Acerto ainda não ocorreu, mas está muito perto, afirma presidente, que também manifesta simpatia por jovens migrantes levados pelos pais para os EUA quando eram crianças.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta quinta-feira (14/09) ter fechado um acordo com os líderes do Partido Democrata no Congresso para manter direitos de jovens imigrantes que vivem sem documentos nos Estados Unidos, conhecidos como dreamers.
Antes, o senador Chuck Schumer e a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, haviam afirmado que alcançaram um acordo com o presidente para converter em lei proteções previstas no programa Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca).
Na semana passada, Trump anunciara que iria acabar com o Daca, um programa iniciado pelo ex-presidente Barack Obama, e deu ao Congresso seis meses para encontrar outra solução. O programa protege da deportação cerca de 800 mil jovens que foram levados aos Estados Unidos pelos pais quando ainda eram crianças.
Schumer e Pelosi haviam dito que, durante um jantar na Casa Branca, nesta quarta-feira, acertaram com o presidente a manutenção de proteções previstas no Daca e também um pacote de medidas para a segurança de fronteiras. Horas mais tarde, Trump afirmou pelo Twitter que não foi alcançado nenhum acordo.
Em comunicado, os líderes democratas afirmaram ter concordado com a negociação de um pacote orçamental para o reforço da segurança de fronteira que fosse "aceitável para ambas as partes". O acordo, porém, excluiria a construção do polêmico muro na fronteira com o México.
Trump, porém tuitou que "o muro, que já está em construção na forma de novas reformas em cercas e muro antigos, continuará a ser construído". Em resposta, um porta-voz de Pelosi disse que o presidente havia deixado claro que iria pressionar pela viabilização do muro na fronteira com o México, mas que isso ocorreria numa outra negociação.
Mais tarde, o presidente afirmou a repórteres que o acordo com os democratas sobre o Daca estaria "muito próximo", mas voltou a insistir que, para tal, deve haver um reforço significativo na segurança das fronteiras. "O muro virá mais tarde", explicou. "Será construído, mas vai ser financiado um pouco mais tarde."
Ele também expressou simpatia pelos dreamers. "Alguém realmente quer mandar embora jovens bons, educados e capacitados que estão trabalhando, alguns servindo as Forças Armadas? Mesmo? Eles estão no nosso país há muitos anos e não têm nenhuma culpa – trazidos pelos pais em idade tenra", afirmou.
Essa foi a segunda vez em poucos dias que Trump ignorou seu próprio partido para buscar um acordo com Pelosi e Schumer. Na semana pasada, eles haviam concordado em estender por três meses o chamado teto da dívida pública no intuito de acelerar o envio de assistência do governo federal aos estados do sul, devastados pelos furacões Harvey e Irma.
Os republicanos na Câmara dos Representantes dificilmente aprovariam o acordo sobre os jovens imigrantes. Muitos deles veem o Daca como uma anistia para pessoas que violaram a lei.
RC/ap/rtr
Filmes sobre a fronteira entre EUA e México
Em seu mandato, o ex-presidente americano Donald Trump prometeu construir um muro entre EUA e México. Mas, muito antes disso, esta fronteira já havia sido foco de filmes espetaculares. Veja a lista.
Foto: picture-alliance/United Archives/TBM
John Wayne em guerra
Em meados do século 19, EUA e México entraram em guerra sobre o estado do Texas, que pertencia aos mexicanos, mas foi anexado pelos americanos. A longa disputa foi muitas vezes retratada por Hollywood nos faroestes que detalhavam os violentos conflitos entre colonos americanos e o Exército mexicano. Entre os mais espetaculares está "Álamo" (1960), estrelado por John Wayne e Richard Widmark.
Foto: picture-alliance/United Archives/TBM
Dietrich e a fronteira
Em 1958, Marlene Dietrich fez uma breve aparição no brilhante suspense "A marca da maldade". O diretor Orson Welles, que teve o papel principal no filme, fez da região fronteiriça entre México e EUA o cenário para falar sobre corrupção, tráfico de drogas e outros crimes.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
"Rio Bravo"
Quando John Wayne apareceu em "Álamo", a grande era do faroeste americano estava quase no fim. Mas, quando o gênero cresceu na década de 1950, muitos faroestes se passaram na fronteira entre Texas, Novo México e Arizona de um lado, e o México, do outro. Um marco simbólico era o rio Grande que, localizado nesta fronteira, rendeu o título do legendário filme do diretor John Ford, de 1950.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
A fronteira em faroestes posteriores
No entanto, a fronteira entre os dois países conseguiu manter sua importância em numerosos faroestes lançados posteriormente. A região desempenhou um papel de destaque em "Meu ódio será tua herança" (1969), do diretor Sam Peckinpah, um épico do faroeste selvagem com muito sangue e que enfoca a ilegalidade em uma terra esquecida.
