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Trump ataca China e Irã no Conselho de Segurança da ONU

26 de setembro de 2018

Presidente exige frente unida contra "atividades malignas" de Teerã. Fora do tema da sessão, acusa Pequim de interferir nas eleições de meio de mandato nos EUA, em retaliação à guerra comercial entre os dois países.

Presidente dos EUA presidiu pela primeira vez sessão sobre não proliferação de armas de destruição em massa
Presidente dos EUA presidiu pela primeira vez sessão sobre não proliferação de armas de destruição em massaFoto: picture-alliance/E.Vucci

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas desta quarta-feira (26/09) com acusações ao Irã de financiar terrorismo e um apelo para que o país jamais tenha uma bomba nuclear.

Além disso, ameaçou Teerã com a imposição de novas medidas punitivas, além das relacionadas à retirada dos EUA do acordo nuclear, que afetam o petróleo e entrarão em vigor em novembro.

"Em novembro, nossa reimposição de sanções estará totalmente aplicada. Depois, vamos impor mais sanções, que serão mais fortes do que nunca, para enfrentar toda a gama de atividades malignas do Irã no Oriente Médio e além."

Foi a primeira vez que o líder americano presidiu uma sessão do Conselho da ONU, que foi dedicada à não proliferação de armas nucleares, químicas e biológicas.

Sem qualquer relação com a temática do encontro, Trump aproveitou a ocasião para acusar a China de se imiscuir nas eleições americanas de meio de mandato, alegando que o país queira impedir a vitória de seu Partido Republicano, em represália ao posicionamento deste no comércio externo. A imposição de pesadas tarifas a produtos chineses vem desencadeando uma verdadeira guerra comercial.

"A China tem tentado interferir na eleição de 2018, em novembro próximo. Contra a minha administração", alegou o bilionário e ex-astro de reality TV. "Eles não querem que a gente ganhe porque eu sou o primeiro presidente a enfrentar a China no comércio, e nós estamos ganhando no comércio, estamos ganhando em todos os níveis. A gente não quer que eles se metam nem interfiram na nossa próxima eleição."

A votação de 6 de novembro decidirá se os republicanos manterão o controle sobre a Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA. Algumas pesquisas de intenção de voto conferem boas perspectivas ao Partido Democrata.

Pequim rebateu as acusações através de seu chefe de diplomacia. "Nós não interferimos e não vamos interferir nos assuntos internos de nenhum país. Nós nos recusamos a aceitar quaisquer acusações injustificadas contra a China", declarou Wang Yi ao Conselho de Segurança.

Durante seu discurso de cerca de dez minutos, Trump deixou de fora qualquer referência às alegações de que a Rússia teria interferido no pleito presidencial de 2016, ao qual ele deve o cargo, e cujo inquérito a respeito ele classifica de "caça às bruxas". Porém, criticou na ONU a Rússia e Teerã por seu envolvimento na guerra da Síria, em apoio ao presidente Bashar al-Assad: "A carnificina do regime sírio é possibilitada pela Rússia e por Teerã", afirmou.

Na terça-feira, o presidente dos EUA fora alvo de risos dos delegados das Nações Unidas ao enumerar as supostas conquistas de seus dois anos de governo e declarar que já teria alcançado "mais do que quase qualquer outra administração na história de nosso país".

AV/rtr/ap/efe

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