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Trump e Obama dominam debate democrata

13 de setembro de 2019

Evento aquece a disputa por rival do atual presidente nas eleições à Casa Branca. Primeiro a reunir os três favoritos à indicação do partido, debate é marcado por ataques ao ex-vice Joe Biden e fortes acusações a Trump.

Debate promovido pela emissora ABC News reuniu os dez principais pré-candidatos democratas
Debate promovido pela emissora ABC News reuniu os dez principais pré-candidatos democratasFoto: Reuters/J. Bachmann

O debate entre os pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, que lutam pela indicação para concorrer contra o atual incumbente, Donald Trump, foi o primeiro em que os três principais nomes que lideram as pesquisas estiveram presentes e se confrontaram diretamente.

O encontro na noite desta quinta-feira (12/09), promovido pela emissora ABC News, reuniu os dez principais pré-candidatos democratas. O debate foi marcado pelos enfrentamentos entre o ex-vice-presidente Joe Biden, favorito para receber a indicação democrata, e seus principais concorrentes, os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren, da ala mais progressista do partido.

Biden, utilizando um tom mais agressivo do que nos debates anteriores, demostrou diferenças profundas em relação aos seus principais adversários, principalmente em relação às propostas para reformar o sistema de saúde americano. O tema também foi um dos principais pontos de discórdia entre os pré-candidatos nos debates anteriores.

Apesar de não ter nenhuma participação na campanha democrata, o ex-presidente Barack Obama foi um dos nomes mais mencionados durante o debate. Biden saiu em defesa de seu ex-colega de chapa ao rebater críticas ao programa de saúde de Obama, o chamado Obamacare, e à política de imigração do último governo democrata.

Biden acusou Warren e Sanders de tentarem "rasgar" o Obamacare ao propor um plano de saúde administrado pelo governo que eliminaria os seguros de saúde privados, o chamado "Medicare para Todos". Ele disse que seus concorrentes devem ser mais honestos em relação aos custos de suas propostas.

Warren, a segunda colocada entre os democratas em várias pesquisas de opinião, elogiou o Obamacare, mas disse que novos esforços devem ser realizados para melhorar o plano. Sanders insistiu na responsabilidade de Biden por milhões de pessoas que foram à falência em razão do sistema de saúde proposto em seu governo.

O ex-secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de Obama, Julian Castro, acusou Biden de se associar ao ex-presidente apenas quando lhe é conveniente. "Ele [Obama] queria que todas as pessoas desse país fossem cobertas [pelo Obamacare]. Meu plano faria isso, o seu plano, não", disse o pré-candidato, que, assim como Warren e Sanders, também defende o "Medicare para Todos".

Por outro lado, o tema sobre o qual os pré-candidatos demonstraram maior união foi em torno das críticas ao presidente Trump. Entre outras coisas, o republicano foi acusado de insuflar astensões raciais e a violência no país.

O senador pelo estado de Nova Jersey Corey Booker chamou o presidente de racista, enquanto o texano Beto O'Rourke o acusou de defender a supremacia branca. Kamala Harris, senadora pela Califórnia, disse que as mensagens de ódio de Trump no Twitter serviram de munição para os recentes atentados a tiros ocorridos no país.

Trump evitou comentar o debate em suas postagens no Twitter, mas, em um evento republicano em Baltimore, ele disse que os pré-candidatos democratas apenas reforçaram a necessidade de sua reeleição. "Vocês realmente têm de me eleger. Se gostam de mim ou não, não faz diferença, porque nosso país vai para o inferno se qualquer uma dessas pessoas ganhar", afirmou o presidente.

Entretanto, pesquisas de opinião sugerem que o republicano deverá enfrentar forte resistência em sua tentativa de permanecer na Casa Branca.

Um levantamento realizado pela ABC News em parceria com o jornal The Washington Post revelou que Trump perderia para os quatro principais candidatos democratas e estaria empatado tecnicamente com um dos menos favoritos à indicação.

Segundo a pesquisa, o presidente perderia as eleições para Biden (55% a 40%), Sanders (52% a 43%), Warren (51% a 44%), Harris (50% a 43%) e até para o prefeito de South Bend, Indiana, Pete Buttigieg (47% a 43%), um dos menos cotados para ganhar a indicação do partido.

RC/ap/ots/rtr

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