Foto: Imago/Entertainment Pictures
Variações modernas
O diretor americano Robert Anthony Rodriguez tem uma paixão pela região de fronteira, o que talvez se deva às suas raízes mexicanas. Muitos de seus filmes reproduzem o choque de culturas nesta região fronteiriça. Seu filme "Um drink no inferno", de 1996, viu Quentin Tarantino e George Clooney encenando irmãos que roubam bancos e que tentam fugir para o México.
Foto: picture-alliance/United Archives
Não há lugar para envelhecer
Ganhador de vários Oscars em 2008, entre eles o de melhor filme e direção, "Onde os fracos não têm vez" foi dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Coen. A produção aborda as drogas, máfia, assassinatos e fraudes. O filme se passa na fronteira entre EUA e México – um lugar perigoso, onde a morte é comum e poucos envelhecem.
Foto: picture-alliance/dpa/Paramount Pictures
Ao sul de Albuquerque
Albuquerque, no Novo México, é o cenário da extremamente popular série de televisão "Breaking Bad", que foi produzida entre 2008 e 2013. Ela enfoca histórias na região envolvendo drogas. Ao sul de Albuquerque, fica a lendária fronteira entre Estados Unidos e México.
Foto: Frank Ockenfels 3/Sony Pitures
O lado obscuro do comércio
No filme "Desaparecidos" (2007), o diretor alemão Marco Kreuzpaintner escolheu contar a história de crianças mexicanas que atravessam a fronteira para os Estados Unidos como parte do tráfico de escravos sexuais. A estrela de Hollywood Kevin Kline desempenhou o papel principal.
Foto: picture-alliance/kpa
Guerra de drogas na fronteira
"Sicario: terra de ninguém" examina o impacto das guerras do narcotráfico na área de fronteira entre Arizona e México. O cineasta canadense Denis Villeneuve fez o agitado suspense em 2015, tendo Benicio del Toro no papel principal. A obra foi filmada no sul do Arizona.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Lionsgate/Richard Foreman Jr.
Filmes sobre drogas
A questão do narcotráfico parece atrair diretores de forma mágica. Em 2013, o cineasta britânico Ridley Scott filmou um suspense também nesta região fronteiriça. "O conselheiro do crime", estrelado por Brad Pitt e Michael Fassbender, foi filmado em El Paso, no Texas, e na Espanha.
Foto: picture-alliance/dpa
Crime e política
Há 17 anos, o diretor Steven Soderbergh lançou o renascimento dos filmes sobre a guerra das drogas. Em "Traffic", ele retrata a complexa relação entre polícia, traficantes e políticos – cujos laços uns com os outros estão indissociavelmente interligados para além das fronteiras geográficas.
Foto: picture-alliance/United Archives
Histórias de detetive
Além de faroestes e suspenses sobre drogas, inúmeras histórias de detetives e assassinatos misteriosos decorrem na fronteira entre EUA e México. Um clássico do gênero é o filme "O perigoso adeus" (1973), de Robert Altman, baseado em um romance de Raymond Chandler. O filme foi gravado na Califórnia, mas também em Tepoztlán, no México.
Foto: picture-alliance/United Archives/Impress
A fronteira em tempos de globalização
Em 2006, o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu filmou o drama narrativo múltiplo "Babel". A obra traça os destinos entrelaçados de várias pessoas de diferentes regiões do mundo, e é uma parábola cinematográfica sobre a questão do significado da fronteira para as pessoas em tempos de globalização.
Foto: picture alliance/kpa
Comédia de fronteira
Não há muito o que rir quando se trata de uma fronteira. A maior parte dos filmes que lida com os laços entre EUA e México tendem à seriedade. Mas, em 2004, James L. Brooks fez a comédia "Espanglês" sobre um encontro com muito clichê entre um americano rico (Adam Sandler) e uma faxineira mexicana (Paz Vega).
Foto: picture-alliance/United Archives
Drama sobre imigração
Nos últimos anos, mais e mais filmes foram produzidos sobre imigração e pobreza na região. No ano passado, a coprodução Alemanha-França-México "Soy Nero" estreou na Berlinale. O diretor Rafi Pitts, com raízes iranianas, conta a história de um jovem mexicano que atravessa a fronteira para os EUA em busca de uma vida melhor.
Foto: picture-alliance/dpa/Neue Visionen
Um clássico moderno
Talvez o filme mais impressionante sobre a imigração do Sul para o Norte tenha sido feito por Cary Fukunaga, em 2009. "Sem identidade" retrata o destino de vários jovens do México que estão tentando chegar aos EUA. Enquanto alguns estão tentando escapar de bandos criminosos de suas cidades, outros procuram o paraíso na Terra.