"O muro é necessário porque o povo quer proteção", diz presidente, acrescentando que alguns entraram com más intenções" nos EUA. Barreira física com o México visaria combater o narcotráfico e a imigração ilegal.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou o muro que pretende construir na fronteira com o México, com o qual Israel ergueu, separando os territórios palestinos, a fim de evitar ataques terroristas.
"O muro é necessário porque o povo quer proteção e o muro protege. Basta perguntar a Israel. Eles tinham um desastre absoluto atravessando para o outro lado", opinou Trump, numa entrevista ao canal americano Fox News.
"Agora mesmo, o FBI [polícia federal americana] tem mais de mil investigações [de terrorismo] em andamento. E isso é gente que deixamos entrar", prosseguiu. "Nós não precisamos disso. Alguns entraram com más intenções. A maioria não, eu acho, mas não podemos correr riscos."
Trump comparou assim o muro israelense, criticado por isolar populações palestinas, a seu projeto para levantar uma barreira física com o México, terceiro maior parceiro comercial dos americanos. Trump tem acusado o país de não fazer o suficiente para lutar contra a imigração ilegal e o narcotráfico.
O presidente americano afirmou que o muro israelense evita "99,9%" das travessias não autorizadas e esse é seu objetivo para a barreira com o México. Ele também assegurou que o país vizinho pagará pelo custo de uma maneira indireta.
Donald Trump assinou na quarta-feira uma ordem executiva para acelerar a construção de um muro ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México – que tem uma extensão total de cerca de 3 mil quilômetros – para travar o narcotráfico e a entrada de imigrantes ilegais no território americano, dando o primeiro passo para concretizar uma das promessas mais polêmicas de sua campanha eleitoral.
PV/efe/lusa/ots
Fronteira entre EUA e México: sai metal, entra concreto
Uma das promessas mais polêmicas da campanha de Donald Trump foi construir um muro na fronteira sul dos EUA. Ali, já há uma cerca em alguns pontos, que pode ser substituída por concreto.
Foto: Reuters/J. L. Gonzalez
Trump é familiarizado com construções
"Vou construir um grande muro na nossa fronteira sul – e ninguém constrói muros melhor do que eu, e vou fazer com que o México pague por esse muro." Isso é o que o presidente americano, Donald Trump, disse na campanha eleitoral. Até agora, ele construiu sobretudo arranha-céus e hotéis. O muro está no topo de um plano de 10 pontos sobre política de imigração.
Foto: picture-alliance/AP Photo/C. Torres
Final no nada
A fronteira entre EUA e México tem cerca de 3.200 quilômetros – dos quais, cerca de 1.100 quilômetros são protegidos por uma cerca. A fronteira passa por quatro estados americanos e seis mexicanos, por desertos e cidades grandes. Devido à dificuldade de acesso, uma pequena parte da fronteira no Novo México é aberta. Outras áreas são patrulhadas por policiais.
Foto: Reuters/M. Blake
Colosso de metal
O número de imigrantes ilegais que entram no país por ano é estimado em 350 mil, uma grande parte vem do México. Alguns mexicanos irregulares são tolerados no país, mas a família mexicana do outro lado não recebe um visto. Os imigrantes desejam uma vida melhor, emprego e mais dinheiro para as suas famílias.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Zepeda
Apenas um pequeno toque
As famílias permanecem separadas pela cerca. Um abraço é impossível. No máximo, as pessoas conseguem esticar as mãos entre as vigas de aço. Se Donald Trump tornar realidade sua promessa eleitoral, como anunciou, logo o concreto vai substituir o aço, impossibilitando qualquer toque.
Foto: picture-alliance/ZumaPress/J. West
Preconceitos
"Quando o México nos manda seus cidadãos, não manda os melhores", disse Trump durante a campanha eleitoral. "Eles enviam pessoas que têm muitos problemas. Eles trazem drogas, crime, estupradores. Alguns, suponho, são boas pessoas." Trump quer deportar imigrantes ilegais, pelo menos, os criminosos. Apesar das ameaças, muitos mexicanos continuam querendo emigrar.
Foto: picture-alliance/AP Photo/G. Bull
Mortes na fuga
Para alguns mexicanos, o sonho termina na fronteira. Eles acabam na prisão. Outros pagam por cruzar ilegalmente a fronteira com a própria vida. Há notícias de que as forças de segurança atiram em migrantes. Seis cidadãos mexicanos inocentes já foram mortos, sem que tenha havido condenação dos responsáveis. Apenas em 2015 um membro da patrulha da fronteira dos EUA foi indiciado.
Foto: Reuters/D.A. Garcia
Armado contra intrusos
Jim Chilton, um fazendeiro americano, vigia sua propriedade. Sua fazenda, de 200 mil metros quadrados, está localizada no sudeste do Arizona e é adjacente ao México. Há apenas uma cerca de arame farpado separando-a do país vizinho. Chilton costuma usar sua arma para defender o terreno.
Foto: Getty Images/AFP/F.J. Brown
Final curioso
"Tortilla Wall". Este é o nome popular e bastante depreciativo de uma parte da fronteira de 22,5 quilômetros de comprimento entre a Otay Mesa Border Crossing, em San Diego (Califórnia), e o Oceano Pacífico.