No meio do mandato presidencial, o sistema americano prevê eleições legislativas. Elas servem para renovar parte do Congresso e como um referendo sobre o atual governo. Tradicionalmente, o partido no poder sai derrotado.
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Os americanos estão convocados a votar nesta terça-feira (06/11) em eleições legislativas para renovar parte do Congresso, consideradas um termômetro do governo Donald Trump. Elas ocorrem sempre no meio do mandato presidencial - cerca de dois anos após a posse - e estão previstas como uma forma de "referendo" sobre a gestão em vigor na Casa Branca. Tradicionalmente, o partido no poder sai derrotado - foi assim com Barack Obama e quase todos os outros presidentes no último século.
A política externa normalmente não é tema de destaque nas eleições presidenciais americanas, menos ainda nas de meio de mandato, que tendem a se concentrar em tópicos nacionais e locais. Mas estes não são tempos normais: os assuntos internacionais desempenharam um papel desproporcional na campanha presidencial vencida por Donald Trump, e podem voltar a ser um fator no pleito de 6 de novembro, ainda que de forma indireta.
"As eleições de meio de mandato em geral são um reflexo da popularidade do presidente", explica Trevor Thrall, especialista em política externa da Universidade George Mason e do Instituto Cato. "Os esforços de Trump nesse campo têm sido, em média, bastante impopulares junto ao público americano. Isso é o que a maioria das enquetes recentes mostra, e teve um efeito redutor sobre a popularidade dele."
Embora a política internacional, enquanto aspecto individual, provavelmente não vá ser um tópico crucial, o resultado do pleito para o Congresso poderá afetar de diversas maneiras o impacto da conduta da administração Trump nos assuntos estrangeiros. Caso os democratas arrebatem o Senado do controle republicano – o que atualmente é considerado improvável, mas não impossível –, eles ganhariam considerável poder na política externa.
Uma vez que a aprovação do Senado é necessária às nomeações para o Executivo e nos tratados internacionais, os democratas poderiam bloquear a indicação de autoridades de assuntos estrangeiros e frear acordos comerciais – um pilar da agenda política trumpista – e outros pactos internacionais.
Por isso, para o presidente e os deputados republicanos, perder o Senado é um cenário de pesadelo, dando aos democratas uma ferramenta forte para resistir às maquinações internacionais da Casa Branca, até então basicamente incontidas.
Se os democratas só retomarem dos republicanos a Câmara dos Representantes – resultado considerado possível, embora não garantido – eles poderão influenciar a política externa trumpista, mas em proporção bem menor do que se conquistassem o Senado.
"Em termos de audiências e de discurso público, a coisa mudará bem claramente se os democratas assumirem o controle da Câmara, pois haveria inquéritos parlamentares sobre todo tipo de ações administrativas, inclusive de mudanças na aplicação das leis de imigração", aponta Frances Lee, especialista em assuntos congressuais da Universidade de Maryland.
Uma consequência de uma Câmara dos Representantes em mãos democráticas poderia ser uma investigação da atual ofensiva da administração Trump contra os imigrantes sem documentos. Outra seria certamente a intensificação das investigações, em curso, sobre as conexões da campanha trumpista com a Rússia, assim como o lançamento de novos inquéritos.
Nada disso alteraria a direção da política externa do governo republicano. No entanto, tornaria muito mais difícil e trabalhoso Trump implementar sua política, podendo forçá-lo a avaliar se fazer avançar uma determinada meta externa vale a pena a briga e o preço político que ele talvez tenha que pagar para vencer os bloqueios democráticos no Congresso.
O que muitas vezes não se leva em consideração, porém, é a atípica troca em praticamente todas as posições de liderança na política externa no Congresso que ocorrerá após o pleito de meio de mandato. O líder do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes, o republicano Ed Royce, está se aposentando, assim como sua contraparte no Senado, o também republicano Bob Corker.
