Trump defende pena de morte para traficantes de drogas
20 de março de 2018
Presidente diz que punição severa é necessária para combater epidemia de opioides nos Estados Unidos. Em 2016, 42 mil pessoas morreram no país de overdose de grupo de drogas que inclui heroína.
Anúncio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta segunda-feira (19/03) a pena de morte para os traficantes de drogas, como parte do seu plano para combater a crise de opioides que atinge o país.
"Estamos perdendo tempo se não formos duros com os traficantes, e essa dureza inclui a pena de morte", disse Trump em discurso em New Hampshire, um dos estados mais afetado pela crise, ao apresentar o plano.
Trump ressaltou que talvez não seja possível impor a pena de morte para todos os traficantes, mas disse que as punições mais duras são a única forma de combater o problema.
"A não ser que façamos isso, a não ser que tenhamos sentenças realmente poderosas, entre elas a pena de morte para os traficantes realmente maus, não chegaremos a nada", disse. "Não descansaremos até o fim. Essa praga da dependência de drogas nos EUA terá um fim", prometeu Trump.
O presidente anunciou ainda que a Casa Branca trabalhará para cortar em um terço nos próximos três anos o número de prescrições de opioides. Trump também reiterou que o Departamento de Justiça está avaliando a possibilidade de abrir grandes processos contra farmacêuticas "interessadas na indicação de opioides".
Estima-se que 2,4 milhões de americanos são viciados neste grupo de drogas com efeitos semelhantes à morfina, que inclui a heroína e o mais forte fentanyl. Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Justiça dos EUA (CDC), 42 mil pessoas morreram por overdose de opioide em 2016.
Após a declaração de Trump, o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, confirmou em comunicado que o departamento usará a lei federal para buscar a pena de morte para os traficantes quando "for apropriado".
A lei americana permite a aplicação da pena de morte a traficantes somente nos casos de assassinato relacionados ao tráfico de drogas. Não está claro se as mudanças defendidas por Trump são constitucionais.
CN/efe/rtr/afp/ap
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Exército italiano cultiva maconha para fins medicinais
A Itália tem um projeto piloto para a produção de canábis para terapias e assim tornar-se independente de importações da Holanda, mais caras. Desde janeiro, o produto está sendo distribuído em farmácias e hospitais.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Canábis terapêutica
O Exército italiano produz a canábis terapêutica no Instituto Químico Farmacêutico Militar, em Florença. A erva, fornecida a hospitais e farmácias italianas, custa cerca da metade do preço da maconha importada.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Projeto militar
A produção é apenas uma das atividades do instituto químico e farmacêutico militar, que existe há 164 anos. A instituição se orgulha de ter registrado a maconha como produto farmacêutico em setembro de 2015 pela agência de medicamentos da Itália. O produto final é muito diferente da maior parte da canábis consumida no mundo.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Menos THC, mais CBD
O tetra-hidrocarbinol (THC), componente da planta da maconha responsável pelos efeitos alucinógenos, não é tão útil para a medicina quanto o ingrediente ativo canabidiol (CBD), usado como anti-inflamatório. Estima-se que entre 2 e 3 mil italianos se tratem com canábis medicinal para aliviar dores causados pela esclerose múltipla e espasticidade, ou combater náuseas após a quimioterapia.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
"Jamais experimentei!"
"Não, eu nunca experimentei, e também nem tenho a intenção de fazê-lo", diz Antonio Medica, o coronel encarregado do laboratório de canábis no instituto militar italiano em Florença. Ele ri ao dizer que outro dia um colega seu brincou, dizendo que passou 40 anos tentando fazer as tropas parar de fumar nos quartéis: "E agora estamos produzindo nós mesmos!"
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Garantia de qualidade
A produção em um ambiente estéril é muito importante. "Essa é a única maneira de você garantir um produto bom, livre de materiais tóxicos, em especial de metais pesados como o mercúrio, que as plantas absorvem facilmente quando crescem nos campos", explica Medica.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Apenas na "forma natural"
A maconha produzida pelos militares em Florença é distribuída a farmácias e hospitais italianos. A lei prevê que, além da necessidade de prescrição médica, o conteúdo da embalagem deve ser sempre canábis em sua forma natural (ou seja, em forma de planta: flores ou brotos de maconha), para ser usada em chás ou inalada através de vaporizador.