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Trump diz que tentar diálogo com Pyongyang é perda de tempo

1 de outubro de 2017

Após secretário de Estado revelar que Washington tem canal de comunicação aberto para Pyongyang, presidente reage a anúncio e afirma que EUA "farão o que tiver que ser feito". "Poupe suas energias", diz ele a Tillerson.

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Donald Trump tem participado de troca constante de ameaças com líderes norte-coreanosFoto: Reuters/J. Ernst

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (1º/10) que a tentativa americana de dialogar com a Coreia do Norte sobre seu programa nuclear é "perda de tempo". A declaração vem um dia após Washington revelar que tenta estabelecer um diálogo com Pyongyang.

"Eu disse a Rex Tillerson, nosso maravilhoso secretário de Estado, que ele está desperdiçando seu tempo tentando negociar com o pequeno homem foguete", disse Trump em mensagem publicada no Twitter, repetindo o termo com o qual vem se referindo ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.

O presidente ainda fez uma sugestão a Tillerson para que "poupe suas energias", porque o governo americano "fará o que tiver que ser feito", sem especificar quais ações poderiam ser tomadas por Washington.

Horas mais tarde, Trump voltou a falar sobre a Coreia do Norte no Twitter, afirmando que "ser legal" com o país asiático "não funcionou por 25 anos". "Por que funcionaria agora? [Bill] Clinton falhou, [George W.] Bush falhou e [Barack] Obama falhou. Eu não vou falhar", completou, mencionando os últimos presidentes americanos.

No sábado, após uma série de reuniões com líderes chineses em Pequim, o secretário de Estado americano afirmou pela primeira vez que Washington está sondando a vontade do regime norte-coreano de estabelecer um diálogo. "Nós perguntamos: 'Vocês gostariam de conversar?'."

"Temos linhas de comunicação com Pyongyang. Não estamos às escuras, em um blecaute", disse Tillerson, acrescentando que os EUA mantêm "dois ou três canais de comunicação abertos" para o governo norte-coreano.

Mais tarde no sábado, o Departamento de Estado americano emitiu uma nota afirmando que, apesar das tentativas, a Coreia do Norte ainda não mostrou "nenhuma indicação de que está interessada ou pronta para manter conversas sobre sua desnuclearização".

"Os canais diplomáticos estão abertos para Kim Jong-un por enquanto. Eles não ficarão abertos para sempre", completou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em postagem no Twitter neste domingo.

Os recentes episódios ocorrem na esteira da escalada de tensões entre Washington e Pyongyang por conta do programa de armas nucleares conduzido pelo regime norte-coreano, que incluiu nas últimas semanas a detonação de uma bomba de hidrogênio e lançamentos de mísseis intercontinentais.

Em discurso nas Nações Unidas em setembro, Trump afirmou que os EUA são capazes de "destruir totalmente" a Coreia do Norte caso seja necessário, indicando a possibilidade de uma intervenção militar contra o país asiático em resposta às últimas ações do regime.

Kim Jong-un respondeu afirmando que o presidente americano "pagará caro" por suas ameaças. O ministro do Exterior da Coreia do Norte, por sua vez, disse que os comentários ameaçadores de Trump equivalem a uma "declaração de guerra" contra seu país, que poderia "adotar contramedidas". 

EK/dpa/rtr/ap/afp/efe

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