O presidente da Câmara, Paul Ryan, que nessa posição teve um papel-chave na política externa congressual, está também entregando os pontos. Por fim, o próximo chefe do Comitê de Serviços Armados do Senado – cargo de influência, como principal voz congressual na política externa, ocupado por longo tempo pelo falecido John McCain – também será definido no meio de mandato.
A tomada de uma ou ambas as câmaras do Congresso pelos democratas também lhes permitiria desacelerar ou bloquear a política doméstica de Trump. Neste caso, porém, de forma bem mais efetiva, já que a Constituição americana dá ao Congresso influência bem maior na política interna do que na externa, a qual em geral é atribuição do braço executivo.
Uma Câmara democrata significaria o fim de todas as esperanças republicanas de eliminar de vez a reforma do sistema de saúde do ex-presidente Barack Obama. Ela também poderia travar os esforços para cortar regulamentações federais ou benefícios sociais, assim como para lançar outra rodada de reduções tributárias.
Além disso, num nível bem básico, o controle democrata da Câmara forçaria Trump a lidar com o partido de oposição de forma muito mais moderada do que tem feito. Afinal, ele precisara dos democratas para as tarefas – aparentemente mundanas, mas cruciais – de manter o governo aberto ou elevar o teto de endividamento.
Embora isso sugira que o presidente seria forçado a adotar um tom mais cordial e a se abrir para os democratas, tal raciocínio não se aplica necessariamente a Trump. Em vez disso, ele poderá optar por um curso ainda mais confrontador, na esperança de incitar, contra seus adversários, primeiro sua base e depois o sentimento nacional. Caso isso aconteça – uma franca possibilidade, a julgar por seu comportamento, até agora – o resultado poderia ser um clima ainda mais tóxico do que o atual.
Para além do resultado da corrida para o Congresso em Washington, as urnas das legislaturas estaduais são também chave para o recenseamento nos EUA, programado para 2020. A contagem realizada a cada dez anos é a fundação sobre a qual os distritos eleitorais são realinhados.
No que alguns consideram um aspecto esotérico do sistema político americano, os legisladores de muitos estados podem basicamente "esculpir" os distritos de forma a favorecer seu partido. Assim, quem ganhar o controle dos governos estaduais em 2018 pode determinar quem a configuração das áreas eleitorais para a próxima eleição, dentro de quatro anos, e mais além.
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O Ministério Público Federal denunciou um juiz e um procurador militares, ambos aposentados, e um ex-delegado por envolvimento ou acobertamento do assassinato do militante político Olavo Hanssen em maio de 1970, durante a ditadura militar. Esta é a primeira denúncia do MPF contra membros do Ministério Público e do Judiciário por suspeita de legitimar crimes durante o regime autoritário. (31/10)
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O enfermeiro alemão Niels H., acusado de ter matado 100 pacientes, confessou as mortes durante o primeiro dia do julgamento do caso. O réu já cumpre pena de prisão perpétua pelo assassinato de seis pessoas. Niels teria injetado nas vítimas uma medicação que desencadeou complicações que levaram às mortes, a fim de impressionar colegas de trabalho ao tentar reanimar os pacientes. (30/10)
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O premiê australiano, Scott Morrison, fez um pedido formal de desculpas em nome do país às vítimas de abuso sexual infantil. Em discurso emocionado no Parlamento, em Camberra, Morrison disse que a Austrália deve reconhecer o sofrimento vivido por essas pessoas durante décadas, assim como o fracasso do Estado em protegê-las desses "crimes sombrios e maléficos". (22/10)
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Pedaço da Lua é vendido por mais de US$ 600 mil
Meteorito lunar de 5,5 quilos é arrematado por valor acima do esperado em leilão nos EUA. Fragmento foi encontrado na África no ano passado e deverá ser exposto em templo no Vietnã. Apelidado de "Buagaba" ou "quebra-cabeça lunar", meteorito é composto de fragmentos que se encaixam como num quebra-cabeça. Oferta vencedora foi feita por pessoa ligada ao complexo religioso Tam Chuc Pagoda. (20/10)
