Apesar da forte oposição da Turquia, que vê o YPG como um grupo terrorista, presidente americano autoriza armar combatentes curdos "com todos os meios necessários" para ajudar na reconquista de Raqqa.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou armar os combatentes curdos na Síria com todos os meios necessários "para garantir uma clara vitória" no ataque para retomar a cidade de Raqqa do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI), afirmou o Pentágono nesta quinta-feira (09/05).
A decisão poderá estremecer as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e a Turquia, respectivamente o primeiro e o segundo maior exército do Otan, já que o governo em Ancara se opôs com veemência a armar os rebeldes das Unidades de Defesa Popular (YPG), que considera uma extensão do grupo militante curdo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista na Turquia.
"Estamos plenamente cientes dos temores de segurança do nosso parceiro de coalizão Turquia. Queremos reafirmar ao povo e ao governo da Turquia que os Estados Unidos estão comprometidos com a prevenção de riscos de segurança adicionais e com a proteção do nosso parceiro na Otan", afirmou a porta-voz do Pentágono, Dana White, em Vilnius, na Lituânia, onde ela acompanha o secretário de Defesa, Jim Mattis.
Autoridades do alto escalão, como o general Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto, reuniram-se diversas vezes com representantes do governo turco para tentar obter um acordo sobre a ofensiva a Raqqa que fosse aceitável para Ancara.
Os turcos queriam que os curdos sírios fossem excluídos dessa operação, mas as autoridades americanas não cederam, afirmando não existir outra alternativa. Militares americanos argumentam que os curdos estão entre os combatentes mais bem preparados dos grupos rebeldes e vão necessitar de armas pesadas, como mísseis antitanque, morteiros e veículos blindados para lutar contra o "Estado Islâmico". O Pentágono não informou que armas serão fornecidas.
Embora não tenha sido divulgado o tipo de armamento que será disponibilizado, oficiais americanos indicaram que morteiros de 120 milímetros, metralhadoras, munições e veículos blindados são algumas das possibilidades e descartam o fornecimento de artilharia e mísseis terra-ar.
AS/rtr/ap
As combatentes peshmerga
Há quase duas décadas que mulheres lutam ao lado dos homens nas forças curdas, conhecidas como peshmerga, que lutam no norte do Iraque contra o "Estado Islâmico".
Foto: Getty Images/S. Hamed
O início
A primeira unidade feminina das forças peshmerga, como o Exército curdo é conhecido, remonta a 1996. Segundo o próprio Exército, cada vez mais mulheres se unem à luta dos curdos contra o "Estado Islâmico", mas não há verificação independente dessa informação.
Foto: Getty Images/S. Hamed
No front
Uma das maiores unidades femininas fica centenas de quilômetros ao sul de Dahuk, na província de Suleimânia. Cerca de 600 mulheres servem no local. Elas são responsáveis pela vigilância de prédios públicos e também de instalações militares. Cerca de cem já participaram de combates.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Número desconhecido
A quantidade exata de mulheres que servem no Exército curdo é segredo militar. Mas a noção de que a participação feminina nas forças peshmerga é necessária é muito forte. "Quero aprender a manusear armas para defender meu país", declarou uma das combatentes. Os curdos possuem autonomia no norte do Iraque e lutam pelo próprio Estado.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Solteiras e casadas
Algumas das mulheres que se alistam como voluntárias são casadas e têm filhos. Em alguns casos, os maridos também são combatentes. Outras são filhas de antigos soldados, ou lutam ao lado dos irmãos. Mas a maioria delas é solteira, e muitas se alistaram ainda adolescentes.
Foto: Reuters/Ahmed Jadallah
Aceitação
Algumas combatentes têm o apoio familiar. Mas nem sempre é o caso. De acordo com uma oficial, a unidade feminina ainda é vista com ceticismo por alguns homens. Mas muitos deles as apoiam e incentivam.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Engajamento
Para a comandante de um regimento, os batalhões femininos são um acréscimo importante para o Exército peshmerga. E o comprometimento das mulheres é exemplar, afirma. "Aqui estão mulheres armadas e dispostas a lutar por seu país."
Foto: Getty Images/S. Hamed
Beleza e coragem
Peshmerga significa "aquele que encara a morte". O olhar determinado e a beleza de muitas das combatentes chamam a atenção.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Contra o "Estado Islâmico"
Unidades femininas já participaram de combate contra milícias do "Estado Islâmico". Com o avanço dos radicais, a participação das mulheres ganha em importância.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Medo das mulheres
Uma guerrilheira disse achar engraçada a ideia de encarar um dos jihadistas do Estado Islâmico, grupo radical que reprime as mulheres nas áreas que ocupa. "Acho que eles teriam mais medo de nós do que dos homens, pois acreditam que vão para o inferno se forem mortos por uma mulher."
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Luta contra a repressão
Outra guerrilheira disse que se alistou justamente para combater um grupo radical que reprime as mulheres, proibindo-as de circular nas ruas e obrigando-as a vestir a burca.