados, tenham sucesso e alcancem o sonho americano", disse Trump.
O projeto de lei também pretende reduzir o número de refugiados praticamente pela metade (de 110 para 50 mil por ano) e eliminar um programa que fornece vistos para países com baixas taxas de imigração.
O encontro de Perdue e Cotton com Trump visava trazer os holofotes para o projeto de lei, que tem sido amplamente ignorado no Senado, com nenhum outro legislador apoiando a iniciativa. Os líderes do Partido Republicano não demonstraram nenhuma inclinação a votar temas relacionados à imigração este ano.
Trump fez da repressão à imigração ilegal uma marca registrada de seu governo e tentou reduzir subsídios federais para as cidades que se recusarem a cumprir os esforços federais em deter e deportar pessoas que vivem ilegalmente no país.
PV/dpa/ap
As imagens que marcaram a crise migratória
Fotos impressionantes do enorme fluxo de migrantes para a Europa em 2015 e 2016 circularam pelo mundo. No Dia Mundial do Refugiado, vale lembrar a perseverança dos que foram forçadas a deixar seus países.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
A meta: sobreviver
Uma jornada combinada com sofrimento e perigo para corpo e alma: para fugir da guerra e da miséria, centenas de milhares de pessoas, principalmente da Síria, viajaram pela Turquia para a Grécia em 2015 e 2016. Ainda há cerca de 10 mil pessoas nas ilhas de Lesbos, Chios e Samos. De janeiro a maio deste ano, chegaram mais de 6 mil novos refugiados.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
A pé até a Europa
Em 2015 e 2016, milhões de pessoas tentaram, a pé, chegar à Europa Ocidental através da Turquia ou da Grécia até a Macedônia, Sérvia e Hungria. Este fluxo não parou mesmo depois de a chamada rota dos Bálcãs ter sido fechada e muitos países terem bloqueado suas fronteiras. Hoje, a maioria dos refugiados vai para a Europa usando a perigosa rota pelo Mediterrâneo através da Líbia.
Foto: Getty Images/J. Mitchell
Consternação mundial
Esta foto chocou o mundo em setembro de 2015: numa praia da Turquia foi encontrado o corpo do menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos. A imagem se espalhou rapidamente pelas redes sociais e se tornou um símbolo da crise dos refugiados. Depois dela, a Europa não podia mais se omitir.
Foto: picture-alliance/AP Photo/DHA
Caos e desespero
Sabendo que a rota de fuga para a Europa seria fechada, milhares de refugiados tentaram desesperadamente entrar em trens e ônibus na Croácia. Alguns dias depois, em outubro de 2015, a Hungria fechou a fronteira e criou campos com contêineres, onde os refugiados seriam mantidos durante a análise de seu pedido de asilo político.
Foto: Getty Images/J. J. Mitchell
Hostilidades
A indignação foi grande quando uma repórter cinematográfica húngara deu uma rasteira num refugiado sírio que corria com um menino no colo. Ele tentava passar por uma barreira policial na fronteira húngara em setembro de 2015. No auge da crise de refugiados aumentavam as hostilidades contra imigrantes, com ataques xenófobos a abrigos de refugiados também na Alemanha.
Foto: Reuters/M. Djurica
Fronteiras fechadas
O fechamento oficial da rota dos Bálcãs, em março de 2016, gerou tumultos nos postos de fronteira, onde milhares de migrantes não puderam mais avançar e houve relatos de violência policial. Muitos, como estes refugiados, tentaram contornar os postos de fronteira entre a Grécia e a Macedônia.
Uma criança ensanguentada coberta de poeira: a fotografia de Omran, de 5 anos, chocou o público em 2016 e se tornou um símbolo dos horrores da guerra civil da Síria e do sofrimento de seu povo. Um ano mais tarde, novas imagens mostrando o menino bem mais feliz circularam na internet. Apoiadores do presidente sírio afirmam que a primeira imagem foi usada para fins de propaganda.
Foto: picture-alliance/dpa/Aleppo Media Center
Em busca de segurança
Um sírio carrega a filha na chuva em Idomeni, entre a Grécia e a Macedônia. Ele procura abrigo na Europa. Segundo o Regulamento de Dublin, o asilo político precisa ser solicitado no primeiro país da União Europeia a que o refugiado chegou. Por isso, muitos que prosseguem viagem são mandados de volta. Por sua localização fronteiriça, Itália e Grécia são os países onde mais chegam refugiados.
Foto: Reuters/Y. Behrakis
Esperança
A Alemanha continua sendo o principal destino dos migrantes, embora a política de refugiados e de asilo do país tenha se tornado mais restritiva após o grande afluxo no final de 2015. Nenhum outro país europeu acolheu tantos refugiados como a Alemanha, que recebeu 1,2 milhão de pessoas desde 2015. A chanceler federal Angela Merkel foi um ícone para muitos dos recém-chegados.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Miséria nos campos de refugiados
No norte da França, um enorme campo de refugiados, a chamada "Selva de Calais", foi fechado. Durante a evacuação, em outubro de 2016, houve um incêndio no acampamento. Cerca de 6.500 moradores foram removidos para outros abrigos na França. Meio ano depois, organizações de ajuda relataram sobre muitos refugiados menores de idade que vivem como sem-teto em volta da cidade de Calais.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Laurent
Afogamentos no Mediterrâneo
ONGs e guardas costeiras estão constantemente à procura de barcos de migrantes em perigo. Eles preferem atravessar o mar em embarcações precárias superlotadas a viver sem perspectivas na pobreza ou em meio à guerra civil. Só em 2017, a travessia já custou 1.800 vidas. Em 2016 foram registrados 5 mil mortos.
Foto: picture alliance/AP Photo/E. Morenatti
Milhares esperam na Líbia
Centenas de milhares de refugiados da África Subsaariana e do Oriente Médio esperam em campos líbios para atravessar o Mar Mediterrâneo. Muitos estão nas mãos de contrabandistas humanos e traficantes de pessoas. As condições nesses locais são catastróficas, dizem ONGs. Testemunhas relatam casos de escravidão e prostituição forçada. Ainda assim, continua vivo o sonho de chegar à Europa.
Foto: Narciso Contreras, courtesy by Fondation Carmignac