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Crânio de Luzia é encontrado
Pesquisadores do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, encontraram o crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo descoberto na América e que revolucionou os estudos sobre o povoamento do continente americano. Os ossos foram localizados nos escombros do edifício atingido por um incêndio em 2 de setembro. Apesar de alguns danos ao fóssil, técnicos comemoram as boas condições das peças. (19/10)
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Salto do século completa 50 anos
Marca de 8,90 metros alcançada pelo americano Bob Beamon nos Jogos Olímpicos da Cidade do México é considerada um dos cinco maiores momentos do esporte do século 20. Salto veloz e vigoroso foi conquistado na final olímpica em 18 de outubro de 1968, na primeira tentativa, completando assim seus 50 anos. Beamon, com 22 anos na época, foi detentor do recorde mundial por mais de duas décadas. (18/10)
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Canadá legaliza maconha
O Canadá se tornou o segundo país do mundo a legalizar o uso da maconha para fins recreativos, depois do Uruguai, que adotou a medida em 2013. A partir de agora, cada consumidor poderá portar até 30 gramas da droga, além de cultivar até quatro pés de maconha em casa. O governo federal comunicou ainda que perdoará todas as pessoas com condenações por posse de até 30 gramas. (17/10)
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Temer é indiciado no inquérito dos portos
A Polícia Federal concluiu um inquérito que apurava suspeitas de fraudes na edição do Decreto dos Portos, envolvendo o presidente Michel Temer. Em seu relatório final, a corporação indiciou o chefe de Estado e sua filha Maristela, além de outras nove pessoas, e pediu o bloqueio de bens de todos eles. Também solicitou a prisão de quatro envolvidos, incluindo um coronel amigo de Temer. (16/10)
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Morre Paul Allen, cofundador da Microsoft
O empresário americano Paul Allen, que fundou a gigante Microsoft nos anos 1970 ao lado de seu amigo de infância Bill Gates, morreu aos 65 anos nos Estados Unidos. Ele vinha lutando contra um tipo de câncer conhecido como linfoma não-Hodgkin. Bilionário, ele comprou clubes esportivos e era conhecido pela filantropia. "O computador pessoal não teria existido sem ele", disse Gates em nota. (15/10)
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Papa canoniza mártir salvadorenho e Paulo 6º
O papa Francisco declarou santos o arcebispo salvadorenho Óscar Romero e o papa Paulo 6º , juntamente com cinco outras pessoas menos conhecidas. Romero, assassinado por um tiro em pleno altar enquanto realizava uma missa em 1980, e Paulo 6º, que liderou a Igreja nos momentos de encerramento do Concílio Vaticano 2º, foram figuras discutidas e contestadas tanto dentro como fora da Igreja. (14/10)
Ato contra intolerância em Berlim
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas do centro de Berlim protestar contra a extrema direita e a favor de uma sociedade mais tolerante. Os organizadores afirmaram que cerca de 240 mil pessoas compareceram à manifestação. O Brasil também foi lembrado. Participantes levaram cartazes e faixas com dizeres de protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), além da hashtag #EleNão. (13/10)
Foto: Getty Images/AFP/J. MacDougall
Fogo em trem de alta velocidade na Alemanha
Um trem de alta velocidade que ia de Colônia para Munique, na Alemanha, pegou fogo durante o trajeto próximo a Dierdorf. Cinco pessoas se feriram levemente ao sair do veículo. As causas do incêndio estão sendo investigadas. As chamas começaram no primeiro vagão logo após a locomotiva. (12/10)
Foto: Reuters/W. Rattay
Falha e pouso de emergência
