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Trump nega acordo com democratas sobre "dreamers"

14 de setembro de 2017

Acerto ainda não ocorreu, mas está muito perto, afirma presidente, que também manifesta simpatia por jovens migrantes levados pelos pais para os EUA quando eram crianças.

Manifestante carrega cartaz em defesa do Daca. Decisão de pôr fim ao programa gerou protestos nos EUA
Manifestante carrega cartaz em defesa do Daca. Decisão de pôr fim ao programa gerou protestos nos EUAFoto: picture-alliance/dpa/Zumapress

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta quinta-feira (14/09) ter fechado um acordo com os líderes do Partido Democrata no Congresso para manter direitos de jovens imigrantes que vivem sem documentos nos Estados Unidos, conhecidos como dreamers.

Antes, o senador Chuck Schumer e a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, haviam afirmado que alcançaram um acordo com o presidente para converter em lei proteções previstas no programa Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca).

Na semana passada, Trump anunciara que iria acabar com o Daca, um programa iniciado pelo ex-presidente Barack Obama, e deu ao Congresso seis meses para encontrar outra solução. O programa protege da deportação cerca de 800 mil jovens que foram levados aos Estados Unidos pelos pais quando ainda eram crianças.

Schumer e Pelosi haviam dito que, durante um jantar na Casa Branca, nesta quarta-feira, acertaram com o presidente a manutenção de proteções previstas no Daca e também um pacote de medidas para a segurança de fronteiras. Horas mais tarde, Trump afirmou pelo Twitter que não foi alcançado nenhum acordo.

Em comunicado, os líderes democratas afirmaram ter concordado com a negociação de um pacote orçamental para o reforço da segurança de fronteira que fosse "aceitável para ambas as partes". O acordo, porém, excluiria a construção do polêmico muro na fronteira com o México.

Trump, porém tuitou que "o muro, que já está em construção na forma de novas reformas em cercas e muro antigos, continuará a ser construído". Em resposta, um porta-voz de Pelosi disse que o presidente havia deixado claro que iria pressionar pela viabilização do muro na fronteira com o México, mas que isso ocorreria numa outra negociação.

O senador Chuck Schumer e a líder da minoria na Câmara dos Representantes, Nancy PelosiFoto: picture-alliance/dpa/J. Scott Applewhite

Mais tarde, o presidente afirmou a repórteres que o acordo com os democratas sobre o Daca estaria "muito próximo", mas voltou a insistir que, para tal, deve haver um reforço significativo na segurança das fronteiras. "O muro virá mais tarde", explicou. "Será construído, mas vai ser financiado um pouco mais tarde."

Ele também expressou simpatia pelos dreamers. "Alguém realmente quer mandar embora jovens bons, educados e capacitados que estão trabalhando, alguns servindo as Forças Armadas? Mesmo? Eles estão no nosso país há muitos anos e não têm nenhuma culpa – trazidos pelos pais em idade tenra", afirmou.

Essa foi a segunda vez em poucos dias que Trump ignorou seu próprio partido para buscar um acordo com Pelosi e Schumer. Na semana pasada, eles haviam concordado em estender por três meses o chamado teto da dívida pública no intuito de acelerar o envio de assistência do governo federal aos estados do sul, devastados pelos furacões Harvey e Irma.

Os republicanos na Câmara dos Representantes dificilmente aprovariam o acordo sobre os jovens imigrantes. Muitos deles veem o Daca como uma anistia para pessoas que violaram a lei.

RC/ap/rtr

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