Trump demite Tillerson do cargo de secretário de Estado
13 de março de 2018
Por meio do Twitter, presidente dos EUA anuncia de forma sumária troca de comando no órgão responsável pelas relações exteriores, que passará a ser chefiado pelo atual diretor da CIA, Mike Pompeo.
Anúncio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (13/03), por meio do Twitter, que vai substituir o atual secretário de Estado, Rex Tillerson, pelo diretor da CIA, Mike Pompeo.
A agência de inteligência será comandada pela atual vice do órgão, Gina Haspel, acrescentou o presidente. Ela será a primeira mulher no cargo. Pompeo, se confirmado, será a primeira pessoa a comandar a principal agência de inteligência e a ocupar o principal cargo da diplomacia americana.
Em sua curta mensagem, o presidente não deu qualquer explicação para as trocas. Tillerson e Trump divergiram com frequência sobre vários tópicos da política externa dos Estados Unidos. Relatos de estranhamentos entre os dois existiam desde outubro do ano passado, quando a emissora NBC informou que Tillerson chamara Trump de "idiota".
O secretário de Estado nunca desmentiu a notícia, mas insistiu várias vezes que seu relacionamento com o presidente era sólido. Tillerson, um conhecido empresário do setor petrolífero, deixou o comando da Exxon Mobil para assumir o Departamento de Estado no governo de Trump. Ele acabara de retornar de uma viagem para a África.
Pompeo: leal ao presidente
Um funcionário da Casa Branca disse à agência de notícias AP que Trump queria ter uma nova equipe para as negociações com a Coreia do Norte e as várias questões comerciais que surgiram. Pompeo costuma informar o presidente sobre assuntos de inteligência e é visto como uma das vozes mais críticas em relação à Coreia do Norte.
Ao anunciar a troca, Trump afirmou que Pompeo, de 54 anos, fará "um trabalho fantástico". O novo chefe do Departamento de Estado é um republicano ultraconservador que é descrito como extremamente leal ao presidente e que costuma defendê-lo de críticas.
Ele também tem posições semelhantes às do chefe em assuntos como Coreia do Norte e Irã. Pompeo já defendeu várias vezes romper o acordo nuclear com o Irã, em linha com a posição de Trump.
Pompeo estudou engenharia na Academia Militar de West Point, serviu por cinco anos como oficial do Exército e, em seguida, estudou Direito na Universidade de Harvard. Em 2011 foi eleito para a Casa dos Representantes pelo estado de Kansas. Em 2017, foi para a CIA. O Senado o aprovou para o cargo com 66 votos a favor e 32 contra.
Ligado ao ultraconservador Movimento Tea Party, Pompeo foi um dos mais ferozes críticos da candidata democrata, Hillary Clinton, na eleição de 2016. Ele é visto como uma pessoa engajada, mas também agressiva com seus subordinados, e foi contra classificar o polêmico método waterboarding como tortura.
AS/rtr/ap/dpa
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Trechos de "Fogo e Fúria", o livro sobre os bastidores da Casa Branca de Trump
Mesmo antes de sua publicação, livro do jornalista Michael Wolff já causa irritação em Washington. Com base em mais de 200 entrevistas, obra oferece rara visão interna da Casa Branca e da campanha eleitoral.
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
"Fogo e fúria"
Trechos já publicados do livro do jornalista americano Michael Wolff "Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump" revelam o que acontece nos bastidores do centro do poder nos EUA, da busca por segurança em hambúrgueres aos sonhos presidenciais de Ivanka Trump.
Foto: picture-alliance/AP/B. Camp
"Melania em lágrimas"
"O filho de Trump, Don Jr., disse a um amigo que pouco depois das 20h, na noite da eleição, quando parecia confirmada a inesperada tendência de que Trump realmente poderia vencer, seu pai parecia ter visto um fantasma. Melania caiu em lágrimas – que não eram de alegria. Em pouco mais de uma hora, um Trump confuso se transformou num Trump incrédulo e depois num Trump assustado."
Foto: picture-alliance/AP/V. Mayo
Ivanka Trump, "primeira mulher presidente"
"Comparando riscos e ganhos, tanto Jared (Kushner) quanto Ivanka decidiram aceitar cargos na Casa Branca, contrariando o conselho de quase todos que conheciam... Ambos fizeram um acordo sério: se algum dia surgir a oportunidade, ela será a candidata à presidência. A primeira mulher presidente, brincou Ivanka, não seria Hillary Clinton, mas Ivanka Trump."
Foto: picture-alliance/AP/M. Sohn
Buscando refúgio em "fast food"
"Ele tinha um medo antigo de ser envenenado, e essa é uma das razões pelas quais ele gostava de comer no McDonald's: ninguém sabia que ele iria aparecer, e a comida já estava pronta, o que era seguro."
Foto: Instagram
As teorias de Bannon
"O verdadeiro inimigo, segundo Bannon, era a China. A China seria a primeira frente numa nova Guerra Fria. A China é tudo. Nada mais importa. Se não lidarmos direito com a China, não vamos lidar direito com nada. Tudo é muito simples. A China está onde a Alemanha nazista estava em 1929 e 1930. Os chineses, como os alemães, são as pessoas mais racionais do mundo, até deixarem de ser."
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
Bannon: Donald Jr. foi "traidor"
"Donald Trump Jr., Jared Kushner e o chefe da campanha, Paul Manafort acharam uma boa ideia se encontrar com um governo estrangeiro na sala de conferências no 25º andar do Trump Tower – e sem advogados... Mesmo se você acha que não se tratava de traição, falta de patriotismo ou uma bosta ruim, e eu acho que foi tudo isso, você deveria ter chamado o FBI imediatamente", disse Bannon.
Foto: picture-alliance/AP/C. Kaster
"Perder era ganhar"
"Se tivesse perdido a eleição, Trump se tornaria muito famoso e ao mesmo tempo um mártir da Hillary Idiota. Sua filha Ivanka e o genro Jared se tornariam celebridades internacionais. Steve Bannon se tornaria o chefe de fato do movimento Tea Party. Melania Trump, que havia obtido do marido a garantia de que ele não seria presidente, poderia voltar a ter almoços discretos. Perder era ganhar."