Dois astronautas tiveram que fazer um pouso de emergência após uma falha logo após o lançamento da aeronave russa Soyuz MS-10 que os levaria até a Estação Espacial Internacional (ISS). Os dois voltaram à Terra numa cápsula que aterrissou perto da cidade de Dzhezkazgan, no Cazaquistão, após o lançamento mal-sucedido. (11/10)
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/A. Filippov
Keiko Fujimori é detida no Peru
A líder da oposição no Peru Keiko Fujimori foi detida por suspeita de lavagem de dinheiro, após ser interrogada num tribunal. A filha do ex-presidente Alberto Fujimori é acusada de receber doações ilegais da Odebrecht para campanhas presidenciais. Ela nega as acusações. (10/10)
Foto: Imago/Agencia EFE/E. Arias
Embaixadora dos EUA na ONU renuncia
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, vai deixar o cargo no fim deste ano, anunciou o presidente Donald Trump, após a mídia americana noticiar a mais recente de uma série de baixas para o governo do republicano. A embaixadora não divulgou o motivo de sua renúncia, afirmando apenas ser "importante reconhecer quando é tempo de se afastar". (09/10)
Foto: Reuters/J.Ernst
ONU alerta sobre aquecimento global
Para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C e, assim, evitar drásticas alterações no clima serão necessárias "mudanças rápidas, vastas e sem precedentes" em nível global, alertou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Além de fenômenos climáticos extremos, um aumento maior que esse afetaria a saúde, o fornecimento de água e o crescimento econômico. (08/10)
Foto: picture-alliance/AP Photo/F. Bustamante
Bolsonaro e Haddad no segundo turno
Em uma das eleições mais polarizadas da história, milhões de eleitores brasileiros foram às urnas e decidiram enviar ao segundo turno os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Favorito no Sul e Sudeste, o ex-militar teve 46% dos votos válidos contra 29% do petista, que foi o mais votado em oito estados do Nordeste e no Pará. Em terceiro, Ciro Gomes (PDT) teve 12%. (07/10)
Nobel da Paz premia luta contra violência sexual
O médico congolês Denis Mukwege e a ativista yazidi Nadia Murad foram os vencedores do Nobel da Paz de 2018, por seus esforços para "acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra". Mukwege, de 63 anos, passou grande parte de sua vida atendendo vítimas de violência sexual no Congo. Murad, de 25, sobreviveu à escravidão sexual perpetrada pelo "Estado Islâmico" no Iraque. (05/10)
A Holanda informou que seus serviços de inteligência frustraram um ataque cibernético contra a Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq), com sede no país, em abril. O país expulsou quatro supostos espiões russos envolvidos no caso. Os agentes teriam estacionado um veículo num hotel próximo à sede da Opaq com o objetivo de hackear o sistema de wi-fi e computadores da organização. (04/10)
O Prêmio Nobel de Química de 2018 foi atribuído a três cientistas bioquímicos pela utilização dos princípios da evolução para desenvolver proteínas que resolvem os problemas químicos da humanidade. Metade do prêmio foi à evolucionista americana Frances H. Arnold (à dir.), e a outra metade será dividida entre o americano George P. Smith (centro) e o britânico Gregory P. Winter (à esq.). (03/10)
Nobel de Física premia 1ª mulher em 55 anos
O americano Arthur Ashkin, o francês Gérard Mourou e a canadense Donna Strickland (foto) foram agraciados com o Nobel de Física de 2018 por suas pesquisas e invenções no campo da física do laser. Ashkin, de 96 anos, é a pessoa mais velha a ganhar um Nobel. Já Strickland é a terceira mulher da história a levar o prêmio de Física, concedido desde 1901, e a primeira a ser premiada em 55 anos. (02/10)
Foto: picture-alliance/AP Images/N. Denette
Nobel de Medicina para avanços contra o câncer
O americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo foram os vencedores do prêmio Nobel de Medicina de 2018. Eles foram premiados por seus estudos que permitiram avanços no tratamento contra o câncer, anunciou o Instituto Karolinska de Estocolmo. As descobertas feitas pelos dois cientistas permitem novos métodos para a inibição da regulação negativa do sistema imunológico. (01/10)