Presidente americano afirma que encontro com Merkel na Casa Branca foi "ótimo", mas diz que Alemanha se beneficia da aliança sem pagar o suficiente. "EUA devem ser pagos pela poderosa defesa que oferecem."
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O presidente americano, Donald Trump, acusou a Alemanha de dever "vastas somas de dinheiro" à Otan, em postagem no Twitter neste sábado (18/03). Trump disse ainda que os Estados Unidos devem ser pagos pela "poderosa defesa" que oferecem à Alemanha por meio da aliança militar.
A afirmação ocorre um dia depois da primeira visita da chanceler federal alemã, Angela Merkel, à Casa Branca. Trump disse que o encontro com Merkel foi positivo, ao contrário do que foi noticiado pela imprensa, mas afirmou que a Alemanha se beneficia da defesa oferecida pela Otan sem pagar o suficiente por isso.
"Apesar do que vocês ouviram das notícias falsas, eu tive um ótimo encontro com a chanceler Angela Merkel. No entanto, a Alemanha deve vastas somas de dinheiro à Otan, e os Estados Unidos devem ser pagos pela poderosa e muito cara defesa que oferecem à Alemanha", escreveu.
Durante o encontro entre os dois líderes em Washington, Trump reiterou seu "forte apoio" à organização e disse ter pressionado Merkel a aumentar os gastos com defesa, para atingir a meta de 2% do PIB. Os países, segundo o presidente, precisam "pagar sua parte".
"Muitas nações devem enormes quantias de dinheiro [à Otan]", e essa situação "é muito injusta com os Estados Unidos", afirmou Trump. "Essas nações devem pagar o que devem."
A chanceler federal prometeu aumentar o orçamento alemão de defesa e reafirmou seu compromisso de alcançar a meta de 2% do PIB até 2024 – na Alemanha, essa percentagem é atualmente de 1,2%.
Em fevereiro, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, ameaçou "moderar o comprometimento" do Pentágono com a Otan, caso os demais membros da aliança não elevem seus gastos com defesa.
KG/dpa/afp
Nove livros para a era Trump
O novo presidente americano não lê muito. Mas, desde que ele chegou ao poder, livros sobre regimes totalitários voltam à lista de best-sellers. Conheça algumas obras que podem ajudar a entender seu estilo de governar.
Foto: Getty Images/S. Platt
"1984"
Em "1984", George Orwell mostra ao leitor o que é viver num Estado totalitário, onde a vigilância é onipresente, e a opinião pública é manipulada pela propaganda. Desde a eleição de Donald Trump, o romance distópico voltou à lista dos mais vendidos. Mas outros clássicos, que descrevem cenários semelhantes, também se encontram cada vez mais sobre as mesas de cabeceira.
Foto: picture-alliance/akg-images
"As origens do totalitarismo"
O ensaio de Hannah Arendt "As origens do totalitarismo" chamou bastante atenção após a sua publicação em 1951. Arendt, que havia fugido da Alemanha nazista, foi uma das primeiras teóricas a analisar a ascensão de regimes totalitários. Há poucas semanas, o livro apareceu por um curto período como esgotado no site de compras Amazon.
Foto: Leo Baeck Institute
"Admirável mundo novo"
O romance distópico de Aldous Huxley "Admirável mundo novo" ainda é leitura obrigatória para escolares e universitários. O livro do escritor britânico, publicado em 1932, descreve a "Gleichschaltung" (uniformização) de uma sociedade por meio da manipulação e condicionamento.
Foto: Chatto & Windus
"O conto da aia"
A distopia feminista de Margaret Atwood também voltou à lista dos best-sellers. O romance publicado em 1985 se passa nos Estados Unidos do futuro, onde as mulheres são reprimidas e privadas de seus direitos por uma teocracia totalitária no poder. Por medo de cenários semelhantes, muitas mulheres se posicionam hoje contra Trump, que continua a provocar discussões com comentários sexistas.
Foto: picture-alliance / Mary Evans Picture Library
"O homem do castelo alto"
Em 1962, Philip K. Dick descreveu em seu romance "O homem do castelo alto" como seria a vida nos Estados Unidos sob a ditadura de vitoriosos nazistas e japoneses após a Segunda Guerra. Em 2015 foi transmitida uma série de TV baseada vagamente no livro do escritor americano. Os cartazes de propaganda do seriado no metrô de Nova York (foto) foram motivo de controvérsia devido à sua simbologia.
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"The United States of Fear"
O livro não ficcional de Tom Engelhardt ainda não publicado no Brasil "The United States of Fear" ("Os Estados Unidos do medo", em tradução livre) foi lançado em 2011. A obra analisa como o fator "medo" favorece investimentos maciços do governo americano nas Forças Armadas, em guerras e na segurança nacional – levando o país, segundo a tese do autor, à beira do abismo.
Foto: Haymarket Books
"Things That Can and Cannot Be Said"
"Things that can and cannot be said" ("As coisas que podem e não podem ser ditas", em tradução livre) é uma coletânea de ensaios e conversas, na qual a autora Arundhati Roy e o ator e roteirista John Cusack refletem sobre o seu encontro com o whistleblower Edward Snowden, em 2014, em Moscou. O livro aborda principalmente a vigilância em massa e o poder estatal.
Foto: picture alliance / Christian Charisius/dpa
"O poder dos sem-poder"
Em seu texto "O poder dos sem-poder" (1978), o escritor e posterior presidente tcheco Vaclav Havel analisa os possíveis métodos de resistência contra regimes totalitários. Ele próprio passou diversos anos na prisão como crítico do governo comunista. Seu ensaio se tornou um manifesto para muitos opositores no bloco soviético.
Foto: DW/M. Pedziwol
"Mente cativa"
Em 1970, o autor polonês e posterior Nobel de Literatura Czeslaw Milosz se tornou cidadão americano. Sua não ficção "Mente cativa" (1953) fala sobre suas vivências como escritor crítico do governo no bloco soviético. Trata-se de um ajuste de contas intelectual com o stalinismo, mas também com a – em sua opinião – enfraquecida sociedade de consumo ocidental.